09 novembro 2013

Andebol: Equipa feminina do JAC Alcanena perdeu frente ao Istambul Maltepe

A formação feminina do JAC Alcanena perdeu este sábado frente às Turcas do Istambul Maltepe, por 40-29, em jogo da primeira mão da terceira eliminatória da Taça Challenge de andebol, disputado em Istambul, na Turquia.
Patrícia Rodrigues, com sete golos, Adriana Lage e Neuza Valente, ambas com seis, foram as jogadoras mais concretizadoras da equipa orientada por Marco Santos, que tem a 16 de Novembro, em Alcanena, a difícil missão de anular a vantagem das Turcas.
A equipa do Istambul Maltepe, que ao intervalo vencia já por 10 golos (23-13), cedo puxou pelos galões de favorita e não deu margem de manobra às Alcanenenses.
Fatma Argun, com 10 golos, foi a jogadora turca mais concretizadora e principal responsável pelo avolumar da diferença entre ambos os conjuntos e que permite ao Istambul gerir uma vantagem de 11 golos para o segundo jogo.
 
(Fonte: O Jogo)

Turquia atrai número crescente de portugueses qualificados

A comunidade portuguesa na Turquia tem vindo a aumentar nos últimos anos, com mais jovens qualificados e profissionais especializados a encontrar oportunidades num país que cresce oito por cento ao ano.
De acordo com dados da embaixada portuguesa em Ancara, existirão 300 portugueses a residir no país, 80 por cento dos quais em Istambul, e uma "população flutuante de 150 pessoas", constituindo uma pequena comunidade de profissionais qualificados ou estudantes, que se move nos meios intelectuais, empresariais e liberais.
Há um "movimento ascendente" no número de portugueses que procura a Turquia, disse em declarações à Agência Lusa o embaixador de Portugal em Ancara, Jorge Cabral, que acompanhou a visita oficial de dois dias à Turquia do ministro da Defesa Nacional, Aguiar Branco, hoje de regresso a Lisboa.
Alguns dos novos membros da comunidade vieram estudar, outros representam empresas portuguesas que decidiram investir na Turquia e outros ficaram "por amor", num país que lhes oferece "conforto e segurança".
No caso de Cláudio Rocha, técnico de manutenção de aeronaves, está em Ancara porque a empresa portuguesa para a qual trabalha ganhou um concurso lançado pelo Ministério da Saúde turco para fornecer um serviço de avião-ambulância.
"Foi a empresa que emigrou e eu vim com a empresa", contou o jovem à Agência Lusa, revelando que irá ficar e constituir família, uma história de amor que começou quando "conheceu uma turca que fala muito bem português".
Cláudio Rocha afirmou-se satisfeito com a perspectiva de futuro na Turquia, considerando que "a maneira de viver turca é boa", garante "uma vida segura e calma" e é fácil arranjar emprego, quando comparado com Portugal.
Na sua área, aeronáutica, é mais fácil na Turquia do que em Portugal, sublinhou, destacando, a título de exemplo, o "grande investimento" do Governo turco na companhia nacional, Turkish Airlines, que foi eleita pelos passageiros como a melhor companhia aérea em 2011 e 2012.
Rui Colaço, 26 anos, licenciado em engenharia de materiais, conheceu a namorada turca na Holanda durante um programa Erasmus, decidindo, algum tempo depois, visitá-la nas férias.
"Vim de férias e não voltei", disse Rui Colaço, sublinhando que demorou apenas quatro meses a arranjar emprego.
 
(Fonte: ionline)

08 novembro 2013

Turkish Airlines Open: Golfista português Ricardo Santos afasta-se dos lugares da frente

O golfista português afastou-se bastante dos lugares da frente da penúltima prova das Final Series do European Tour.
Ricardo Santos teve um dia para esquecer no Turkish Airlines Open. Na quinta-feira, concluíra os primeiros 15 buracos com 6 abaixo do par, o que lhe dava o quarto lugar provisório, à distância mínima do trio de líderes. Nesta sexta-feira, completou os restantes três buracos com 2 acima (bogeys no 7 e 9) e depois fez 3 acima na segunda jornada, caindo para 56.º, com um total de 143 (68-75), 1 abaixo do par 72 do The Montgomerie Maxx Royal, em Antalya.
Na penúltima prova das Final Series do European Tour, o Português está agora a 11 pancadas do quarteto de líderes, constituído pelo Sueco Henrik Stenson (64-68), o Inglês Ian Poulter (66-66), o Francês Victor Dubuisson (67-65) e o Norte-Americano Justin Walters (66-66). Tiger Woods (n.º 1 mundial) segue em quinto, com 133 (70-63), e o inglês Justin Rose (n.º 5), detentor do título, é nono, com 136 (70-66).
(Fonte: Público)

Turquia admite reforçar laços económicos com Portugal

No final da sua visita à Turquia, José Pedro Aguiar-Branco diz que este país "vê em Portugal uma situação optimista no sentido da evolução portuguesa mesmo do ponto de vista financeiro".

A Turquia admitiu reforçar os seus laços económicos com Lisboa, uma vez que reconhece o esforço feito por Portugal de recuperação económica e financeira, indicou o ministro português da Defesa.
De visita à Turquia, José Pedro Aguiar-Branco explicou que o tema da crise em Portugal não escapou às conversas tidas com o Governo turco, empresários e possíveis investidores, mas foi falado "numa perspectiva positiva".
"Não obstante Portugal estar a atravessar um período de grandes exigências do ponto de vista financeiro, o facto de ter sido mantido o seu nível de participação nos compromissos internacionais, nomeadamente no Afeganistão, foi reconhecido como um gesto de grande solidariedade e sentido de responsabilidade por parte de Portugal", acrescentou.
Aguiar-Branco, que disse ter recebido "palavras de grande satisfação e agrado", adiantou ainda que o factor crise em Portugal não está a afastar potenciais investidores.
"Outra expressão que tive de dimensão positiva é que Turquia vê em Portugal uma situação optimista no sentido da evolução portuguesa mesmo do ponto de vista financeiro", concluiu.

(Fonte: TSF)

Aguiar-Branco destaca papel das forças turcas na NATO

O ministro português da Defesa Nacional sustentou hoje que a intervenção da NATO no Afeganistão pode ser considerada "um sucesso" pela "diminuição da ameaça do terrorismo" e destacou o papel das forças turcas na Aliança Atlântica.
José Pedro Aguiar-Branco visitou hoje o 3rd Corps Command, nos arredores de Istambul, Turquia, uma unidade histórica do Exército turco, atualmente quartel-general da Força de Reacção Rápida. Após um encontro com o comandante da unidade, Aguiar-Branco assistiu a uma apresentação das missões realizadas pela força, incluindo no Afeganistão, no âmbito da Força Internacional de Apoio à Segurança no Afeganistão (ISAF), na qual Portugal também participa com um contingente de 128 militares até final de 2014, em missões de treino e formação. Aguiar-Branco defendeu junto do comando dos militares turcos a importância de, até à saída da ISAF do Afeganistão, sublinhar, junto das comunidades internacionais e europeias, o "que pode ser considerado o sucesso da missão". "É importante que as opiniões públicas internacionais e europeias saibam que quando estivermos para sair, no final de 2014, a situação é muito diferente, para melhor, e que foi diminuída a ameaça do terrorismo", argumentou o ministro, em declarações aos jornalistas, depois da visita. Aguiar-Branco elogiou o caráter de "grande solidariedade" das Forças Armadas turcas nas missões que desempenham no âmbito da NATO, destacando em particular o "papel de grande relevo nos teatros de operações como o Afeganistão". "A posição relativa da Turquia na NATO é importante, pelo peso das Forças Armadas turcas na Aliança, pela forma e atitude que têm tido de grande solidariedade, que mostram o empenho desta Aliança no reforço da sua própria potencialidade como instrumento de combate a todas as formas de ameaça que existem à escala global", considerou.
Aguiar-Branco termina hoje uma visita oficial de dois dias a Ancara e Istambul, Turquia, durante a qual foi também assinado um acordo de cooperação que visa dar um impulso político à criação de parcerias entre empresas dos dois países nas áreas das tecnologias e sistemas de informação, entre outras. O ministro da Defesa Nacional adiantou que convidou o seu homólogo turco, Ismet Yılmaz, a visitar Portugal no próximo ano, manifestando-se convicto de que as negociações irão progredir em 2014.
 
(Fonte: Diário Digital com Lusa)

Aguiar-Branco na Turquia: Indústria da Defesa pode ajudar Portugal a sair da crise

O Ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, em visita oficial a Turquia, defendeu que a indústria da defesa pode ajudar Portugal a sair da crise. Aguiar-Branco anuncia que a partir de agora, as empresas portuguesas vão ter mais facilidades para entrar no mercado turco na área específica da indústria de defesa. As barreiras burocráticas foram ultrapassadas e a própria Turquia diz que Portugal não deve desperdiçar esta oportunidade. Uma oportunidade muito valiosa. É assim que as autoridades turcas definem a hipósese agora aberta, com a assinatura de um Acordo entre os dois países na área da indústria da defesa. Portugal precisa de vender e a Turquia, com uma forte aposta na indústria da defesa, com um orçamento que de ano para ano aumenta nesta área, precisa de comprar. O ministro da Defesa assinou com o seu homólogo turco um Protocolo que permite às empresas portuguesas entrarem mais facilmente nesta oportunidade. Às PME basta que estejam registadas na Base Industrial e Tecnológica e, diz o ministro, que se atrevam a entrar neste mercado das indústrias da Defesa. Uma saída para a crise. Os Turcos querem software português, sistemas de comunicação e pediram também informaçoões sobre a possibilidade de negócios na indústria naval.
 
(Fonte: TSF)

07 novembro 2013

Turkish Airlines Open: Golfista Ricardo Santos brilha em Antália














Ricardo Santos ocupava a quarta posição do Turkish Airlines Open quando a primeira volta foi interrompida ao anoitecer, depois de um atraso de três horas, por trovoada.
O Português somava 6 pancadas abaixo do par com 15 buracos jogados no The Montgomerie Maxx Royal (par 72), em Antália, tendo a desvantagem mínima para o trio de líderes, composto pelos ingleses Paul Casey e Steve Webster e o Sul-Africano Darren Fichardt, todos com 7 abaixo. O n.º 1 mundial, Tiger Woods, era 50.º, com 1 abaixo após 10 buracos.
Iniciando a sua prestação no buraco 10 e integrado num grupo com o sueco Alex Noren (seguia com -2) e o alemão Maximilian Kieffer (-5), Santos nem começou bem, já que marcou um bogey 6 logo no buraco 11. Mas depois cometeu a proeza de marcar seis birdies nos oito buracos seguintes, incluindo quatro consecutivos entre o 12 e o 15. E faria o seu sétimo birdie do dia no 5. Nesta sexta-feira de manhã jogará o 7, o 8 e o 9 para concluir a primeira volta.  
Esta é a penúltima prova das Final Series do European Tour, a anteceder o DP World Tour Championship, no Dubai, onde competem apenas os 60 primeiros na ordem de mérito do circuito. Santos ocupa a 63.ª posição na tabela monetária (com 489 mil euros em prémios) e precisa de facturar pelo menos 33.274 euros na Turquia para reentrar no top 60. Com 78 jogadores a competir em Antália, o primeiro prémio vale 848 mil euros, o último pouco mais de 5 mil.
Santos encontrava-se nesta quinta-feira empatado no quarto lugar com sete jogadores, sendo que deste apenas o Argentino Ricardo Gonzalez e o Dinamarquês Thorbjorn Olesen tinham fechado a primeira jornada, com 66. Do trio de líderes, todos têm pelo menos mais quatro buracos pela frente.
No grupo mais mediático do dia, Tiger Woods e o Inglês Justin Rose (n.º 5 mundial e detentor do título) mostravam-se desinspirados (ambos com -1) e o Sueco Henrik Stenson (n.º 3 mundial e vencedor da FedEx Cup 2013) somava com -4.
Ricardo Santos está a jogar o seu segundo torneio com Tiger Woods entre a concorrência. No primeiro, em Janeiro, deu boa conta de si ao concluir em quarto lugar, o que lhe valeu um prémio de 101 mil euros, em contraste com Woods, que foi eliminado pelo cut. Agora o Algarvio parece voltar a crescer com a ocasião.
 
(Fonte: Público)

Protestos contra a construção de muro na Síria

A polícia de choque turca usou esta quinta-feira gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar milhares de pessoas que se manifestavam contra a construção de um muro na fronteira com a Síria.
Na cidade fronteiriça de Nusaybin, no sudeste da Turquia, a multidão atirou ‘cocktails’ Molotov e garrafas de plástico aos guardas fronteiriços.
A presidente da Câmara de Nusaybin, situada numa zona maioritariamente curda, esteve em greve de fome nos últimos nove dias, também em protesto, e classificou o procjeto como um “muro da vergonha”.
O Governo turco, que receia que os cidadãos de etnia curda na Turquia se juntem aos curdos do outro lado da fronteira para reclamar a criação de um estado autónomo, negou estar a construir um muro e disse que se tratava de uma vedação de arame farpado.

(Fonte: Euronews)

05 novembro 2013

Adesão da Turquia à UE foi relançada numa conferência em Bruxelas

Com a abertura do capítulo sobre desenvolvimento regional, a União Europeia (UE) e a Turquia esperam encetar uma fase mais dinâmica das negociações com vista à adesão daquele país, iniciadas em 2005.
A conferência ministerial em Bruxelas, esta terça-feira, pôs fim a um longo período de congelamento, realçado pelo ministro turco para os Assuntos Europeus, Egemen Bağış.
“Abrimos este capítulo depois de 40 meses de espera, mas durante esses 40 meses continuámos a trabalhar. Implementámos várias reformas. Uma andorinha não faz a primavera. O capítulo é aberto tardiamente, mas é também sinal de um recomeço. Para a abertura dos restantes capítulos, esperamos o levantamento dos obstáculos políticos”, disse o ministro.
A violência policial contra protestos da oposição, no verão, fez reflectir sobre como ajudar a Turquia no processo de democratização, nota a analista Amanda Paul.
“É muito importante que sejam abertos em breve os capítulos 23 e 24 porque tratam das questões fundamentais dos direitos humanos e da justiça. A UE pede à Turquia que percorra esse caminho, mas mantém aceso o semáforo vermelho. A UE tem que desbloquear esses capítulos e dar à Turquia os parâmetros adequados o mais rapidamente possível”, explicou.
Mas ainda há muito caminho a percorrer, como refere a correspondente em Bruxelas, Gülsum Alan: “A Turquia iniciou o processo de negociação ao mesmo tempo que a Croácia, que já é estado-membro, mas até agora só fechou um dos 35 capítulos da negociação. Para se tornar um membro pleno da UE terá de negociar e fechar os restantes 34”.
 
(Fonte: Euronews)

01 novembro 2013

Ireneu Barreto recebeu embaixadora da Turquia

O Representante da República para a Madeira recebeu hoje, pelas 10 horas, no Palácio de São Lourenço, em audiência, a embaixadora da República da Turquia em Portugal, Ebru Barutçu Gokdenizler.

(Fonte: dnotícias)

31 outubro 2013

Escola Profissional da Póvoa de Lanhoso esteve em Izmir

De 19 a 25 de Outubro, uma equipa da EPAVE - Escola Profissional do Alto Ave, da Póvoa de Lanhoso, marcou presença na Turquia, no âmbito do projecto Comenius, onde também estiveram presentes parceiros da Turquia, Itália, Roménia, e Hungria.
Recorde-se que o Comenius é Programa financiado pela Comunidade Europeia junto da PROALV e pela Agência Nacional de Aprendizagem ao Longo da Vida. “A visita a este país tinha como objectivo apresentar trabalhos, workshops e acções de voluntariado elaborados por cada um dos países envolvidos sobre “Aprender a ser Cidadão Activo na UE”. Neste contexto, as equipas visitaram uma Livraria/Editora para invisuais gerida por voluntários, e levaram a cabo uma acção de voluntariado num Lar de Idosos em Narlidere”, referiu a coordenadora do projecto na EPAVE, Amélia Veloso. A visita completou-se com um programa cultural conduzido pelos parceiros anfitriões à sua cidade: Izmir.
“Os resultados desta experiência são um enorme enriquecimento pessoal e profissional para todos os elementos da equipa, a imputar no desenvolvimento das respectivas a actividades estudantil e profissional”, destaca Amélia Veloso.
 
(Fonte: Correio do Minho)

Sonae Sierra entra na Turquia

A Sonae Sierra anunciou hoje a entrada na Turquia através da Sierra Reval, uma nova empresa criada em parceria com os Turcos da Reval e que passa, desde já, a gerir e comercializar 10 centros comerciais no país. Para a empresa do grupo Sonae, o interesse no mercado turco é justificado pelo crescimento" a um ritmo sustentável" dos centros comerciais na Turquia, "acompanhando o aumento do poder de compra da população". Em comunicado, a empresa nortenha refere ainda que a estrutura etária do país, com 43% da população abaixo dos 24 anos e outros 43% entre os 25 e os 54 anos, coloca a Turquia como "um dos destinos mais populares para as marcas internacionais e investidores estrangeiros". "A entrada no mercado turco é um passo significativo que consolida a nossa diversificação geográfica e expande o nosso negócio de fornecimento de serviços com um portefólio sólido", comenta o presidente executivo da Sonae Sierra, Fernando Guedes de Oliveira. Com 10 contratos já assinados na Turquia e um portfólio de mais de 215 mil metros quadrados de área bruta locável, a Sierra Reval nasce com vocação para pré-desenvolver, desenvolver, comercializar e gerir centros comerciais, combinando o seu know how internacional da Sonae Sierra com o conhecimento do parceiro escolhido naquele mercado, onde soma mais de 20 anos de experiência.
A entrada na Turquia surge um dia depois da Sonae Sierra Brasil inaugurar o Passeio das Águas Shopping, o maior centro comercial do centro-oeste brasileiro, desenvolvido em Goiânia com um investimento de 150 milhões de euros que criou 6300 empregos diretos. Proprietária de 49 centros comerciais e presente em 12 países, a Sonae Sierra é responsável pela gestão e comercialização de 85 centros comerciais com um valor de mercado superior a 5,8 mil milhões de euros. Com cinco projectos em desenvolvimento, quatro dos quais para clientes, e cinco novos projectos em carteira, a empresa registou uma subida de 2,8% nas vendas dos seus centros comerciais em Setembro, comparativamente com o mês anterior. Depois da Sonae Sierra ter registado uma quebra de 2,5% nas vendas entre Janeiro e Julho face a período homólogo, este resultado permitìu fechar os primeiros nove meses do ano com alguns sinais de recuperação: até Agosto a redução nas vendas foi de 2% e entre Janeiro e Setembro a quebra desacelarou para 1,8%.
 
(Fonte: Expresso)

Deputadas entram pela primeira vez com véu islâmico no Parlamento turco

Três deputadas do partido islâmico-conservador no poder participaram hoje na sessão do Parlamento usando o véu islâmico, um facto inédito há 14 anos na Turquia.
As deputadas foram eleitas nas legislativas de 2011 nas listas do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, islamita moderado) do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan.
Erdoğan aboliu recentemente a proibição de usar véu islâmico na função pública.
Em 1999, a deputada turco-americana Merve Kavakci foi ao parlamento com véu islâmico para a sua cerimónia de posse, da qual foi excluída. Posteriormente, abriu mão da nacionalidade turca.
 
(Fonte: Diário Digital)

30 outubro 2013

Dia da Turquia foi assinalado na Madeira

Por ocasião do Dia Internacional da Turquia e com a participação da embaixadora da Turquia, Ebru Baratçu Gökdenizler, e do cônsul honorário da Turquia na Madeira, Abdurrahman Can, será realizado um convívio promovido pelo Consulado Turco na Madeira, no Forte de São Tiago, amanhã, às 18h30, para assinalar esta data.
O secretário Regional da Educação e Recursos Humanos, Jaime Freitas, estará presente em representação do presidente do Governo Regional da Madeira.
 
(Fonte: dnotícias)

29 outubro 2013

Primeira ligação ferroviária submarina intercontinental liga Europa à Ásia no centro de Istambul

Perto de falha sísmica de alto risco, megaprojecto de Erdoğan é afirmação de dez anos no poder a pensar em novos objectivos eleitorais.
 
A primeira ligação ferroviária submarina intercontinental foi inaugurada nesta terça-feira em Istambul. Bastam quatro minutos a cerca de 60 metros de profundidade sob o Bósforo, o estreito que separa a Europa e a Ásia na grande metrópole que é Istambul, e cruza-se de um continente para outro. “Foi um sonho durante 150 anos e finalmente tornou-se realidade”, afirmou o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, na inauguração do primeiro dos seus megaprojectos para a cidade de Istambul.
O novo túnel ferroviário Marmaray, que atravessa o esteito do Bósforo junto ao mar de Mármara, usa tecnologia japonesa resistente a sismos — que permite aos arranha-céus tremer sem quebrar. Essa é uma necessidade imperiosa, pois o túnel fica a menos de 20 quilómetros da falha sísmica onde se tem acumulado mais stress sísmico e onde os cientistas calculam existir 68% de probabilidade de que se venha a registar um sismo de magnitude 7 ou superior nos próximos 30 anos. Aliás, a Turquia, e em especial Istambul, é uma zona de grande risco sísmico.
 
A estrutura mais segura de Istambul?
 
 
A Câmara dos Arquitectos e Engenheiros turcos deu hoje uma conferência de imprensa chamando a atenção para a vulnerabilidade do túnel, que poderá transportar mais de um milhão de pessoas diariamente. “Eu não viajaria nos comboios do Marmaray, e ninguém devia viajar”, afirmou Süleyman Solmaz, porta-voz da organização, citando um engenheiro que trabalhou no projecto durante anos. Kadir Topbaş, presidente da Câmara de Istambul, adianta a edição em inglês do jornal turco Hurriyet, respondeu garantindo que “todas as possibilidades foram levadas seriamente em consideração”, depois de se ter encontrado com o primeiro-ministro japonês, que esteve de visita a Istambul, para ver a inauguração, em que há interesses japoneses em jogo — além da tecnologia nipónica, grande parte da obra foi financiada pelo Banco Japonês para a Cooperação Internacional.
O ministro dos Transportes turco, Binali Yildirim garantiu que o projecto Marmaray é “a estrutura mais segura de Istambul”, com portas estanques para isolar cada secção, e será capaz de suportar um sismo de magnitude 9.
As grandes obras de engenharia, como o túnel Marmaray, são encaradas como uma forma de comemoração da década do partido islamo-conservador de Erdoğan no poder — e também de campanha para as eleições de 2014 (locais em Março e presidenciais em Junho) e 2015 (legislativas). O movimento de contestação do Parque Gezi, em Istambul, foi desencadeado em resposta a um projecto descaracterizador para esta praça do centro da cidade. O espírito de contestação tem continuado — nos últimos dias, mais em Ancara, com protestos em torno das condições favoráveis dadas ao réu no julgamento de um polícia que matou um estudante nos protestos de Junho. Ainda este mês, foi também criado o Partido do Parque Gezi, fundado por artistas e intelectuais.
 
(Fonte: Público)

Menos 5,1% de turistas portugueses na Turquia em Setembro

A Turquia recebeu 4.870 turistas portugueses em Setembro, menos 5,1% ou menos 260 turistas que no mês homólogo do ano passado, agravando o decréscimo no acumulado dos nove meses do ano até Setembro para -1,2%, ou menos 456 turistas que no período homólogo de 2012.
  
Os dados divulgados pelo Ministério turco da Cultura e Turismo mostram que a chegada de turistas portugueses em Setembro também é inferior relativamente ao mesmo mês de 2011, em 21,2% ou 1.312 turistas.
 
No mês de Setembro, a Turquia recebeu 4,266 milhões de turistas estrangeiros, o que corresponde a um aumento de 6,9% ou 274,7 mil relativamente ao mês homólogo do ano passado.
 
Nos nove meses de Janeiro a Setembro, as chegadas de turistas estrangeiros à Turquia estão com um aumento de 10,1% ou mais 2,598 milhões, para 28,355 milhões de turistas.
 
Neste período, a Turquia soma 37.265 turistas portugueses, menos 1,2% ou menos 456 que no período homólogo do ano passado e menos 17,1% ou menos 7.702 visitantes que entre Janeiro e Setembro de 2011.

(Fonte: PressTur)

25 outubro 2013

Nasceu um novo partido turco no Parque Gezi

 
Depois das manifestações do Verão, os grupos críticos de Erdoğan passaram à acção e fundaram o Partido do Parque Gezi, que pretende mudar a Constituição turca.
 
Inspirado pelos protestos do Verão em Istambul, o Partido do Parque Gezi (GZP) foi fundado esta quarta-feira. O objectivo é tornar-se numa alternativa ao Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, islamita) do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan, no poder desde 2002. O partido nega a existência de uma liderança orgânica. “No Partido Gezi, presidente significa porta-voz. Gezi não aceita qualquer líder”, afirmou um dos fundadores, o músico de heavy metal, Cem Koksal, através da sua conta do Twitter. O símbolo do Partido do Parque Gezi será uma árvore estilizada em que o tronco será representado por uma pessoa. O próximo passo será a criação de uma página na Internet. O partido quer manter vivo o “espírito de Gezi”, não dizendo se pretende participar nas eleições do próximo ano. Para Março estão marcadas as eleições locais, mas é provável que o partido apresente listas para as legislativas de 2015. O objectivo primário do novo partido é influenciar o processo de revisão constitucional, promovendo os valores defendidos durante os protestos no Parque Gezi. “Sabemos que não podemos ter uma Constituição democrática sem luta. Ninguém irá dizer ‘aqui estão os direitos humanos para vocês, aqui está uma Constituição justa que permite que vivam todos juntos’. Entrar no Parlamento é necessário para mudar a Constituição”, pode ler-se na página do Facebook do partido, actualmente a única fonte de informação disponível, de acordo com o diário Hurriyet. "Queremos todos viver num país democrático. Para fazer valer as nossas reivindicações, descemos às ruas e perdemos vidas", diz ainda o comunicado divulgado na rede social.
Os protestos no Parque Gezi tiveram, de início uma origem ambientalista, quando um grupo de pessoas se manifestou contra a construção de um centro comercial no local. No entanto, as manifestações depressa passaram para o campo político, com milhões de Turcos a saírem às ruas contra Erdoğan, a quem acusavam de autoritarismo e de tentativas de islamizar o Estado turco. Um relatório recente da Amnistia Internacional considerou que a repressão dos protestos em Istambul foi desproporcional e condenou a acção da polícia e do Governo de Erdoğan. Seis pessoas morreram e mais de 8 mil terão ficado feridas durante os confrontos com a polícia. Desde então, a oposição ao AKP não tem conseguido capitalizar o descontentamento despertado durante os protestos. O partido de Erdogan continua a liderar as sondagens, num sinal de que a oposição existente não merece o crédito do eleitorado descontente. A paisagem política do país é dominada há mais de uma década por Erdoğan e pelo seu partido. Apesar do crescimento económico e da modernização que a Turquia vem assistindo, o conservadorismo propalado por Erdoğan, assim como os seus tiques ditatoriais, são criticados por uma fatia cada vez maior da população, especialmente entre os jovens. No entanto, é nas zonas rurais da parte asiática do país que Erdoğan continua a recolher apoio, permitindo a sua continuação no poder.
 
(Fonte: Público)

22 outubro 2013

União Europeia reabre negociações sobre adesão da Turquia

A União Europeia vai reabrir as negociações sobre o processo de adesão da Turquia, decidiram os ministros dos Negócios Estrangeiros que reuniram esta terça-feira no Luxemburgo.
"Desenvolvimentos recentes na Turquia sublinham a importância do compromisso com a União Europeia, que continua a ser o ponto de referência para as reformas naquele país. Com esse fim, as negociações para a adesão devem ganhar novo impulso", disse aos jornalistas o comissário responsável pelas adesões, Stefan Fule.
"Parabéns meus amigos turcos: abre-se um novo capítulo nas conversações de adesão à UE depois de uma pausa de três anos. É o momento de nos pormos em dia", escreveu no Twitter o chefe da diplomacia da Lituânia (país que detém a presidência rotativa da UE), Linas Linkevicius.
Em concreto, as negociações serão retomadas na próxima reunião sobre novos alargamentos, no dia 5 de Novembro.  E são retomadas após meses de tensão entre Bruxelas e Ancara sobre a matéria e sobre as políticas do Governo turco, chefiado por Recep Tayyip Erdoğan. Crucial para o desbloqueamento foi a mudança de posição da Alemanha, um dos países que mais obstáculos colocava à entrada da Turquia, que aceitou o retomar do processo. Fundamental foi também a publicação do relatório anual da Comissão Europeia sobre os países candidatos, que deu parecer positivo à Turquia.
O documento, publicado na semana passada, voltou a  criticar o uso excessivo da força contra os manifestantes turcos. Mas considera de forma muito positiva as reformas anunciadas por Erdoğan, que lhes deu o nome de "pacote democratizante". O primeiro-ministro turco centrou este primeiro pacote na minoria turca, concedendo aos Curdos alguns direitos, como o ensino da sua língua nas escolas privadas, e nas mulheres que vão ser autorizadas a usar o véu islâmico nos empregos que tenham no Estado. O juramento nacionalista obrigatório nas escolas públicas desaparece e será criada uma comissão anti-discriminação.
A Turquia foi membro associado da UE quando esta ainda se chamava Comunidade Económica Europeia. Pediu acesso em 1987 e o processo de negociação da adesão começou em 2005. Dos 35 capítulos estabelecidos para serem cumpridos por Ancara, apenas um foi completado até agora.
O reconhecimento, por parte de Ancara, da República Turca do Norte do Chipre, e falhas no respeito dos direitos humanos (entre eles a liberdade de expressão e de informação e os direitos das minorias) tornaram-se obstáculos ao avanço das negociações.
 
(Fonte: Público)

20 outubro 2013

Foram libertados os reféns turcos e libaneses

Os dois pilotos turcos raptados em Agosto no Líbano chegaram esta noite ao aeroporto de Istambul, na sequência daquele que parece ser o primeiro acordo internacional desde o início da guerra civil na Síria. Os dois Turcos tinham sido sequestrados em Beirute pelos familiares de um grupo de Libaneses raptados na Síria. Acolhido pelo primeiro-ministro turco, um dos pilotos, Murat Akpinar garante: “não fomos mal tratados, não sofremos qualquer violência física ou verbal. Se tal tivesse acontecido não estaríamos aqui hoje”. A libertação dos dois homens ocorre depois do grupo de peregrinos libaneses, raptados em Abril na Síria ter regressado a Beirute. A troca de reféns ocorre graças às negociações entre as autoridades da Turquia, Líbano, Qatar e Síria. Ao contrário dos Turcos, os libaneses afirmam ter sido maltratados pelos rebeldes, que os terão confundido com membros do Hezbollah, aliados de Damasco. “Graças a Deus, não posso dizer mais nada do que agredecer a Deus e a todos os que trabalharam para conseguir a minha libertação e a dos meus camaradas”, afirmou Rabih Saleh, um dos reféns, à chegada ao aeroporto de Beirute. O acordo com os rebeldes incluiu como contrapartida a libertação de 200 prisioneiros políticos das cadeias sírias, embora até ao momento não haja qualquer informação sobre se Damasco terá cumprido a sua parte do acordo.
 
(Fonte: Euronews)

19 outubro 2013

Líbano e Turquia trocam reféns

Nove Libaneses reféns no norte da Síria estão de regresso a Beirute, e dois pilotos turcos estão também de volta a casa, este sábado.
Os nove Libaneses faziam parte de um grupo de 11 sequestrado em Maio de 2012 por rebeldes sírios acusados de pertencerem ao Hezbollah, a organização política paramilitar que luta com as forças do Presidente sírio. Dois acabaram por ser libertados pouco depois do sequestro. As famílias dos homens sequestrados defenderam sempre que eles eram peregrinos religiosos e lançaram acusações à Turquia: “A Turquia não sequestrou mas protegeu o sequestro. A Turquia podia ter ajudado na sua libertação”, afirma Hayat Awali, porta-voz das famílias. Uma das famílias, para pressionar Ancara, como retaliação acabou por sequestrar os dois pilotos turcos agora libertados, para grande alívio das suas famílias-
“Estou sem palavras depois de um ano e meio de exaustão, de um ano e meio de sofrimento, de um ano e meio de falsas promessas”, desabafa Mona Tormos, mulher de um dos reféns.
É o fim do sofrimento para várias famílias de dois países, mas que não põe fim ao desconforto criado pela situação síria. A resolução da questão dos homens sequestrados finaliza um dos capítulos relacionados com as consequências da crise síria no Líbano, mas a preocupação com a segurança continua fortemente presente principalmente depois das explosões em vários bairros libaneses.
 
(Fonte: Euronews)

11 outubro 2013

Organização distinguida com Nobel da Paz é dirigida por diplomata turco

Ahmet Uzumcu, um diplomata de carreira turco de 62 anos, é o director da Organização para a Proibição das Armas Químicas, que agora foi distinguida com o prémio Nobel da Paz 2013 pelo Comité Nobel norueguês. Com sede em Haia, na Holanda, esta organização apoiada pelas Nações Unidas tem em mãos a destruição do arsenal químico da Síria. O seu director já foi cônsul-geral em Alepo, na Síria, e embaixador em Israel. Em finais de Junho a organização conseguiu que a Somália fosse o 189.º país a assinar a convenção para a eliminação das armas químicas. A Síria é o próximo a assumir o compromisso.
 
(Fonte: RTP)

10 outubro 2013

Turcos interessados em estabelecer parcerias e negócios em Angola

Uma delegação da Turkish Electro Technology (TET), associação que congrega as empresas turcas exportadoras dos sectores eléctrico, electrónico, maquinaria e tecnologias de informação, desloca-se a Luanda com uma delegação composta por 14 empresas para diversas reuniões com o objectivo de estabelecer parcerias de negócio em Angola. Estão também previstos encontros com entidades governamentais e associações profissionais, bem como uma visita a uma unidade fabril angolana. A chegada da delegação está prevista para o próximo dia 27 de Outubro, estando a sua partida agendada para 30 de Outubro. O dia 28 será inteiramente dedicado às reuniões entre as empresas turcas e diversas empresas angolanas com o objectivo de explorar potenciais oportunidades de negócio. A sessão de reuniões realiza-se a partir das 9h00, no Hotel EPIC SANA, Sala Angola 1. Representantes da Associação visitarão ainda congéneres angolanas, como a AIA – Associação Industrial de Angola, estando também solicitadas audiências a entidades governamentais. São quatro as grandes áreas de negócio representadas pelas empresas que constituem esta delegação: equipamentos de linha branca (máquinas de lavar louça, roupa, microondas, frigoríficos, fogões, fornos, ar condicionados e aspiradores), electrónica de consumo (telefones, equipamento de áudio, televisores, gravadores de vídeo e relógios digitais), equipamentos de distribuição de energia (transformadores, switchs, painéis eléctricos) e cabos e fios metálicos. “Ao organizar esta delegação empresarial a Angola, esperamos aproximar as empresas angolanas e turcas e explorar áreas de colaboração e novas oportunidades de negócio. O nosso objectivo é criar relações comerciais benéficas e frutíferas entre elas e, assim, construir uma ponte entre os dois continentes, de forma a aproximá-los ainda mais”, afirmou Fatih Kemal Ebiçlioglu, Presidente do Conselho de Administração da Associação (TET) e que lidera a comitiva. ABB, AIM Energy Technologies, Atom Kablo, EAE Electrotechnic Ind and Trade, Elektra Elektronik San, EMEK Elektrik Endûstrisi, ETK Kablo San, Europower Energy and Automation Technologies Ind. Trade Co, GES – General Electrical Systems, HES Kablo, Onair Media Communication and Broadcasting Systems, Renksan, Sahra Kablo San e a Vestel Trade são as 14 empresas que compõem a comitiva.
 
(Fonte: Angonotícias)

06 outubro 2013

Juventude Lis sofre pesada derrota na Turquia na Taça das Taças de andebol

A Juventude Lis foi hoje derrotada por expressivo 32-18 pelo Muratpaşa Belediyesi SK, na primeira mão da segunda eliminatória da Taça das Taças de andebol feminino, em desafio disputado em Antália, Turquia.
Ao intervalo, as lusas perdiam por "apenas" cinco golos (14-9), mas o segundo tempo foi mais penoso e o resultado avolumou-se até aos 14 tentos de diferença: o segundo e decisivo desafio disputa-se hoje, igualmente em Antália.
Com oito golos, Ana Gante foi a melhor marcadora do encontro, surgindo depois a ucraniana Olga Laiuk com cinco, seguida por cinco companheiras do conjunto turco, todas com quatro golos.


(Fonte: Lusa/Visão)

04 outubro 2013

Assad diz que a Turquia vai pagar caro por apoio a rebeldes

O presidente sírio, Bashar al-Assad, disse que a Turquia vai pagar um preço muito alto por apoiar os rebeldes que lutam para derrubar o Governo da Síria, e acusou Ancara de abrigar "terroristas" ao longo da sua fronteira, que mais tarde ou mais cedo se voltarão contra os próprios turcos.
Em entrevista à TV turca Halk, que será transmitida mais tarde nesta sexta-feira, Assad chamou o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdoğan, de "fanático" e disse que a Turquia permite que terroristas atravessem a fronteira para atacar o Exército e civis sírios. "Não é possível colocar o terrorismo no bolso e usá-lo como um cartão, porque é como um escorpião, que não hesitará em picá-lo na primeira oportunidade", disse Assad, segundo uma transcrição publicada no site da Halk. "Num futuro próximo, estes terroristas irão ter um impacto sobre a Turquia, e a Turquia vai pagar um preço alto por isso."
A Turquia, que partilha uma fronteira de 900 kms com a Síria e tem a segunda maior força militar da NATO, é uma das mais críticas de Assad e uma defensora ferrenha da oposição, mas nega armar os rebeldes. O país abriga um quarto dos dois milhões de pessoas que fugiram da Síria e algumas vezes viu o confronto atravessar as fronteiras para o seu território, respondendo à altura quando morteiros e bombas disparados da Síria atingiram o seu solo. Junto com os aliados ocidentais que fazem oposição a Assad, a Turquia tem se preocupado com as divisões entre os rebeldes e o aprofundamento da influência de militantes islâmicos radicais na Síria. O grupo militante Estado Islâmico do Iraque e o Levante, filiado à Al Qaeda, tomou no mês passado a cidade de Azaz, a cerca de 5 kms da fronteira com a Turquia, e entrou em conflito várias vezes com a brigada local Tempestade do Norte desde então.
 
(Fonte: Exame)

08 setembro 2013

Cristóvão no Konyaspor

Após ter rescindido em Agosto com o Levski Sofia, onde actuou nas duas últimas épocas, o Português Cristóvão Ramos assinou pelos Turcos do Konyaspor, juntando-se a Djalma, extremo angolano emprestado pelo FC Porto.
O avançado de 30 anos foi formado nos Dragões, passando depois por Penafiel e Leixões, antes de alinhar nos cipriotas do AEP e do Anorthosis.
 
(Fonte: Record)

09 agosto 2013

Ancara aconselha Turcos a deixarem o Líbano após rapto de dois pilotos turcos

A Turquia aconselhou os seus cidadãos a saírem do Líbano, depois do sequestro de dois pilotos turcos perto do aeroporto de Beirute. O rapto poderá ser uma represália pelo apoio diplomático de Ancara aos rebeldes sírios. A autoria foi reivindicada pelo até agora desconhecido “grupo dos visitantes do Imã Ali al-Rida”, num comunicado difundido pelos media libaneses. O grupo exige a libertação de nove peregrinos xiitas libaneses, capturados pela rebelião síria em Maio de 2012. O Presidente turco frisou que “o Líbano é um lugar de risco e todos os Turcos que aí se encontram devem tomar as precauções adequadas”. Abdullah Gül sublinhou que está a ser feito todo o possível para garantir a libertação dos pilotos da companhia turca, mostrando esperanças de que “voltem em breve, sãos e salvos”. As famílias dos peregrinos libaneses de confissão xiita manifestaram-se várias vezes, durante o último ano, em frente aos escritórios da Turkish Airlines em Beirute, para pedir a Ancara que use a influência perto dos rebeldes para obter a sua libertação.
 
(Fonte: Euronews)

10 julho 2013

Mais uma morte nos protestos

Um jovem de 19 anos, ferido com gravidade nas manifestações contra o Governo na Turquia, faleceu esta quarta-feira, elevando para cinco o número de vítimas mortais nos protestos sem precedentes contra o poder islamita moderado.
As autoridades da Turquia autorizaram na noite de terça-feira a entrada dos manifestantes no Parque Gezi, em Istambul. O local foi palco de diversos protestos, que deram início à onda de contestação ao primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdoğan.
Naquela ocasião, a população protestava contra o corte de árvores para abrir espaço para um empreendimento imobiliário. Os Turcos defendiam que o lugar era um dos principais pontos de encontro da cidade.
A decisão de permitir a entrada dos manifestantes novamente no berço do conflito de Junho foi motivada pelo mês sagrado do Ramadão, quando os muçulmanos saem às ruas para observar a lua crescente no céu. O feriado religioso foi respeitado também pelos integrantes do movimento e não foram registrados incidentes violentos.
Contudo, esta quarta-feira, um jovem de 19 anos que foi ferido nas manifestações contra o Governo em 2 de Junho morreu no hospital. Ali Ismail Korkmaz não resistiu aos ferimentos graves na cabeça cometidos por dois homens não identificados na cidade de Eskisehir, no centro-oeste do país. Com ele, sobe para cinco o número de vítimas fatais dos protestos sem precedentes contra o poder islamita moderado.
 
(Fonte: TSF)

21 junho 2013

Manifestantes em tribunal e tensão entre Ancara e Berlim

As autoridades turcas levaram a tribunal, em Ancara, 26 pessoas detidas esta sexta-feira pelo envolvimento nos protestos antigovernamentais nas últimas semanas.
No exterior do tribunal, centenas de manifestantes mostravam apoio aos detidos.
Segundos grupos de defesa dos direitos humanos, mais de três mil pessoas foram detidas desde o início da contestação. Várias dezenas continuam na prisão e pelo menos seis foram formalmente acusadas.
Alvo dos protestos populares, o primeiro-ministro reuniu 15 mil apoiantes no bastião conservador de Kayseri. Um comício de campanha para as próximas eleições municipais, mas onde Recep Tayyip Erdoğan não perdeu a oportunidade de voltar a criticar os contestatários.
No plano diplomático, a Turquia ameaça a Alemanha de represálias, enquanto o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros convocou o embaixador turco em Berlim. Tudo isto depois do ministro turco dos Assuntos Europeus ter acusado a chanceler Angela Merkel de tentar bloquear o processo de negociação da adesão de Ancara ao bloco comunitário.
 
(Fonte: Euronews)

20 junho 2013

Batalha do Silêncio

A natureza dos protestos mudou na Turquia. Depois de três semanas de confrontos, os lugares simbólicos das manifestações foram desocupados e o silêncio reina na rua, mas é um silêncio mais forte do que qualquer grito: o desejo da democracia manifesta-se de outro modo. “As pessoas só pedem liberdade. A liberdade é o bem mais precioso para um homem. Se alguém não tem liberdade, significa que não tem dignidade.”
O movimento de protesto que partiu de um punhado de militantes ecologistas no passado dia 31 de Maio ganhou, em poucos dias, uma enorme amplitude, assim como a repressão policial. Centenas de detenções, milhares de feridos, proibição de manifestações, detenções arbitrárias. O chefe do Governo turco tenta lidar com a crise, que se transformou rapidamente num protesto contra a sua política, alternando firmeza, provocação e conciliação, para, de novo, impôr a mão de ferro. Mas a receita, segundo o analista Doğu Ergil custou a Recep Tayip Erdoğan uma parte do capital político. “A popularidade de Erdoğan não mudou grande coisa, mesmo que tenha sido beliscada. A sua liderança não está em questão, é o seu Governo que mudou e as pessoas não esperavam. A sociedade turca, ou pelo menos uma parte dela, está a mostrar claramente que não quer um grande Irmão no poder.” As sondagens indicam que se houvesse eleições agora, o AKP seria eleito de novo, mas com menos votos, porque esta crise custou-lhe parte da credibilidade que tinha. E mesmo que metade do país apoie Erdoğan, a decepção é visível entre os próprios apoiantes. Uns reconhecem o desenvolvimento do país: “Há dez anos, as ruas de todas as cidades do país estavam cheias de lixo. A Turquia não era suficientemente desenvolvida. Agora estamos muito melhor e temos avançado tanto a nível internacional como a nível nacional, graças à nossa economia e às nossas relações internacionais.” Outros, queixam-se da repressão: “Estes dias tive de caminhar através do gás lacrimogénio para ir trabalhar, com os olhos a arder. Não merecemos isto. Votamos nele, mas se me pergunta agora se acho que ele merece estar onde está, eu acho que não, que não merece.”
O Governo de Erdoğan está a reagir muito mal à resistência pacífica e silenciosa em curso na Turquia, conhecida como “homem de pé”.
 
(Fonte: Euronews)

A Prosperidade da Turquia

O crescimento de longo prazo deriva de políticas monetárias e orçamentais prudentes, da vontade política para regular os bancos e de uma combinação de fortes investimentos públicos e privados em infra-estruturas, habilidades e tecnologias de ponta. Uma recente visita à Turquia recordou-me do seu enorme sucesso económico durante a última década. A economia tem crescido rapidamente, a desigualdade está a diminuir e a inovação a aumentar.
As conquistas da Turquia são ainda mais notáveis quando consideramos a sua vizinhança. Os seus vizinhos no oeste, o Chipre e a Grécia, estão no epicentro da crise da Zona Euro. O sudeste é devastado pela guerra na Síria, que já levou cerca de 400 mil refugiados para a Turquia. A leste, tem o Iraque e o Irão. E a nordeste, tem a Arménia e a Geórgia. Se há uma vizinhança mais complicada no mundo, seria difícil encontrá-la. No entanto, a Turquia tem feito progressos notáveis no meio desta região em convulsão. Depois de uma acentuada quebra em 1999-2001, a economia cresceu 5% por ano, em média, de 2002 a 2012. Permaneceu em paz, apesar das guerras regionais. Os seus bancos evitaram o ciclo de altos e baixos da década anterior, tendo aprendido com o colapso do sistema bancário de 2000-2001. A desigualdade tem diminuído. E o Governo ganhou três eleições consecutivas, cada vez com uma maior percentagem do voto popular. Não há nada de chamativo na expansão da Turquia, que tem sido baseada em fundamentais económicos e não em bolhas ou descobertas de recursos. De facto, a Turquia não tem os recursos de petróleo e gás dos seus vizinhos, mas compensa esta carência com a competitividade da sua indústria e serviços. O turismo sozinho atraiu mais de 36 milhões de visitantes em 2012, fazendo da Turquia um dos principais destinos turísticos do mundo. Mesmo uma breve estadia em Ancara permite ver a força destas bases. O aeroporto, as auto-estradas e outras infra-estruturas são de primeiro nível; e uma rede ferroviária intercidades de alta velocidade liga Ancara a outras partes do país. Grande parte da engenharia avançada é de desenvolvimento local. As empresas de construção turcas são internacionalmente competitivas e ganham cada vez mais concursos no Médio Oriente e África. Também as universidades turcas estão a crescer. Ancara tornou-se um centro do ensino superior, que atrai estudantes de África e Ásia. Muitos programas de topo são em inglês, assegurando que a Turquia atrai um número cada vez maior de estudantes internacionais. E das universidades do país surgem cada vez mais empresas de alta tecnologia na aviação, tecnologia de informação e electrónica avançada, entre outras áreas. Há que destacar também que a Turquia começou a investir em força em tecnologias sustentáveis. O país é rico em energia eólica, geotérmica e outras energias renováveis e deverá tornar-se um exportador global de inovações avançadas em tecnologia ecológica. Tipicamente, as instalações de tratamento de lixo não são atracções de turistas, mas o novo sistema de gestão de lixo urbano integrado de Ancara tem atraído a atenção mundial e com razão. Até há uns anos, o lixo era despejado num aterro mal cheiroso e insalubre. Agora, com a utilização de tecnologia avançada, tornou-se numa área verde. A empresa privada de gestão de lixo ITC recebe milhares de toneladas de resíduos sólidos municipais por dia. O lixo é separado em material reciclável (plástico e metal) e lixo orgânico. O lixo orgânico é processado numa fábrica de fermentação, produzindo adubo e metano, que é usado para produzir electricidade numa fábrica de energia de 25 megawatts. A electricidade é injectada na rede de energia da cidade e o calor dos escapes é canalizado para estufas da instalação, que produzem tomates, morangos e orquídeas. A diversificada e inovadora base de indústria, construção e serviços da Turquia rende grandes benefícios num mundo em que as oportunidades de mercado estão a mudar dos Estados Unidos e Europa Ocidental para África, Europa Oriental, Médio Oriente e Ásia. A Turquia tem sido hábil em aproveitar estas novas oportunidades, com as exportações a aumentarem cada vez mais para o sul e leste para as economias emergentes, mais do que para o oeste para mercados de elevados rendimentos. Esta tendência vai continuar, com a África e a Ásia a tornarem-se importante mercados para as empresas de construção, tecnologias de informação e inovação em tecnologia ecológica da Turquia. Então, como é que a Turquia o fez? Em primeiro lugar, o primeiro-ministro Tayyip Erdoğan e a equipa económica, liderada pelo vice primeiro-ministro Ali Babacan, voltaram ao básico e adoptaram uma visão de longo prazo. Erdoğan chegou ao poder em 2003, depois de anos de instabilidade de curto prazo e de crises bancárias. O Fundo Monetário Internacional (FMI) foi chamado para um resgate de emergência. Passo a passo, a estratégia de Erdoğan-Babacan foi reconstruir o sector bancário, manter o orçamento sob controlo e investir de forma intensa e consistente onde é necessário: infra-estruturas, educação, saúde e tecnologia. A diplomacia inteligente também ajudou. A Turquia manteve-se fiel a uma postura moderada numa região de extremismos. Manteve uma porta aberta e uma diplomacia equilibrada (na medida do possível) com as principais potências nas suas vizinhanças. Isso ajudou a Turquia não apenas a manter o seu equilíbrio interno, mas também a ganhar mercados e conservar os aliados, sem o peso e os riscos de divisões geo-políticas. Sem dúvida, não é garantido que a Turquia consiga manter-se sempre nesta trajectória de rápido crescimento. Qualquer combinação de crises – Zona Euro, Síria, Iraque, Irão ou o preço internacional do petróleo – pode criar instabilidade. Outra crise financeira global pode interromper os fluxos de capital de curto prazo. Uma vizinha perigosa significa riscos inevitáveis, embora a Turquia tenha demonstrado uma capacidade notável, ao longo da última década, para os superar. Além disso, o desafio de aumentar a qualidade educativa e os resultados dos estudantes, especialmente para raparigas e mulheres, continua a ser uma prioridade. Felizmente, o Governo tem reconhecido claramente o desafio da educação, o qual tem perseguido através de reformas escolares, aumento dos investimentos e introdução de novas tecnologias de informação nas salas de aulas. Os sucessos da Turquia têm raízes profundas na capacidade governamental e nas habilidades das suas gentes, reflectindo décadas de investimento e séculos de história que remontam ao tempo do Império Otomano. Outros países não podem simplesmente copiar estas realizações, mas podem aprender as principais lições que são frequentemente esquecidas num mundo de "estímulos", bolhas e pensamento de curto prazo. O crescimento de longo prazo deriva de políticas monetárias e orçamentais prudentes, da vontade política para regular os bancos e de uma combinação de fortes investimentos públicos e privados em infra-estruturas, habilidades e tecnologias de ponta. (Fonte: Jornal de Negócios/Project Syndicate)

15 junho 2013

Polícia turca expulsou os manifestantes de Gezi

Está terminado. No parque Gezi, em lugar dos manifestantes, polícias sentam-se à porta das tendas, fumam cigarros juntos às bancas anarquistas. Não passaram mais de duas horas, desde o momento em que a força de intervenção começou o ataque e aquele em que todos os ocupantes tinham fugido. Às 11 horas da noite toda a área estava cercada, todos os acessos bloqueados. A zona de Taksim estava coberta de fumo e de silêncio. Ouvia-se apenas o som de sirenes de ambulâncias ao longe.
A polícia de intervenção lançou o ataque cerca das 9 da noite, disparando canhões de água e granadas de gás lacrimogéneo, lançando em fuga e pânico os milhares de manifestantes. De forma lenta e sistemática, avançou por entre o arvoredo, tendas e toda a “mobília” que os manifestantes deixaram para trás, após duas semanas de ocupação do parque.
O alarme foi dado às 8 da noite. Correu célere entre os manifestantes que ocupavam o parque Gezi. “Os polícias estão a levantar-se”, disseram. “Estão a preparar-se para atacar”. Os planos de emergência começaram imediatamente a ser colocados em prática. As máscaras anti-gás foram colocadas, abertos os corredores de segurança. Os vendedores de equipamento anti-gás lacrimogéneo despachavam freneticamente as últimas bugigangas.
“É falso alarme”, disse Cenolut, de 34 anos, sem colocar a máscara. “O primeiro-ministro, Erdoğan, disse num comício que limparia o parque amanhã. Portanto será amanhã, não hoje. E amanhã já não estará aqui quase ninguém”.
Muitos manifestantes estavam convencidos disto e preparavam-se para abandonar o parque amanhã, domingo.
Consideravam que a mensagem tinha sido ouvida e a sua missão cumprida. Tiveram uma surpresa.
O ataque da polícia começou pouco antes das 9 horas. Os jactos de água dos veículos blindados Toma deram o sinal. Granadas de gás foram lançadas para o interior do parque. Centenas de polícias avançaram pela praça Taksim, em direcção ao parque, como não tinham feito no ataque anterior.
Tudo se encheu de fumo, ouviram-se muitas explosões e tiros. A multidão desatou a correr em direcção ao outro extremo do parque. As granadas rebentavam junto aos seus pés. A concentração de gás pimenta tornou-se intensa, o ar irrespirável. Muitos manifestantes precisaram de assistência, outros tombaram no chão.
“Veja o que está a acontecer! Veja isto!”, gritou Yeliz, 34 anos, uma gestora de produto numa empresa privada que nos tinha dito que abandonaria o parque amanhã. “Escreva isto! Escreva! Tenho vergonha do que está a acontecer no meu país”. E desapareceu na multidão, aos tropeções.
No extremo norte do parque Gezi, os manifestantes em fuga descobriram que a polícia tinha já também tomado posições nas ruas confluentes. Os agentes envergavam os capacetes e escudos mas mantinham-se imóveis. Muitos manifestantes passaram por eles, uns aos gritos, outros entoando slogans. Os polícias deixaram-nos passar. O objectivo era esse.
Em vários pontos dos arredores de Taksim, activistas montaram barricadas, para continuar a resistência à polícia. Atiram pedras e disparam fisgas, ao que a polícia responde com gás lacrimogéneo. Toda esta zona da cidade está envolvida numa nuvem de gás tóxico.
A resistência dos activistas não tem, porém, a dimensão da que opuseram na última intervenção da polícia, terça-feira, dia 11. Nessa altura, as forças policiais ocuparam a praça Taksim, mas deixaram incólume a “zona livre” de Gezi. E era daí, do interior do parque, que chegavam as armas e os reforços para combater a polícia.
Desta vez, o parque foi evacuado, todas as ruas previamente cortadas. Sem espaço nem apoio, nenhum foco de resistência dura muito tempo.
É impossível entrar agora no parque, sob controlo da polícia. Mas segundo os testemunhos de vários activistas, a intervenção deixou muitas pessoas feridas, incluindo idosos e crianças. Os que não resistiram ao gás e às balas de borracha e ficaram em Gezi foram levados para ambulâncias, que estavam já à espera, guardadas pela polícia.
Outros feridos refugiaram-se num hotel situado no extremo norte do parque, o Hotel Divan, que abriu as portas para auxiliar os manifestantes. A polícia cercou o hotel, não permitindo entrar nem sair, mas, segundo manifestantes que estiveram lá, não entrou nem tentou deter quem ali se refugiou.
 
(Fonte: Público)

Cavaco Silva diz que confrontos na Turquia não favorecem adesão à União Europeia

O Presidente da República, Cavaco Silva, afirmou hoje que os confrontos na Turquia não favorecem "alguns capítulos que estão sobre a mesa" no processo de adesão do país à União Europeia.
"Temos de lamentar o que aconteceu nos últimos dias na Turquia, a violência da polícia em relação aos manifestantes", disse o chefe de Estado português, numa entrevista à Sic Notícias, divulgada hoje, no âmbito da sua visita esta semana ao Parlamento Europeu.
Questionado sobre os confrontos na Turquia, Aníbal Cavaco Silva elogiou as "palavras bastante sensatas" do Presidente da República da Turquia, Abdullah Gül, que disse ser "um elemento moderador", e sublinhou a importância estratégica daquele país.
"É uma ponte entre dois continentes, tem uma influência muito grande na Ásia Central, sobre o Irão e os países envolvidos no processo de paz do Médio Oriente, em países do Cáucaso e é uma possível potência económica daquela área", declarou.
No entanto, referindo-se ao processo de adesão à União Europeia, o Presidente português considerou que "negociações são negociações".
"Há que respeitar os valores e os princípios e ajustar as políticas da Turquia às políticas comuns da Europa. Portugal apoia a adesão da Turquia, reconheço que as negociações são difíceis e que aquilo que aconteceu nos últimos dias não deve ter favorecido alguns capítulos que estão sobre a mesa ou que se pensava que podiam estar sobre a mesa", disse.
Cavaco Silva reforçou que "há valores e princípios fundamentais que é preciso serem respeitados por todos os que fazem parte desta União Europeia".

(Fonte: SIC Notícias)

"Indignados" asseguram que vão continuar a resistir

Os "indignados" turcos anunciaram hoje que continuarão a "resistência" contra "todo o tipo de injustiças", embora sem especificar se isso significa manter o acampamento no parque Gezi, em Istambul, epicentro dos protestos que sacodem a Turquia há duas semanas. A posição foi divulgada em comunicado, citado pelas agências EFE e AFP.
Segundo fontes da parte dos manifestantes, a maioria dos grupos políticos retirou as suas tendas e manter-se-á apenas uma tenda da rede Solidariedade com Taksim, o movimento que actua como porta-voz dos manifestantes, bem como algumas tendas de activistas ambientalistas.
Os ocupantes do parque Gezi, de onde partiu um movimento de contestação popular sem precedentes na Turquia desde 2002, anunciaram a continuação da luta.
"Hoje somos bem mais fortes, organizados e optimistas do que há 18 dias", quando um pequeno grupo de militantes ecologistas começou a acampar para se opor a um projeto desenvolvido pelas autoridades e que previa a destruição do parque, dizem no comunicado.
O primeiro-ministro turco, Recep Erdoğan, considerou na sexta-feira que a ocupação do parque Gezi em Istambul devia acabar durante a noite, após a promessa aos manifestantes de suspender o polémico projecto urbanístico, e convocou os seus apoiantes para comícios no fim-de-semana.

(Fonte: Lusa/SIC)

12 junho 2013

Quatro televisões da Turquia multadas por transmissão dos protestos

Quatro canais da televisão turca foram multados pela entidade reguladora da rádio e televisão por transmitirem os protestos no parque Gezi e na praça Taksim, em Istambul, noticiou hoje o diário Hürriyet na sua página na internet.
O Conselho Superior da Rádio e Televisão da Turquia (RTUK) indicou ter aplicado as multas porque as emissoras "prejudicaram o desenvolvimento físico, moral e mental das crianças e jovens" ao transmitirem os protestos na zona do parque Gezi.
As televisões multadas são a Halk TV, a Ulusal TV, a Cem TV e a EM TV.
A Halk TV, em particular, registou nos últimos dias picos de audiência por ser a única a transmitir em contínuo, quase sempre em directo, as manifestações que há treze dias se registam em Istambul.
O regulador já tinha advertido antes a Halk TV por emitir um vídeo considerado "humilhante" para o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan.
O canal, segundo o Hürriyet, segue uma linha ideológica "kemalista" - relativa ao primeiro presidente da Turquia moderna, Mustafa Kemal Atatürk - e é considerado próximo do Partido Republicano do Povo (oposição).
Os grandes canais de notícias turcos têm sido criticados, sobretudo depois de, no primeiro sábado de manifestações, a CNN-Turquia emitir um documentário sobre pinguins enquanto se registavam violentos confrontos entre a polícia e manifestantes na praça Taksim.
O pequeno canal Ulusal TV, um dos multados, "respondeu" dias mais tarde interrompendo a transmissão em directo de um discurso de Erdoğan para transmitir imagens de pinguins.
Nos últimos dias, e depois das críticas, a cobertura dos protestos tem sido mais frequente e a edição digital do diário Radikal, próximo da oposição, oferece imagens em directo 24 horas da praça Taksim.
A praça, vizinha do parque Gezi, estava hoje de manhã relativamente calma, apesar de ao longo de toda a madrugada se terem registado confrontos entre a polícia e manifestantes.
Um forte dispositivo policial mantinha-se na praça, com os polícias alinhados atrás dos canhões de água estacionados frente a cada uma das ruas adjacentes.
A polícia tomou de assalto na terça-feira de manhã a praça Taksim, onde milhares de manifestantes permaneciam desde 01 de Junho. Os confrontos com a polícia prolongaram-se por várias horas, numa batalha que terminou com dezenas de feridos, alguns em estado grave. Ao princípio da noite, milhares de manifestantes regressaram à praça.
Na capital, Ancara, a polícia interveio na terça-feira à tarde para dispersar cerca de 5.000 pessoas que se manifestavam para exigir a demissão do primeiro-ministro.
Hoje de manhã, a polícia tentava dispersar várias dezenas de manifestantes que se mantinham no parque Kuğulu, no centro de Ancara.
Erdoğan tem previsto receber hoje à tarde (14:00 em Lisboa) uma delegação de duas dezenas de representantes dos manifestantes. No entanto, a lista de representantes estabelecida pelas autoridades é contestada por algumas das organizações ligadas aos protestos, nomeadamente a plataforma de 116, na origem do movimento de protesto em Istambul, que não consta da lista.
Outros movimentos, como a organização ambientalista Greenpeace, recusaram o convite em protesto contra a actuação da polícia na terça-feira e a intransigência de Erdoğan, que na terça-feira voltou a definir os manifestantes como "extremistas" e a recusar qualquer tolerância.
Segundo o mais recente balanço divulgado pelo sindicato dos médicos turcos, a vaga de protesto fez quatro mortos, três manifestantes e um polícia, e perto de 5.000 feridos, várias dezenas dos quais em estado grave.
A vaga de protestos começou depois de, a 31 de Maio, a polícia ter recorrido à força para dispersar uma manifestação contra a construção de um centro comercial no parque Gezi. Essa carga policial desencadeou uma série de grandes manifestações em toda a Turquia exigindo a demissão de Erdoğan, no poder desde 2002.
 
(Fonte: Lusa/ RTP)

Primeiro-ministro diz que protestos acabarão “em 24 horas”

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, anunciou ter dado ordens ao ministro do Interior para acabar com as manifestações que duram há 12 dias e provocaram quatro mortos: três manifestantes e um polícia.
“Isto estará acabado em 24 horas”, disse Erdoğan, afirmando que as forças de autoridade terão uma actuação diferente do que até aqui, mas que os manifestantes não devem ser magoados.
O governante esteve reunido com 11 representantes dos manifestantes, num encontro que terminou com a possibilidade de um referendo entre os habitantes de Istambul em relação ao destino do parque Gezi.
“O resultado concreto da reunião é o seguinte: podemos levar este assunto a referendo. Não para a Turquia inteira, mas perguntaremos aos cidadãos de Istambul”, resumiu Hüseyin Çelik, porta-voz do partido no poder, o AKP, citado pelo jornal turco de língua inglesa Hurriyet Daily News.
Çelik apelou ao fim dos protestos: “Dirijo-me aos meus jovens irmãos que protestam, dormem, comem e bebem no parque Gezi. Dada esta decisão sobre a possibilidade de um referendo, creio que, depois deste gesto de boa vontade, o parque Gezi deve ser esvaziado e a vida deve voltar ao normal”.
 
(Fonte: Público)

11 junho 2013

Erdoğan acusa manifestantes de golpe de Estado encapuzado

O primeiro-ministro turco acusa os manifestantes da Praça Taksim de prejudicarem “deliberadamente” a imagem e a economia da Turquia.
Recep Tayyip Erdoğan, que discursou perante o grupo parlamentar do seu partido, o AKP, vai mesmo mais longe e acusa-os de tentativa encapuzada de golpe de Estado. “Podem plantar árvores, podem fazer tudo isso, não há obstáculos. Mas apresentar a situação como se houvesse obstáculos à liberdade é uma tentativa de encontrar alternativas ao que não conseguiram fazer nas mesas de voto. As questões ambientais são usadas para diferentes acções, diferentes objectivos e mentalidade, mas também são usadas para disfarçar um levantamento ilegal contra um Governo democraticamente eleito”, afirmou Erdoğan. O discurso de Erdoğan, muito aplaudido pelo seu partido, ocorreu poucas horas depois de a polícia ter desalojado, pela força, os manifestantes que, há cerca de uma semana, assentaram arrais na praça Taksim, em Istambul.
 
(Fonte: Euronews)

08 junho 2013

As manifestações na Turquia no traço de ilustradores portugueses

 
A violência das imagens que passam nas televisões, que se vêem nas redes sociais e nas notícias online; as conversas com os amigos turcos fizeram um colectivo de ilustradores portugueses despertar para o que se está a passar na Turquia por estes dias.
Aquilo que começou por ser um protesto pacífico contra os planos de remodelação do Parque Gezi, no último dia de Maio, transformou-se num protesto diário contra o Governo de Recep Tayyip Erdoğan, em parte devido à intervenção violenta da polícia sobre os manifestantes.
Os canhões de água e o gás pimenta usado para dispersar os manifestantes têm corrido mundo em fotografias que começam a tornar-se simbólicas e que revelam a violência que se vive naquele país, acredita um grupo de ilustradores de Lisboa, Porto e Coimbra que, de forma espontânea e numa semana, expressaram no papel, através da ilustração, os dias que se vivem na Turquia.
O conjunto das ilustrações dos 13 artistas chama-se "Ilustrações para a Turquia: Pelo direito à liberdade, à justiça e à protecção do Estado". O objectivo é manifestar "através do seu trabalho, a solidariedade devida a quem, pondo em risco a própria vida, defende por estes dias na Turquia os direitos da Humanidade", escreve Pedro Rodrigues, porta-voz do colectivo de ilustradores, num texto enviado ao PÚBLICO.
Pedro Rodrigues recorda que os órgãos de comunicação social turcos não passam a informação e ignoram os acontecimentos, recorda que o acesso à Internet e às comunicações móveis foi bloqueado pelo Governo. Por isso, o colectivo criou uma página no Facebook, onde procuram passar informação. É nessa página que estas ilustrações serão publicadas. O próximo passo é editá-las num fanzine. "Queremos usar todos os meios para conseguir a maior divulgação possível, para que as pessoas em Portugal tomem consciência do que se está a passar numa sociedade democrática. É uma questão de direitos humanos, é uma questão universal", explica o porta-voz em entrevista ao PÚBLICO.
"Estes alertas são importantes para não esquecermos o que se passa à nossa volta. Se quisermos pensar em nós [portugueses], o que se está a passar na Turquia é um sinal importante. Trata-se de um Governo legitimamente eleito, em democracia, que assume atitudes de estado autoritário e ditatorial. Isto deve fazer-nos reflectir", conclui Pedro Rodrigues.
 
(Fonte: Público)

07 junho 2013

Erdoğan exige fim “imediato” dos protestos

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, regressou ao país nas primeiras horas desta sexta-feira e exigiu o fim imediato das manifestações que pedem a sua demissão. “Estes protestos que estão no limite da ilegalidade devem acabar já”, disse Erdoğan, citado pela BBC, no aeroporto de Istambul. O primeiro-ministro turco foi ainda mais longe, segundo a AFP, e afirmou que os protestos “perderam o seu carácter democrático” e cederam “ao vandalismo”. Recebido por milhares de apoiantes no aeroporto – que gritavam “Estamos prontos para morrer por ti, Tayyip" ou "Vamos lá esmagá-los todos” –, Erdoğan apelou à calma e ao bom senso. “Vão para casa pacificamente”, pediu o chefe de Governo. A recepção a Erdoğan, que esteve de visita a países do Magrebe, é a primeira manifestação de apoio ao primeiro-ministro, desde o início dos protestos há uma semana. Enquanto o primeiro-ministro regressava a casa, prosseguiam as manifestações, especialmente na Praça Taksim, em Istambul, local que esteve na origem do protesto – ali ao lado o Parque Gezi dará lugar a um centro comercial numa recriação de uma caserna militar otomana. Antes de regressar a Istambul, Erdogan já tinha dito em Tunes que não recuará nos seus planos de construir a caserna e que as manifestações são feitas por uma minoria, em que estão terroristas.
 
(Fonte: Público)

06 junho 2013

Há Portugueses a desenhar nos protestos de Istambul



Chegou à Turquia a 30 de Maio, um dia antes da onda de protestos ter rebentado, em Istambul. Luís Simões está a fazer uma viagem pelo mundo, a World Sketching Tour, e ficou surpreendido com o que viu na praça Taksim, naquela cidade. “Pelas artérias até Taksim havia muitas pessoas, ouviam-se gritos, alguns turistas bebiam cervejas tranquilamente, inconscientes do que se passava”, relata.

O que se passava era uma das várias manifestações na cidade turca. Começaram por ser contra a decisão de construção de um centro comercial no parque Gezi — um acampamento pacífico — e evoluíram para demonstrações de descontentamento com o governo de Recep Tayyip Erdoğan.

“A violência da carga policial da madrugada de 31 de Maio, recorrendo a gás-pimenta [sobre o acampamento pacífico], levou a que milhares se juntassem durante o dia para protestar contra a actuação da polícia”, relata Pedro Fernandes, a viver em Istambul desde 2012, junto a Taksim. “Decidi fazer a cobertura desenhada do que se passava para registo futuro e para partilhar com a comunidade de desenhadores Urban Sketchers.”

“O cenário de guerra está montado entre Taksim e Beşiktaş e todas as noites existem manifestações grandes nessa zona, assim como pequenos movimentos por toda a parte em Istambul”, diz Luís. Os dois portugueses — um recém-chegado, o outro já habituado à cidade — estiveram juntos a desenhar, após os confrontos com a polícia, no bairro de Beşiktaş, e ainda sofreram as consequências do gás-pimenta.

Para Luís foi “impressionante” poder registar, no papel, o que acontecia. “A minha mão tremia muito e foi difícil estar concentrado [...] Havia o medo de que a polícia voltasse a atacar a praça e corria o perigo de ficar ali preso”, descreve. “A verdade é que ainda não consegui digerir bem tudo o que está a acontecer e sempre que olho para o desenho fico incomodado.”

Um domingo (quase) normal em Gezi
Depois de sexta-feira e sábado (31 de Maio e 1 de Junho, respectivamente) terem sido dias agitados, Pedro decidiu passar pelo Parque Gezi — cuja hipótese de destruição despoletou os protestos — “para ver como estavam as coisas”, no domingo. “O ambiente era ‘piqueniqueiro’, muitas famílias tinham trazido as crianças para brincar no parque infantil”, retrata.

Enquanto isso, em Taksim, “jaziam carcaças de automóveis” e as pessoas “passavam em frente das retro-escavadoras esventradas”. “Tentei desenhar o enorme aparato policial em Beşiktaş, mas sempre com bastante prudência e discrição. Houve tantas detenções e espancamentos aleatórios nestes últimos dias... — e eu nenhuma vontade tinha em fazer parte dessa estatística”, confessa Pedro.

A reacção de quem passa e vê pessoas a desenhar “varia muito”: muitos acham “curioso” e param para olhar, outros fotografam, refere Pedro. Há quem tente conversar num misto de “turco inglês e até alemão” e quem “peça desculpa pela actuação da polícia”. Uma perguntou-lhe, ao saber que era estrangeiro, se teve medo. “Só da polícia”, respondeu.

Neste momento, diz, vive-se um impasse. “O primeiro-ministro recusa demitir-se, rejeita o recuo na construção do empreendimento de Taksim e acusa os manifestantes de serem anti-democráticos e estarem a ser manipulados pela oposição”, esclarece. Os manifestantes mantêm o cerco ao palácio de Dolmabahçe e as manifestações continuam em várias cidades turcas — as mais violentas em Istambul e Ancara.
 
(Fonte: Público)

05 junho 2013

Concentração em Lisboa solidária com protestos

Um grupo de percussionistas marcou nesta quarta-feira o ritmo de uma concentração frente à embaixada da Turquia em Lisboa sob o lema “Somos Todos Turcos”, em solidariedade com a “heróica luta e resistência do povo da Turquia”.
Cerca de 100 pessoas, sobretudo jovens e onde se incluíam diversos estudantes turcos, responderam ao fim da tarde ao apelo da Plataforma 15 de Outubro, que mobilizou o protesto através das redes sociais.
Na Avenida das Descobertas, onde se concentram diversas embaixadas, um grupo de polícias observava junto à representação turca a concentração que decorria no lado oposto da alameda, e onde se exibiam bandeiras turcas e numerosos cartazes, alguns a apelaram aos condutores para buzinarem em sinal de solidariedade.
“Apitem por Istambul”, era um dos placares exibidos por uma efusiva manifestante com um longo vestido vermelho com o crescente branco da bandeira turca, num incentivo aos condutores. Muitos aceitaram o desafio.
“Dayanisma/Solidariedade”, “A Liberdade é Laica”, “Parem a violência contra a democracia”, “Fim à censura dos media. Fim dos ataques à democracia”, os dois últimos cartazes escritos em inglês, dançavam ao ritmo dos batuques os percussionistas, com o ritmo imposto por um jovem com apito.
“O objectivo é demonstrar solidariedade (…) também estamos contra o nosso Governo tal como eles estão, e vimos prestar solidariedade, temos esse ponto em comum. Enquanto o povo turco estiver na rua a lutar heroicamente e com coragem pelos seus direitos será um exemplo para nós, e queremos mostrar-lhes que estamos solidários ”, disse à Lusa Sofia Rajado, da Plataforma 15 de Outubro. “Na sexta-feira há outro acto de solidariedade aqui, e também estaremos presentes”, acrescentou.
A concentração ocorreu seis dias após o início dos confrontos no Parque Gezi, perto da Praça Taskim em Istambul, na sequência da mobilização de diversos grupos da sociedade civil contra um controverso plano urbanístico.
De imediato, e após a violenta intervenção policial que provocou dezenas de feridos, o protesto ganhou uma dimensão política e com dimensão nacional contra o Governo do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan, que desde 2002 lidera um Executivo islamita-conservador.
“Todos os que conheço, a minha família, namorada, amigos estão na resistência, a resistir à violência da polícia, e todos os dias são gaseados pela polícia. Estamos aqui para fazer parar esta violência da polícia e as políticas de Erdoğan”, refere com convicção Ozhan, 25 anos e que frequenta um doutoramento na Fundação Gulbenkian.
“Os protestos decorrem em todas as cidades da Turquia, são milhões em todas as ruas, mas os principais media turcos ignoram-nos. Não mostram nada, apenas belos documentários num belo contexto, enquanto milhões de pessoas estão nas ruas”, denuncia.
Ozhan recusa que a Turquia esteja agora fracturada em dois campos opostos. “São pessoas que procuram a sua liberdade, os direitos democráticos, os direitos humanos básicos, como a liberdade de expressão”, assegura.
“Não podemos falar em eleições livres se não existirem media livres no país. É verdade que Erdoğan foi eleito por 50% dos eleitores, mas isso não lhe dá o direito de oprimir a outra metade do povo. Este movimento começou contra a destruição de árvores no parque, começou verde mas agora tem todas as cores”, frisou.
Essa perspectiva era partilhada por Ali, 32 anos, que frequenta um doutoramento no Instituto Champalimaud. Natural de Ancara, considera que a repressão vai agora acentuar na capital turca.
“Existe a preocupação de que o Parlamento ou a presidência sejam atacados, mas a questão tem a ver com democracia, com escutar a opinião dos outros, porque vivemos todos no mesmo país”, declarou.
 
(Fonte: Público)

Os protestos continuam e utilizadores do Twitter são detidos



A contestação voltou à rua na Turquia, na noite de terça para quarta-feira, horas depois de o vice-primeiro-ministro, Bulent Arınç, ter pedido desculpa aos manifestantes feridos nos protestos contra as políticas islamizadoras do Governo.
Em Istambul e Ancara, a polícia usou gás lacrimogéneo e canhões de água para tentar dispersar centenas de manifestantes que, em ambas as cidades, ignorando ordens para dispersar, procuraram, segundo a AFP, chegar às instalações onde funcionam os gabinetes do primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdoğan.
Em Esmirna, a intervenção policial foi de outra natureza: 25 detenções por difusão de “informação errada” na rede social Twitter, noticiou a agência Anatólia. No domingo, Erdoğan tinha considerado o site de microblogging uma “ameaça” que estava a ser usada para espalhar “mentiras”.
Um dirigente do Partido Republicado do Povo (CHP), Ali Engin, disse que os detidos estavam a “apelar às pessoas para protestarem”.
Em Istambul, antes da intervenção policial, milhares de pessoas tinham-se concentrado na Praça Taksim, centro simbólico das manifestações em Istambul, num ambiente descrito pela BBC como de quase festa, devido ao discurso em que Arınç considerou os protestos “justos e legítimos” e lamentou o “excessivo uso da força” – embora tenha acrescentado que as manifestações foram entretanto tomadas “por elementos terroristas” e apelado ao seu fim.
Na que foi a quinta noite de protestos, houve também confrontos na cidade de Hatay, no Sudeste. A televisão privada NTV noticiou que dois polícias e três manifestantes ficaram feridos. Em Esmirna, onde ocorreram as detenções de utilizadores do Twitter, o ambiente foi de festa e a polícia manteve-se à margem, apesar de alguns jovens terem, segundo um repórter da BBC, destruído câmaras e arremessado tijolos.
A confederação sindical Disk anunciou entretanto a adesão, esta quarta-feira, a uma greve de dois dias de apoio aos manifestantes iniciada na terça-feira pela central sindical Kesk, que representa cerca de 240 mil trabalhadores do sector público.
Os protestos contra as políticas islamizadoras, o autoritarismo e a repressão já causaram dois mortos – um jovem de 22 anos morreu devido a ferimentos sofridos numa manifestação antigovernamental, em Antakya, de disparos de um atirador não identificado, e um manifestante foi atropelado, na segunda-feira, em Istambul.
A associação turca de direitos humanos calcula em mais de 2800 o número de manifestante feridos, muitos com gravidade, e 791 detenções. “Cerca de 500” detidos foram posteriormente libertados. Fontes oficiais quantificam em 300 o número de feridos que dizem serem maioritariamente elementos das forças de segurança.
Em Marrocos, em visita oficial, o primeiro-ministro disse que quando regressar “os problemas estarão resolvidos”.
 
(Fonte: Público)

04 junho 2013

Algo está a acontecer na Turquia

Na Turquia, milhares de pessoas estão nas ruas a protestar contra o Governo e contra o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan. Liberais, secularistas, islamitas, esquerdistas e nacionalistas, entre outros, todos convergem para um mesmo centro gravítico de protesto. Independentemente das filiações ou simpatias políticas, religiosas ou ideológicas, todos os que discordam das políticas de intolerância do Governo cantam nas ruas "lado a lado, contra o fascismo" ou "Governo para a rua!". Erdoğan designa-os de pequeno grupo de marginais. Contudo, para além de serem aos milhares, esta multidão inclui cidadãos comuns que querem exprimir o seu descontentamento com o Governo. Os manifestantes têm tido como resposta a violência policial desmesurada e a desconsideração dos meios de comunicação turcos. Porém, devido à partilha nas redes sociais das fotos e dos vídeos da reação violenta do Governo, mais e mais pessoas saem das suas casas para se juntarem à multidão. Apesar dos protestos terem começado em Taksim, indicado nos guias turísticos como o coração de Istambul, rapidamente se alastraram a muitas outras zonas de Istambul e da Turquia.
Os protestos em larga escala foram desencadeados pelo uso desproporcionado da força policial contra um pequeno grupo de pacifistas que se manifestavam pela preservação do parque Gezi. O parque Gezi está situado na praça de Taksim e é uma das únicas áreas verdes do centro de Istambul. Os protestos começaram na segunda-feira de 27 de Maio com um assentamento pacífico, uma tentativa para impedir um projecto imobiliário que visa substituir o parque por um centro comercial. Durante vários dias e várias noites, cerca de 50 pessoas levaram a cabo um protesto que envolvia piqueniques, música e leituras. Quando a polícia usou canhões de água e puxou fogo às tendas para dispersar os manifestantes, mais pessoas se juntaram ao protesto. E quanto maior o número de manifestantes, maior o nível de violência policial. Na sexta à noite (1 de Junho), milhares de pessoas (muitas delas nunca participaram numa manifestação) saíram de casa e encheram Taksim. E foram para Taksim mesmo sabendo que teriam que enfrentar o gás lacrimogéneo, usado de forma regular pela polícia turca nas manifestações do último mês. Como previsto, tiveram de aguentar com o gás. Enquanto a polícia cercava a zona de Taksim, e usava gás lacrimogéneo em todas as ruas daquela zona da cidade, as multidões cantavam: "venha o gás, venha o gás! Tirem os capacetes e larguem o bastão para ver quem é mais duro". Entretanto, mais pessoas começaram a encher as praças de outras cidades turcas. Nas áreas residenciais gente de todas as idades saiu para a rua a bater em tachos e panelas. No momento em que estas palavras estão a ser escritas, as manifestações, a violência policial e a negação do caráter maciço deste protesto por parte de Erdoğan continuam.
Protestos desta dimensão nunca poderiam ter como causa única a questão do parque Gezi. O descontentamento na sociedade turca tem vindo a crescer com a intensificação dos ataques a todo o tipo de oposição ao partido do governo (AKP - Partido da Justiça e do Desenvolvimento). O AKP, fundado em 2001 por membros dos partidos islamitas anteriormente ilegalizados, definiu-se como um partido conservador democrata e assegurou que seria o pioneiro da democracia e da tolerância. Em 2002 venceram as eleições com 34% dos votos e formaram um Governo de partido único. Em 2007 aumentaram a base de apoio para 43% dos votos. E em 2011 chegaram aos 50%. Este sucesso traduziu-se em grandes níveis de confiança nos membros do Governo. O líder do partido, e primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan, referiu várias vezes "o meu povo votou em mim, eu tenho a autoridade popular. Não preciso de pedir autorização a ninguém para levar a cabo as minhas políticas". O sucesso eleitoral do AKP foi acompanhado por um período de estabilidade e progresso económico. Durante os seus mandatos a economia recuperou da crise turca de 2001, a Turquia tornou-se na 16.ª economia mundial e conseguiu recuperar dos efeitos da crise financeira mundial. No entanto, os resultados económicos tiveram como contrapartida o aumento da intolerância à crítica política. As prisões e as detenções generalizadas de jornalistas e estudantes que criticam o Governo foram um dos maiores exemplos de intolerância à oposição. Actualmente, existem mais de 100 jornalistas detidos/presos/condenados devido às suas opiniões, publicações e, nalguns casos, pré-publicações. Como referido num artigo dos Jornalistas sem Fronteiras, " A Turquia é neste momento a maior prisão do mundo para jornalistas, um triste paradoxo para um país que se apresenta como um modelo regional de democracia".
As restrições oficiais à celebração dos feriados nacionais na Turquia têm sido um motivo de preocupação para os secularistas republicanos. Em Outubro de 2012, a proibição governamental da caminhada, levada a cabo por cidadãos e altos-cargos oficias, ao Mausóleu de Kemal Atatürk, fundador da Republica Turca, no Dia da Republica Turca, gerou uma grande sublevação nacional. As pessoas que ainda assim decidiram visitar o túmulo de Ataturk com bandeiras da Turquia na mão, depararam-se com o bloqueio policial e com gás lacrimogéneo. O líder do maior partido da oposição o CHP (Partido Popular Republicano, conhecido como o partido de Atatürk por ter sido fundado por este) também estava entre a multidão.
O 1.º de Maio, o Dia do Trabalhador, também sofreu restrições. O governador de Istambul proibiu todo tipo de celebração ou manifestação na praça de Taksim, vista desde há muito como um local símbolo da resistência e da liberdade. Para impedir o acesso a Taksim, os transportes públicos foram suspensos e o acesso a uma ponte pedonal foi bloqueado.
Outro aspecto que alimenta a crescente revolta contra o possível desaparecimento do parque Gezi está relacionada com a política governamental continuada de destruição de monumentos históricos e culturais em Istambul. Recentemente, os históricos cinema Emek e a pastelaria Inci, reconhecidos como património de Taksim, foram demolidos apesar do desagrado da população. A polícia usou gás lacrimogéneo num pequeno grupo de manifestantes pacíficos pela salvaguarda do cinema Emek, um grupo de artistas que incluía actores e actrizes nacionais famosos. De facto, o uso excessivo de gás lacrimogéneo, canhões de água e bastões em manifestantes tem vindo a tornar-se tão usual que, ainda antes dos protestos do parque Gezi se terem iniciado, um cidadão dos EUA residente na Turquia queixou-se de ter sido sujeito a gás lacrimogéneo por três vezes numa semana enquanto se dirigia a pé para o local de trabalho em Taksim.
Outro factor de agravamento da insatisfação popular tem sido a percepção de crescente intromissão governamental no estilo de vida da população. Esta tomada de consciência foi agravada no início da semana passada quando o Parlamento turco aprovou leis para restringir o consumo de bebidas alcoólicas. Na mesma altura houve um "protesto de beijos" em Ancara contra as advertências dadas pelos maquinistas do metro para que os passageiros "agissem de acordo com as leis morais".
Por último, o silêncio dos meios de comunicação social turcos relativamente aos protestos do parque Gezi tem contribuído de forma significativa para a intensificação do mal-estar da população. No fim de semana não houve cobertura jornalística dos milhares de manifestantes atingidos em várias cidades turcas com gás lacrimogéneo, balas de borracha e jactos dos canhões de água. As redes sociais foram (e, em grande medida, continuam a ser) a única via de comunicação para os manifestantes. Quem não tem acesso à internet muitas vezes ignora o que está a ocorrer nas suas próprias cidades. Um jovem escreveu no facebook: "Eu vivo em Taksim, nos últimos dois dias a minha casa tem estado cheia de gás lacrimogéneo, e os meus pais não me ligaram uma única vez porque não fazem ideia do que se está a passar."
A mobilização de pessoas através das redes sociais não foi bem acolhida pelo primeiro-ministro. Erdoğan declarou inclusive que "as redes sociais são uma fonte de problemas", e que aqueles que estavam a protestar não passavam de um grupo de delinquentes, marginais com ideias terroristas. Chegou ainda a ameaçar os manifestantes com a pena de morte, abolida na Turquia em 2002. Afirmou também que "para cada 100 000 manifestantes, trarei para as ruas 1 000 000 do meu partido." Erdoğan assegurou que não irá recuar e que mandará até construir uma mesquita junto ao centro comercial da praça Taksim.
Apesar de tudo, os manifestantes turcos parecem contentes. Parecem acreditar numa Turquia melhor, tolerante e democrática. Parecem apreciar o crescente sentimento de tolerância. Os adeptos de clubes de futebol rivais (quem conhece a sociedade turca sabe bem a intensidade desta rivalidade), os religiosos, os liberais, os esquerdistas, os nacionalistas, os gays, as prostitutas, os curdos, os alevis, protestam lado a lado e ajudam-se mutuamente. Os cartazes erguidos pelos manifestantes com o mote"uma árvore morre, uma nação acorda" é reveladora dos sentimentos das pessoas que inundam as ruas turcas nos dias que correm.


(Fonte: Selin Turkes/Expresso)