27 abril 2008

Primeiro-ministro turco visita Damasco para negociar paz com Israel

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, deslocou-se no Sábado à capital da Síria, onde afirmou pretender fazer retomar as conversações directas entre Damasco e Israel para uma paz duradoura.
Erdoğan esteve na Síria durante cinco horas, tendo-se encontrado com o Presidente Bashar Assad para discutir a melhoria de relações com Israel.
"Houve um pedido da Síria e de Israel para este tipo de esforço e a Turquia fará o seu melhor nesse sentido", disse Erdoğan antes de iniciar o regresso à Turquia.
"Esse esforço começará nas instâncias inferiores e, se tiver êxito, dará lugar à decisão das mais altas instâncias", declarou Erdoğan.

(Fonte: RTP)

Sarkozy pondera referendar entrada da Turquia na UE

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou na passada quinta-feira que, se a questão se colocar, fará um referendo à entrada da Turquia na União Europeia, recordando a sua oposição à adesão numa entrevista televisiva que assinalou o seu primeiro ano no Eliseu.
"Sempre me opus à entrada da Turquia" na União Europeia, "a Turquia não se localiza na Europa", afirmou Sarkozy, esclarecendo que pondera o uso do referendo neste caso concreto mas não o pretende tornar regra para todas as futuras adesões.

(Fonte: RTP)

Fundação dos Direitos Humanos da Turquia denuncia aumento da tortura na Turquia


A Fundação dos Direitos Humanos da Turquia (TIHV) denuncia no seu último relatório que os casos de tortura no país têm crescido, apesar da sua aproximação à União Europeia.
Metin Bakkalci, secretário-geral da TIHV, anunciou a publicação do “Atlas da Tortura” ("Iskence Atlası"), e acusou as autoridades por permitirem que esta prática continue na Turquia. “O Atlas e outros estudos da nossa fundação demonstram que a prática da tortura está a crescer na Turquia. Aumenta em número, intensidade e é realizada com menos escrúpulos inclusive”, afirmou Bakkalci.
Segundo o relatório, que conta com 236 páginas, mais de um milhão de pessoas foram torturadas no país desde o golpe de Estado de 1980.
A TIHV é uma organização independente que atende vítimas em cinco centros da Turquia e é financiada principalmente através de colaborações de ONGs europeias.

(Fonte: SRZD)

26 abril 2008

Jogadores brasileiros impressionados com os adeptos turcos


Este Domingo disputa-se o dérbi de Istambul entre o Galatasaray e o Fenerbahçe, duas das principais equipas da Turquia.
Os Brasileiros que actuam nestas duas equipas estão impressionados com a rivalidade entre os dois clubes.
O Galatasaray, que fica do lado oriental de Istambul conta com Lincoln. Já o Fenerbahçe, do lado ocidental, conta com uma verdadeira legião de brasileiros: além do técnico Zico, jogam por lá Edu Dracena, Roberto Carlos, Wederson, Marco Aurélio, Deivid e Alex.
Segundo Lincoln, que já disputou clássicos como Atlético x Cruzeiro e Schalke 04 x Borussia Dortmund, nada se compara ao dérbi turco. "Cheguei aqui há menos de um ano e fico impressionado. A Turquia pára. Tudo gira em torno do clássico. Nunca vi uma rivalidade parecida. Só para se ter uma ideia, todos os bilhetes foram vendidos em apenas 25 minutos", contou Lincoln, que participou no último (e tumultuado) jogo da Taça da Turquia entre as duas equipas no último mês de Fevereiro.

Aviões turcos bombardearam o norte do Iraque

Fontes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) confirmaram que aviões turcos bombardearam na passada quarta-feira o norte do Iraque sem provocar vítimas.
O responsável de Relações Públicas do PKK, Ahmed Deniz, disse que "aviões militares turcos bombardearam as montanhas de Hakurk, na fronteira entre o Iraque, Irão e Turquia, dentro da província iraquiana de Erbil".
Segundo Deniz, o ataque ocorreu entre as 4h30 e as 5h (2h30 e 3h em Lisboa). "As nossas tropas (do PKK) dispararam contra os aviões, que abandonaram a área", disse o porta-voz. Afirmou que a Turquia ainda continua a concentrar tropas perto da fronteira com o Iraque, embora ainda não tenham entrado no país vizinho. "A luta continua no norte do Curdistão, no sudeste da Turquia", ressaltou. Antes, a rede de televisão "CNN Türk" tinha informado que quatro aviões da Força Aérea turca realizaram uma incursão na região de Hakurk contra bases da guerrilha separatista curda.
Entretanto, o Exército turco informou que "neutralizou" combatentes do PKK que tentavam infiltrar-se na Turquia a partir do norte do Iraque para cometer atentados.
No seu site, o Estado-Maior do Exército turco comunicou que os membros do PKK "foram neutralizados" ao serem atacados com aviões da Força Aérea turca na quarta-feira (23), mas não informou se houve vítimas.
Em Fevereiro, o Exército turco fez uma incursão militar de oito dias contra as bases do PKK no Iraque e, desde Dezembro, bombardeia periodicamente supostas posições curdas do outro lado da fronteira, de acordo com uma autorização governamental para efectuar operações além das fronteiras durante um ano.

(Fonte: EFE)

22 abril 2008

Benfica terminou a Volta à Turquia no quarto lugar por equipas


O ciclista do Benfica Javier Benitez classificou-se no Domingo em sexto lugar na última etapa da Volta à Turquia, competição em que a formação portuguesa terminou em quarto lugar na classificação geral por equipas.
O corredor espanhol concluiu a última tirada entre Antalya e Alanya, numa distância de 136,6 quilómetros, integrado no pelotão, com o Argentino Ariel Maximiliano Richeze a ser o mais rápido no sprint e a cortar a meta com o registo 3.56.44 horas.
Também integrados no pelotão, Edgar Pinto foi 35º, o Búlgaro Danail Petrov posicionou-se em 38º, José Azevedo quedou-se pelo 53º posto, Tiago Claro no 56º e José Mendes no 86º.
Na geral individual, Petrov foi quinto, a 1.38 minutos do vencedor da Volta à Turquia, o Espanhol David Garcia Dapena, enquanto José Azevedo ocupou o 13º lugar. Benitez foi 30º colocado.
Na classificação geral colectiva, a vitória pertenceu à Serramenti Pvc Diquigiovanni. Silence-Lotto e a Saunier Duval-Scott precederam o Benfica, quarto entre 22 formações.

(Fonte: Diário Digital)

18 abril 2008

Chipre: retomadas conversas sobre reunificação

Um novo processo sobre a reunificação do Chipre foi retomado hoje em Nicósia sob mediação da ONU, com uma rápida cerimónia e com o início do trabalho preparatório por delegações das duas comunidades que dividem a ilha desde 1974: a greco-cipriota e a turco-cipriota.
A enviada especial da ONU Elizabeth Spehar lembrou a "histórica" abertura da rua Ledras em Nicósia no dia 3 pela primeira vez desde 1974, como "um sinal para uma solução aceitável sobre o problema de Chipre", ressaltou. "Acredito que hoje temos outro novo sinal positivo", acrescentou a alta funcionária internacional."
A cerimónia de hoje constitui um início bem sucedido", disse o representante turco-cipriota, Ozdil Nami, que destacou que "o que não foi conseguido em 20 meses foi alcançado em 20 dias".
Georgios Iacovou, delegado greco-cipriota nas conversas de hoje, qualificou de "histórico" o momento vivenciado por Chipre, e expressou o seu desejo de que o trabalho dos grupos de negociação e dos comités técnicos "seja um passo em direcção à reunificação da ilha".
Após os discursos, foi dado sinal verde para as reuniões de seis grupos de trabalho e sete comités técnicos integrados por delegados e especialistas de ambas as comunidades, no antigo aeroporto de Nicósia, onde actualmente está a sede da missão da ONU em Chipre.
O trabalho desses grupos centrar-se-á em assuntos quotidianos relacionados com o problema da divisão da ilha e na preparação das negociações que deverão ser retomadas ao mais alto nível.
O Chipre está dividido desde que o Exército turco invadiu a sua parte norte em 1974, após um golpe de Estado nacionalista greco-cipriota que contava com o apoio do então regime militar de Atenas. A República do Chipre, de maioria grega e que ocupa dois terços da ilha, é reconhecida pela comunidade internacional, e desde 2004 é membro da União Europeia (UE), enquanto que a autoproclamada República Turca do Norte do Chipre, presidida por Mehmet Ali Talat, só é reconhecida pela Turquia.

(Fonte: EFE)

Turquia domina no levantamento de pesos


O Campeonato Europeu de levantamento de pesos, realizado na cidade italiana de Lignano Sabbiadoro, só tem atenções para o tricampeão olímpico Halil Mutlu, da Turquia, que pretende conquistar este ano a sua quarta medalha de ouro em Olimpíadas.
Desde 2005 ausente de competições, Mutlu voltou este ano para continuar a sua brilhante carreira de conquistas. Ele é o campeão de Atlanta-96, Sydney-2000 e Atenas-2004, e, se vencer em Pequim, será o primeiro levantador de pesos da história a conseguir o feito de ser tetracampeão olímpico.
Na categoria dos 56kg terminou em segundo lugar geral, atrás do moldavo Igor Baur. Ambos levantaram 269kg. No entanto, a marca é muito inferior ao recorde do Turco, que já conseguiu erguer 305kg, actual recorde mundial.
Já no feminino, quem se destacou foi a também Turca campeã olímpica Nurcan Taylan, que conseguiu o ouro na categoria 48kg, ao levantar a marca de 196kg.

(Fonte: Gazeta Esportiva)

Volta à Turquia em bicicleta: Danail Petrov do Benfica no quinto lugar da classificação individual geral


O Búlgaro do Benfica, Danail Petrov, continua a ocupar o quinto lugar da classificação individual geral da Volta à Turquia após ter terminado no pelotão a quinta etapa entre as cidades de Kalkan e Finike, a mais curta da prova com 100,1 quilómetros, que ficou marcada por uma fuga de sete corredores e em que a vitória coube ao italiano Matteo Primiano (CFS) já vencedor na segunda etapa.
O pelotão travou uma verdadeira batalha na perseguição aos fugitivos, os quais, em estreita cooperação de esforços, nunca foram além de dois minutos de vantagem, mas defenderam-se bem e conseguiram guardar até à meta cerca de um minuto. Verdade seja, porém, que os corredores em fuga nunca causaram verdadeiro alarme no pelotão, pois todos eles registavam, na classificação geral, atrasos da ordem dos 10 a 13 minutos.
Deste modo, não se registaram alterações sensíveis na tabela classificativa, que continua liderada por David Garcia (KGZ) e na qual, além de Danail Petrov, colocado num excelente quinto lugar, os restantes benfiquistas mantiveram as suas posições.
"A fuga do dia, na sequência de sucessivos ataques, -- explicou Orlando Rodrigues -- obrigou as equipas dos ‘sprinters’ a um grande esforço, na parte final da etapa, para tentarem alcançar o grupo da frente e possibilitarem uma chegada em pelotão, mas não conseguiram esse objectivo porque nem todas elas se apresentavam completas. Pela nossa parte as coisas correram bem, pois todos os corredores do Benfica chegaram integrados no pelotão, não havendo, por isso, alterações na classificação, onde o Petrov mantém o seu magnífico quinto lugar."
Em relação à possibilidade de Petrov ainda subir na classificação, o director-desportivo do Benfica, comentou: "Até ao fim há sempre hipóteses dele subir um ou dois lugares, mas para já, com o seu quinto lugar na geral e o quarto por equipas, o Benfica tem dado nas vistas."
Amanhã realiza-se a sexta e penúltima etapa com partida de Finike e chegada a Antália, uma distância de 115,8 quilómetros.

(Fonte: Sapo Infordesporto)

17 abril 2008

Volta à Turquia: Benfica no quarto lugar da geral


Após a quarta etapa da 44ª Volta à Turquia em Bicicleta, o Benfica está em quarto lugar da geral e o seu melhor classificado na geral individual, Danail Petrov, mantém o quinto lugar.
Danail Petrov, ciclista búlgaro do Benfica, manteve o quinto lugar na Volta a Turquia em bicicleta, após a quarta etapa da prova, ganha pelo italiano Filippo Savini, que ligou Marmaris a Oludeniz, no sul do país. Na classificação geral, Petrov está a 1.38 minutos do espanhol Depena, que lidera, com 16:25.48, sendo José Azevedo o 13º, já a 10.20. Mais atrás aparece Javier Benitez, 31º, a 22.13, José Mendes, 75º, a 26.07, Edgar Pinto, 89º, a 35.33 e Tiago Claro, 90º, a 35.41. Por equipas, o Benfica ocupa a quarta posição, a 13:05 da líder, a Serramenti PVC.

(Fonte: RTP)

15 abril 2008

Benfica consegue 13º lugar no primeiro dia da Volta à Turquia


O Búlgaro Danail Petrov foi 13º, tendo sido o melhor classificado do Benfica no GP de Istambul, uma prova de "apresentação" da Volta à Turquia.
Disputada em sistema de circuito na distância de 72,6 quilómetros, foi ganha ao sprint pelo Suíço Gregory Rast (Astana), a uma média de 37.125 km/h. Nas posições imediatas terminaram Francesco Gianni e David Canada.
Petrov concluiu o circuito a menos uma volta dos primeiros classificados, ainda assim melhor do que os colegas de equipa Javier Benitez e José Azevedo, 19º e 22º classificados.
Edgar Pinto, Tiago Claro e José Mendes, incluíram o lote de 34 desistências.

(Fonte: Sapo Infordesporto)

Equipa Continental Profissional do Benfica na Volta à Turquia em Bicicleta


A equipa Continental Profissional do Benfica está a participar desde Domingo na Volta à Turquia em bicicleta que abriu com um circuito urbano na cidade de Istambul e se prolonga até ao dia 20, com um total de 1.071,8 quilómetros repartidos por oito jornadas.
Constituem a equipa os seguintes seis ciclistas: José Azevedo, Danail Petrov, José Mendes, Edgar Pinto, Javier Benitez e Tiago Claro, que estão, desde sexta-feira na capital turca acompanhados pelo 'manager' Justino Curto. Juntaram-se também a este grupo o director-desportivo Orlando Rodrigues e o médico Sabino Padilla.
Participam 25 equipas de seis corredores, com um total de 150 concorrentes, de entre as quais se destacam cinco do escalão ProTour, tais como a Astana, Lampre, Milram, Saunier Duval e Lotto, a que se juntam mais nove continentais, lote em que se inclui o Benfica, mais oito continentais e as selecções da Turquia, da Holanda e da Irlanda.

(Fonte: Sapo Infordesporto)

Durão Barroso diz que a UE e a Turquia "conseguirão grandes conquistas no futuro"

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, afirmou no passado Sábado em Istambul que a UE e a Turquia "conseguirão grandes conquistas no futuro".
Durante um cruzeiro no Estreito de Bósforo, Durão Barroso afirmou que a sua viagem de três dias à Turquia serviu para "aprofundar" o seu respeito pelo país. O presidente da Comissão Europeia definiu a sua visita como muito "frutífera", já que pode estar em contacto com o presidente turco, Abdullah Gül, e o primeiro-ministro do país, Recep Tayyip Erdoğan, além de representantes de vários sectores da economia turca.
Durão Barroso ressaltou que a sua visita à Turquia aconteceu num momento crítico, já que temas muito importantes estão a ser debatidos actualmente no país. "Na UE, não podemos permanecer indiferentes ao desenvolvimento dos eventos na Turquia. Estamos comprometidos com um futuro comum. Por isso, expressamos os nossos pontos de vista sobre o que ocorre na Turquia", acrescentou.
Durão Barroso explicou que incentivou Erdoğan, o seu Governo e os outros partidos com os quais se reuniu para "avançar nas reformas para pôr a Turquia perto da adesão à UE". "Pela nossa parte, quero ressaltar que a UE se compromete a continuar com as negociações de adesão", frisou.
Durante a sua estadia em Ancara, Durão Barroso conversou sobre vários temas, inclusive sobre Chipre e energia, e destacou que, apesar dos avanços, ainda há muitas coisas a fazer, principalmente nos campos da liberdade de expressão, e dos direitos sindicais, culturais, religiosos e das mulheres.
Durão Barroso disse que as reformas feitas até agora, como a extinção da pena de morte e a modificação do artigo 301 do Código Penal, que limita a liberdade de expressão, foram feitas "em benefício do povo turco". Em relação ao processo de ilegalização do Governo (Partido da Justiça e Desenvolvimento - AKP), Durão Barroso confessou-se "surpreso", mas não quis comentar sobre um caso que ainda está a decorrer na Justiça.

(Fonte: EFE)

12 abril 2008

Barroso apela para compromisso na defesa do laicismo de Estado e dos direitos das minorias

O presidente da Comissão Europeia garantiu ontem ser indispensável um compromisso da Turquia na defesa do laicismo do Estado e dos direitos das minorias, para uma boa condução do processo de adesão iniciado em 2005.
Falando num almoço com empresários e jornalistas em Istambul, no segundo de três dias de visita ao país, José Manuel Durão Barroso exigiu consensos políticos e sociais para as reformas em curso, insistindo no diálogo com a poderosa instância militar, bem como no respeito pelas liberdades de credo e expressão.
"As reformas só poderão seguir em frente se houver um consenso resultante do diálogo", afirmou Durão Barroso, segundo o qual "o debate social deve assentar no compromisso".
Barroso está na Turquia acompanhado pelo comissário para o Alargamento, Olli Rehn, num momento em que o Tribunal Constitucional turco tem em curso um pedido da oposição para a interdição do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, no poder) por alegadas actividades contrárias ao laicismo de Estado (consagrado na Magna Carta).
O AKP, do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan, gosta de se definir como um partido "democrático conservador", enquanto a oposição secularista o considera dominado por islamitas (saídos da classe média).
Os secularistas tradicionais, fiéis à herança republicana do fundador Mustafa Kemal Atatürk, são formados pelas elites urbanas muito influentes nas forças armadas, magistratura e universidades (intelectuais).
Se o Tribunal Constitucional banir de cena o AKP, poderão ficar comprometidas as negociações para adesão da Turquia à União Europeia (UE).
O presidente da Comissão Europeia visitou o patriarca Bartolomeu I, líder religioso de 250 milhões de cristãos ortodoxos, bem como o mufti muçulmano de Istambul.
Em Ancara, na quinta-feira, Erdogan assegurou na reunião da comissão UE-Turquia que este ano haverá progressos substanciais nas reformas.
O chefe da diplomacia turca, Ali Babacan, classificou a estada de Barroso de "muito importante" neste período de profundas transformações na Turquia, frisando que a meta é a adesão à UE.


(Fonte: RTP)

11 abril 2008

Durão Barroso discursou no Parlamento turco perante o olhar crítico do principal partido da oposição


O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, defendeu a interferência de Bruxelas nos acontecimentos políticos dos países candidatos e voltou a frisar a sua surpresa relativamente ao processo em tribunal contra o AKP, durante a sua primeira visita à Turquia desde que se tornou presidente da Comissão Europeia em 2004.
É a segunda vez que um presidente da Comissão Europeia visita a Turquia desde 1963.
Mantendo o seu olhar crítico relativamente ao processo legal que está a decorrer contra o partido do Governo (AKP), Durão Barroso disse ontem durante a sua visita a Ancara que o encerramento do partido do Governo não é uma acção usual num país democrático e estável. “Não podemos ficar indiferentes à não concordância de um país com os padrões da União Europeia. No entanto, respeitamos totalmente as decisões do Tribunal Constitucional,” disse Durão Barroso numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan no primeiro dia de uma visita crucial à Turquia.
Durão Barroso, acompanhado pelo comissário para o Alargamento da UE Olli Rehn, visitou o mausoléu do fundador da República da Turquia, Mustafa Kemal Atatürk, antes de se encontrar com o presidenete Abdullah Gül e com Erdoğan.
A oposição continua crítica relativamente a esta viagem do presidente da Comissão Europeia à Turquia, que coincide com o decorrer do processo judicial aberto no Tribunal Constitucional para encerrar o AKP (partido governante), e está a ser olhada por alguns como um apoio da UE ao Governo. Contudo, Barroso defendeu o envolvimento da Comissão Europeia nos acontecimentos políticos dos países candidatos.
“Se me perguntarem se eu fiquei surpreendido (sobre o processo judicial contra o partido do Governo), sim fiquei,” disse.
Barroso recusou comentar os detalhes do caso mas expressou o desejo de que o Tribunal Constitucional decida de acordo com a lei e com os princípios da UE.
Antes da sua chegada, Barroso enviou mensagens de secularismo e disse que o princípio do secularismo não pode ser imposto como uma religião. Na Turquia, Durão Barroso explicou o significado dessas suas palavras. “Existem diferentes formas de aplicar o secularismo. Por isso é que eu disse que o secularismo não é uma religião. O que é importante é a separação entre o Estado e a religião. Isso é o secularismo democrático.”
Por seu lado, Erdoğan disse, “Espero que esta visita seja um marco nas relações entre a Turquia e a UE,” sem mencionar o processo contra o seu partido. Reiterou a determinação do Governo em continuar com as reformas e pediu mais apoio à Comissão Europeia.
“Tenho a certeza de que serão abertos mais dois capítulos nas negociãções com a Turquia,” disse Barroso, sublinhando que a sua visita tem como objectivo o encorajamento do processo de reformas na Turquia, dizendo que ajudarão tanto a Turquia como a UE a atingirem um objectivo comum: a eventual adesão da Turquia à UE.
Uma das prioridades para a Turquia é o desenvolvimento da liberdade de expressão. Bruxelas insiste nos pedidos para a Turquia alterar ou eliminar ao artigo 301 do Código Penal, que é tido como um entrave à liberdade de expressão.
“A liberdade de expressão é muito importante mas eu não posso comentar a proposta actual,” disse Barroso, referindo-se à nova proposta do Governo de alteração do controverso artigo.

Durão Barroso falou no Parlamento turco

No seu discurso no Parlamento turco, Barroso não falou abertamente sobre o processo judicial contra o AKP, mas sublinhou a importância do fundador da Turquia Atatürk, que estabeleceu o Parlamento, criando um espaço legítimo para os cidadãos discutirem os seus problemas.
Barroso disse estar contente com as reformas levadas a cabo até agora na Turquia tendo em vista a adesão à UE. “É um trabalho comum que temos de fazer juntos. A abolição da pena de morte e dos tribunais do Estado, a supremacia das regulações internacionais sobre os códigos legais nacionais, o fortalecimento das igualdades entre mulheres e homens e os desenvolvimentos no código civil são bons exemplos,” disse Barroso, acrescentando estar satisfeito por saber que o Parlamento tomou medidas no sentido de diminuir os problemas das comunidades não muçulmanas da Turquia mediante alterações legais. "A Turquia precisa ainda de progredir nas relações entre a sociedade civil e o Exército, poder dos sindicatos, e nos direitos culturais, disse Barroso."
“A Comissão está totalmente consciente da ameaça terrorista no sudeste da Turquia. O PKK está em absoluto na lista de terroristas da UE,” disse Barroso, e sublinhou também que os direitos políticos e culturais dos Curdos deverão ser garantidos.
Barroso disse ainda que o nacionalismo está inteiramente de acordo com a integração no grande projecto que é o de ser membro da UE.

Durão Barroso encontrou-se com os partidos da oposição

Durão Barroso também se encontrou com os líderes dos partidos da oposição: Partido Republicano do Povo (CHP), Partido do Movimento Nacionalista (MHP) e Partido da Sociedade Democrática (DTP, pró-curdo).
A oposição criticou as visitas de Barroso e de Rehn. Em entrevistas concedidas minutos antes de Durão Barroso falar no Parlamento, Deniz Baykal, o líder do CHP, ameaçou abandonar o Parlamento se Durão Barroso falasse sobre o processo judicial que está a decorrer contra o partido do Governo (AKP).
Já o Partido MHP é contra qualquer alteração ao polémico artigo 301, defendendo que a autorização de qualquer insulto à identidade turca é inaceitável.

10 abril 2008

Durão Barroso avisa Turquia que proibição do partido do Governo terá consequências

Durão Barroso vai hoje e amanhã levar à Turquia uma mensagem de encorajamento das reformas necessárias para a adesão à União Europeia (UE), a par de um alerta implícito sobre o risco de interrupção do processo, em caso de proibição do partido AKP, no poder.
Para o presidente da Comissão Europeia, que decidiu manter uma visita prevista há longa data a Ancara e Istambul, apesar da crise político-institucional, "a Europa só pode aceitar uma Turquia democrática", com "um consenso sobre os valores democráticos", afirmou ontem. A análise em curso no Tribunal Constitucional de uma proposta de interdição do partido islamista moderado AKP e de mais de 70 dos seus membros, incluindo o primeiro-ministro, Recep Tayip Erdoğan, e o presidente da República, Abdullah Gül, acusados de querer criar um Estado islâmico, é "pelo menos fora do comum", afirmou Barroso. "Não é normal que um partido escolhido pela maioria do povo turco esteja sob este tipo de investigação." A Europa quer "uma Turquia secular e democrática" , insistiu, e não é possível "impor o secularismo pela força".
A visita, a terceira de um presidente da Comissão - depois de Walter Hallstein, nos anos 1960 e de Romano Prodi, em 2004 -, pretende marcar o apoio europeu à adesão de Ancara. Isto, através do "encorajamento das reformas" necessárias para alinhar a Turquia com as normas e valores da UE: liberdade de expressão, melhoria do controlo do poder político sobre o militar, garantia dos direitos e liberdades da minoria curda e das minorias religiosas ou luta contra a corrupção. Particularmente importante será a supressão do artigo 301 do Código Penal, que criminaliza os propósitos "antiturcos" e que já levou a tribunal vários intelectuais, incluindo o escritor e prémio Nobel Orhan Pamuk. Frisando que este artigo é "incompatível com a liberdade de expressão" defendida pela UE, Barroso considerou "um passo na direcção certa" a proposta para a sua alteração apresentada esta semana por deputados do AKP.
Para a UE, as reformas são cruciais para permitir o avanço das negociações de adesão, iniciadas em Outubro de 2005. Desde então, os 27 só abriram as conversações (obrigatoriamente por unanimidade) em seis dos 35 capítulos do direito comunitário (estatísticas, controlo financeiro, investigação científica, política industrial, protecção dos consumidores e redes transeuropeias). Barroso conta confirmar durante a visita a abertura, antes de Junho, de dois novos capítulos (direito das empresas e propriedade intelectual), e de mais dois ou três até ao fim do ano (como a energia ou a educação). Oito capítulos, ligados aos transportes e livre circulação de mercadorias, permanecerão congelados, enquanto a Turquia não abrir os portos e aeroportos aos navios e aviões de Chipre, um passo que Ancara condiciona à resolução do problema da divisão da ilha entre as comunidades grega e turca. O tom mais moderado assumido pelo novo presidente da República cipriota, Demetris Christofias, abriu uma nova fase de esperança nas negociações para a reunificação da ilha, que, a confirmar-se, impulsionará as aspirações de Ancara.
A adesão de Ancara continua a contar com a oposição da França, Chipre, Áustria, ou, de forma mais discreta, da Alemanha. Paris, que presidirá à UE no segundo semestre deste ano, aceita a abertura dos capítulos que permitam desembocar numa "parceria privilegiada", a solução que prefere à plena integração de Ancara. Ao invés, os Franceses recusam negociar questões expressamente ligadas à adesão, como a agricultura, política regional, orçamento, instituições ou união económica e monetária.

(Fonte: Público)

09 abril 2008

Durão Barroso visita Turquia "preocupado" com crise interna e para encorajar reformas

Durão Barroso realiza entre quinta-feira e Sábado uma visita oficial à Turquia, "preocupado" com a crise política interna e com uma "mensagem de encorajamento das reformas em curso", essenciais para a eventual adesão à União Europeia.
Apontando que a visita, agendada já há alguns meses, se dá "num momento especialmente importante", o presidente da Comissão Europeia sublinhou hoje que "a Europa obviamente só pode aceitar uma Turquia democrática, onde haja um consenso básico sobre os valores democráticos", razão pela qual segue com preocupação a actual situação no país.
Barroso, que falava numa conferência de imprensa em Bruxelas, referia-se à recente decisão do Tribunal Constitucional da Turquia de abrir o processo para a ilegalização do partido no governo, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, islamita moderado), por alegada acção contra o laicismo oficial do Estado.
"Estamos naturalmente preocupados com estas recentes evoluções, que são, pelo menos, fora do comum. Não é comum em nenhum país democrático estabilizado que haja um processo contra a maior força política e que as próprias figuras do Estado estejam elas próprias acusadas nesse processo", comentou, fazendo votos para que o processo "seja resolvido no pleno respeito pelo Estado de Direito e também pela democracia e vontade maioritária dos cidadãos turcos".
Assinalando que nesta sua deslocação - a primeira ao país enquanto presidente da Comissão - vai "ouvir as diferentes opiniões que existem na Turquia", tendo previstos encontros com o presidente da República, o primeiro-ministro, os partidos da oposição com assento parlamentar e ainda com associações económicas e líderes de opinião, Durão Barroso afirmou que leva "uma mensagem de encorajamento das reformas" e também uma ideia já manifestada segunda-feira em Lisboa. "Vou enviar à Turquia uma mensagem que é essencialmente esta: é essencial que a Turquia faça ver à Europa o interesse da Europa na adesão da Turquia. Nós, Europeus, temos que demonstrar aos Turcos o nosso interesse na Turquia, mas a Turquia tem de mostrar à Europa o que é que a Europa ganha com a Turquia", disse.
Nesta sua viagem, Barroso será acompanhado pelo comissário europeu para o Alargamento, Olli Rehn, estando previstas deslocações a Ancara e Istambul.
Os 27 iniciaram oficialmente negociações de adesão com a Turquia em Outubro de 2005, as quais estão organizadas em 35 capítulos temáticos, mas as conversações têm decorrido a um ritmo muito lento, tendo sido abertos apenas seis até hoje, os dois últimos dos quais durante a presidência portuguesa da UE, no segundo semestre de 2007.
O processo conheceu um grande revés em Dezembro de 2006, quando, devido à recusa de Ancara em abrir os portos a Chipre (membro da UE desde 2004), Bruxelas decidiu congelar oito dos 35 capítulos da negociação, todos eles relacionados com o Protocolo de Ancara de livre comércio entre a UE e a Turquia.
A ameaçar também seriamente o processo conta-se ainda a forte oposição a uma adesão da Turquia por parte do presidente francês, Nicolas Sarkozy, que no segundo semestre deste ano presidirá à União Europeia.

(Fonte: RTP)

08 abril 2008

Durão Baroso: Turquia deve "convencer a Europa"

O presidente da Comissão Europeia considerou, ontem, que a Turquia pode vir a ser membro da União Europeia, se respeitar todos os critérios, mas defendeu que o país deve convencer a Europa que é do interesse desta a sua integração.
"A Turquia pode vir a ser membro da UE se respeitar todos os critérios", declarou José Manuel Durão Barroso, adiantando, no entanto, que a sua integração "põe problemas de uma grande sensibilidade" e que há países europeus contra a adesão. Tendo em conta que a adesão à União exige a unanimidade dos Estados membros e que se ganha "também pelas opiniões públicas", Durão Barroso defendeu que os Turcos devem "convencer a Europa" que é do interesse desta "integrar a Turquia".
O presidente da Comissão Europeia, que inicia a 10 de Abril uma visita oficial à Turquia, respondia a perguntas após a realização de uma conferência na Faculdade de Letras de Lisboa sobre "A Europa e os desafios da Globalização", no âmbito dos 10 anos da licenciatura em Estudos Europeus. Segundo Durão Barroso, a visita à Turquia, a terceira de um presidente da Comissão Europeia ao país, "é muito importante". A visita visa acompanhar o processo de reformas de aproximação do país à UE e ocorre no meio das disputas internas na Turquia entre o governo islamita e o Estado laico. Durão Barroso é acompanhado pelo comissário europeu para o Alargamento, Olli Rehn, que já criticou a decisão do Tribunal Constitucional da Turquia de abrir o processo para a ilegalização do partido no governo, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, islamita moderado), por alegada acção contra o laicismo oficial do Estado. O comissário reiterou também que essa decisão do Tribunal Constitucional turco pode ameaçar a futura adesão do país à UE.
A propósito das adesões ao espaço comunitário, o presidente da Comissão Europeia declarou que "a Croácia será o 28 Estado membro, os países balcânicos poderão ser o conjunto seguinte e a Turquia poderá vir a seguir".

(Fonte: SIC)

06 abril 2008

Erdogan está ameaçado e precisa da UE


Artigo de Yavuz Baydar, colunista do jornal turco Today’s Zaman

O mais alto tribunal da Turquia tem de se pronunciar sobre dois pedidos de interdição de dois partidos presentes no Parlamento, um dos quais tem a maioria. Qual a gravidade da situação?

A Turquia está a mergulhar na pior crise desde o golpe militar em 1980. Dois dos cinco partidos com representação parlamentar estão ameaçados de serem banidos. O Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) e o pró-curdo DTP conseguiram quase 54 por cento dos votos nas eleições de Julho do ano passado e, juntos, têm 360 lugares no Parlamento. Nas províncias predominantemente curdas no Sudeste, estes partidos obtiveram 90 por cento dos votos. Todas as minhas fontes credíveis estão convencidas de que ambos vão ser mesmo banidos – portanto, os dois processos parecem já irreversíveis. As consequências na cena política e social são inimagináveis. O sistema pode não entrar em colapso, mas dizer que a situação é precária do ponto de vista da democracia é muito pouco.

Os apoiantes do AKP dizem que os procedimentos no Tribunal Constitucional são um golpe de Estado por meios legais. Pode dizer-se que são?

Há fortes sinais de uma acção legal bem engendrada para paralisar o AKP. Não é apenas uma acção legal, é uma acção política. Segue-se ao voto promovido pelo AKP – com a ajuda do ultranacionalista MHP e do pró-curdo DTP – para alterar a Constituição e autorizar o uso do véu islâmico nas universidades. Fora isso, não há muito mais no processo do que frases anti-seculares de deputados e presidentes de câmaras do AKP. É, de um ponto de vista legal, um caso ridículo, como tem sido descrito por muitos democratas na Europa. A acusação baseia-se num conjunto de discursos, mas o artigo 83 da Constituição garante a liberdade de todos os discursos – mesmo se eles constituírem um crime. Por isso, a acusação é inconstitucional e outra prova de quão politizado está o sistema judicial. O objectivo da “batalha legal” é derrubar [o primeiro-ministro Recep Tayyip] Erdoğan, invalidar o Governo e dividir o AKP – por esta ordem. A paralisia da democracia parlamentar está a tornar-se num facto.

Porquê?

Os prós e os contras podem ter sido calculados. O sistema burocrático nunca gostou do AKP. O processo de reformas tem sido consistentemente entendido como uma ameaça ao “sistema” que, aparentemente, queria uma erosão na maioria constitucional do AKP e a continuação de uma “velha ordem” sem os desafios de uma Constituição nova.

E o timing do caso contra o AKP?

O caso começou quando o AKP perdeu apetite por mais reformas europeias e demorou tempo a modificar o artigo 301 [que criminaliza o insulto à “identidade turca”]. Ao mesmo tempo, a aparente obsessão do AKP com o véu islâmico, a falta de comunicação e sinais contraditórios ajudaram a aumentar a tensão interna. Este clima pode ter proporcionado as condições perfeitas para a acção legal.

Como podem Erdoğan e [o Presidente Abdullah] Gül responder a esta acção? Se os líderes do AKP tentarem mudar a Constituição, o que acontece?

Erdoğan está perante a decisão “ser ou não ser”. Ele dá sinais de que vai ripostar com o mandato dado ao AKP nas eleições. Pode pegar em duas alterações constitucionais (que tornariam a proibição de partidos políticos muito mais difícil”) e levá-las a referendo. Tem uma maioria à justa para o fazer. Por isso, tem de fazer com que o AKP se mantenha unido. Mas pode haver dissidência e cisão no partido. Recep Erdoğan pode ainda tentar contar com os votos do pró-curdo DTP, mas o risco é que seja acusado de “cooperação com terroristas”. Além disso, o DTP quer do AKP que as acusações de separatismo violento não sejam razão para banir partidos. E isso não deve acontecer. Por isso, a liderança do AKP está a trabalhar num “pacote de liberdade”, que inclua mudanças constitucionais, leis dos partidos políticos e leis eleitorais e tenta chegar a consenso no Parlamento.

Se o AKP o fizer sozinho...

Pode levar as alterações (a interdição dos partidos) a referendo, com a aprovação de Gül, mas o CHP vai recorrer de novo ao Tribunal Constitucional. O tribunal irá – com certeza – decidir não apenas pela continuação da proibição do véu islâmico com base na actividade anti-secular (como quer o CHP) mas também – numa fase posterior – declarar o resultado do futuro referendo inválido com a mesma referência – “actividade anti-secular”. Por outras palavras, o acordo está feito. O AKP está encurralado, e apenas uma batalha democrática com a mesma aliança reformista pode quebrar este círculo vicioso. É possível ao AKP fazer campanha por reformas europeias, incluindo uma nova Constituição, com nova mobilização de massas? É muito difícil de dizer. Acho que não.

O que sabemos sobre a popularidade de Erdoğan na opinião pública turca? Aumentou ou diminuiu desde as eleições?

Algumas sondagens do mês passado mostram que o AKP está agora acima dos 50 por cento.

O que deve a UE fazer agora?

Se Erdoğan estiver determinado a fazer mais reformas políticas no espírito da UE, os líderes europeus – todos e cada um deles – deveriam telefonar-lhe e até apoiá-lo publicamente. Isto despertaria o entusiasmo sobre a Turquia na UE e causaria certamente dificuldades nos círculos antidemocráticos.

É possível definir o papel de Deniz Baykal, líder da oposição social-democrata?

Se fizermos um flashback aos discursos muito ameaçadores de Baykal ficamos com a impressão de que ele sabia que o AKP ia ser acusado antes mesmo de se tornar público. Agora tem sido muito favorável à opção de banir tanto o AKP como o DTP. Não tem mostrado qualquer interesse em defender a democracia turca. A Internacional Socialista devia mesmo considerar expulsar o partido de Baykal por este motivo. O CHP não é um partido político, é parte do aparelho do Estado, serve os interesses dos burocratas. Não devia ser membro da Internacional Socialista porque não está a defender a democracia.

(Fonte: Público)

04 abril 2008

Protestos e detenções na passagem da chama olímpica por Istambul

Oito pessoas foram presas durante a passagem da tocha olímpica por Istambul.
Os manifestantes detidos protestavam contra a China e a favor da independência do Turquistão Oriental, região pertencente à província de Xinjiang.
Segundo informações da imprensa turca, os protestantes pertenceriam ao grupo Alperen Ocakları, de ideologia ultranacionalista.
Os protestos tiveram início quando a patinadora Tuğba Karademir acendeu a chama olímpica.
Os protestos, no entanto, não afectaram a passagem da tocha por Istambul.

(Fonte: A Tarde)

Chipre: Ban Ki-moon saúda abertura da Rua Ledra

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU) saudou hoje a abertura da Rua Ledra no centro de Nicósia dividida, que classificou de "símbolo de um novo clima de esperança" para a reunificação insular.
Um comunicado distribuído na sede da ONU em Nova Iorque destaca que esta artéria em pleno centro da capital cipriota foi encerrada em 1963, quando se começaram a agudizar as hostilidades entre as comunidades cipriotas grega e turca, escassos três anos depois da independência do Reino Unido.
O texto sublinha a determinação da ONU em contribuir para o "delicado processo" negocial recentemente retomado pelas partes, para a reunificação da ilha.
A Rua Ledra liga as partes grega e turca de Nicósia, através da "linha verde" (zona tampão) da ONU.
Chipre está dividido desde 1974, ano das duas invasões militares consecutivas da Turquia, para impedir a anexação à Grécia - como pretendiam golpistas cipriotas-gregos - e a "limpeza étnica" dos cipriotas-turcos por um grupo terrorista ultra-nacionalista helénico (EOKA-B).
O contencioso ficou desbloqueado com a eleição, há dois meses, do novo presidente cipriota, Demetris Christofias, que se reuniu com o líder cipriota-turco Mehmet Talat a 21 de Março, anunciando o reatar das negociações para Junho.

(Fonte: RTP)

Chipre: Aberta passagem simbólica em Nicósia

Um novo ponto de passagem encerrado há 45 anos foi ontem aberto no centro de Nicósia, a última capital dividida do mundo, assinalando uma etapa simbólica nos esforços de reunificação de Chipre.
Representantes das edilidades cipriota grega e turca assistiram à cerimónia de abertura do novo ponto de passagem na zona tampão de Nicósia, administrada pela ONU, que separa o norte e o sul da capital.
A vedação metálica que impedia o acesso à terra de ninguém do lado cipriota-grego de Nicósia foi retirada antes do amanhecer.
Em Março de 2007, as autoridades cipriotas-gregas demoliram o muro que separava os dois sectores norte e sul para o substituir por uma simples vedação em chapa metálica, dois anos depois do derrube do muro no sector turco.
Foi esta vedação, bem como um posto de guarda anexo, que foram desmantelados por uma dezena de soldados na rua Ledra, uma popular rua pedonal de comércio e cafés na parte antiga da dividida capital.
As barreiras desta rua foram a primeiras a ser erguidas em Nicósia na sequência das violências entre as duas comunidades cipriotas em 1963.
Estes incidentes levaram no ano seguinte à intervenção da ONU, que desde então mantém forças estacionadas na ilha.
Chipre está dividida desde 1974, após uma invasão da Turquia em resposta a um golpe de Estado de apoiantes da junção de Chipre com a Grécia.

(Fonte: RTP)

01 abril 2008

Primeiro-ministro turco diz que o seu partido se defenderá das acusações

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, disse hoje que os seus correligionários defenderão de forma tranquila e responsável o governante Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) no processo aberto pelo Tribunal Constitucional para julgar a sua legalidade.
"Convocamos a nossa gente a não dar nenhuma oportunidade às provocações dos mercadores do medo. Desejamos e esperamos que a justiça, a democracia e a Turquia triunfem no final do processo", disse Erdogan ao grupo parlamentar do AKP.
"O nosso sistema democrático e judicial sairá fortalecido deste teste", afirmou o chefe do Governo. "Não pode haver uma diferença entre o Estado e a população. Trabalhamos para o bem do povo. O processo do Tribunal (Constitucional) foi iniciado. Não é um assunto pessoal. É um assunto da Turquia, um assunto do futuro do nosso povo", disse Erdoğan.
O Tribunal Constitucional da Turquia decidiu ontem realizar uma audiência sobre o processo de ilegalização do governante AKP, após solicitação, em 14 de Março, do Procurador Geral do Estado Abdurrahman Yalçınkaya.
O Procurador pede a ilegalização do AKP e a inabilitação política de 70 dos seus membros, incluindo o primeiro-ministro Erdoğan, com base no argumento de que o partido se transformou num núcleo de atividades contra o laicismo.

(Fonte: EFE)

Turkish Airlines pode utilizar este Verão um A330 em resultado do aumento de passageiros

A Turkish Airlines pode vir a utilizar um avião A330 em alguns voos entre Lisboa e Istambul neste Verão, em virtude da grande procura que se tem registado, e que já esgotou algumas partidas, disse Metine Kalyoncu, o director da companhia em Portugal.
"Em Julho, Agosto e Setembro há já voos que estão completos", afirmou o executivo, à margem da Caravana dos Líderes, que arrancou ontem em Lisboa.
No Verão, a Turkish vai substituir o B-737-800 com que opera actualmente, pelo A321, aumentando a capacidade de 167 para 181 lugares.
Até Junho as reservas já estão em 70% e o número de passageiros aumentou 18,2%, referiu o executivo, demonstrando alguma esperança em que este valor se mantenha.
Um dos planos da companhia é manter três voos no Inverno. "Poderá ser uma possibilidade, mas ainda não está definido”, refere Metine Kalyoncu.
Em 2007, a Turkish Airlines transportou 30 mil passageiros de Lisboa para Istambul, e 10 mil passageiros de Istambul para Lisboa, com um load factor de 59%.
“Do total de bilehtes nesta rota, 27% são emitidos na Turquia, o resto é em Portugal”, acrescenta ainda o executivo.

(Fonte: Presstur)

Milão vai organizar a Expo 2015 em detrimento de Izmir


A cidade italiana de Milão foi escolhida nesta segunda-feira para realizar a Exposição Universal 2015, em detrimento de Izmir, na Turquia, informou o Gabinete Internacional de Exposições.
A capital económica italiana centrou a sua campanha no tema "alimentar o planeta, energia para a vida", que recebeu, entre outros o apoio do ex-vice-presidente americano e Prémio Nobel da Paz, Al Gore.
Milão obteve 86 votos, e Izmir, 65, do total de 151 países participantes da votação, informou o seu dirigente, Jean-Pierre Lafon.
O presidente turco Abdullah Gül e o chefe de Governo italiano, Romano Prodi, estiveram ontem em Paris para defender a candidatura das suas cidades.

(Fonte: AFP)

Tribunal Constitucional vai analisar pedido de ilegalização do partido no poder

O Tribunal Constitucional da Turquia aceitou examinar a petição entregue por um Procurador pedindo a ilegalização do partido no poder, acusado de actividades anti-laicas, e a suspensão da actividade política dos seus dirigentes, incluindo o actual primeiro-ministro.
A decisão de analisar as actividades do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) foi tomada por unanimidade entre os 11 juízes conselheiros do TC, reunidos, ontem de manhã, durante quase cinco horas na sede da instância. Foi ainda decidido, por maioria, incluir neste processo o Presidente da República, Abdullah Gül, que se desvinculou do partido desde que assumiu o cargo, mas que pertenceu durante anos aos quadros do AKP.
Em declarações aos jornalistas, o vice-presidente da instância, Osman Paksut, explicou que os juízes se limitaram a declarar que o recurso é admissível do ponto de vista formal, não tendo adoptado qualquer posição sobre o conteúdo do mesmo. Ainda assim, a iniciativa promete abrir um novo foco de tensão entre o AKP, um partido nascido nos meandros islamitas turcos, no poder desde 2002, e a elite militar e judicial do país, bastião do laicismo da República turca.
A petição no seio da discórdia foi apresentada, no passado dia 14, por Abdurrahman Yalçınkaya, procurador chefe do Tribunal de Recurso de Ancara, que acusa o AKP de se ter tornado “um foco de actividades contrárias à laicidade”, apresentando como exemplo o fim da lei que proibia o uso do véu islâmico nas universidades. Além da ilegalização do AKP, o procurador pede que 71 dos seus dirigentes sejam banidos da actividade política pelo prazo de cinco anos, incluindo Recep Tayyip Erdoğan, actual primeiro-ministro e líder do partido, e Abdullah Gül.
O tribunal vai analisar agora a questão de fundo, sendo que o AKP tem um mês para apresentar a sua defesa, um prazo que poderá ser prorrogado a pedido da formação.
Yalçınkaya apresentou a polémica petição semanas depois de o AKP, que detém maioria no Parlamento, ter aprovado uma reforma que autoriza o uso do véu islâmico nas universidades, pondo fim a uma proibição que durava há décadas. Desde então, várias universidades puseram em prática a nova legislação, mas algumas continuam a impedir as alunas de envergar o véu. Noutras instituições, os responsáveis adiantaram que vão manter a proibição até que a lei seja regulamentada, estipulando, por exemplo, se devem ser autorizados símbolos de um Islão mais radical como o chador (véu comprido que cobre a mulher dos pés à cabeça) ou a burqa (que tapa mesmo a cara).
A separação entre religião e política é um dos pilares da República turca, fundada após a I Guerra Mundial por Mustafa Kemal Atatürk, ainda que 99 por cento da população seja muçulmana.
Em 2002, a chegada ao poder do AKP, um partido conservador nascido nos meios islamitas turcos, desencadeou um conflito com as elites judiciais e militares, considerados os defensores da laicidade do Estado. Apesar de garantir que não pretende transformar a Turquia num Estado islâmico e das reformas que promoveu para aproximar o país da UE, o Governo de Erdoğan (cuja mulher enverga o véu islâmico) continua a ser acusado de ataques ao secularismo.
Na última década, o Tribunal Constitucional ilegalizou dois partidos islamitas (o Refah em 1998 e o Fazilet, em 2001), em cujos quadros militavam alguns dos actuais dirigentes do AKP.

(Fonte: Público)

Turkish Airlines é a partir de hoje membro da Star Alliance

A Turkish Airlines tornou-se esta terça-feira na 20ª companhia aérea membro da Star Alliance.
"Com esta adesão, os clientes dispõem agora de mais 31 destinos à sua escolha, sobretudo na Turquia, Ásia Central e Médio Oriente, beneficiando assim da mais lata gama de opções de sempre oferecida pela Rede da Star Alliance. No conjunto, a aliança de companhias aéreas com mais experiência no mundo oferece agora aos seus clientes 18 mil voos diários para 965 aeroportos em 162 países", revela em comunicado.
Com esta entrada, a Turkish Airlines passa agora a oferecer uma série de novos serviços. É o caso do "check-in" e despacho de bagagem a partir do aeroporto de origem em viagens que envolvam mais do que uma companhia-membro da aliança.
(Fonte: Agência Financeira)

Durão Barroso em visita oficial à Turquia na próxima semana

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, inicia a 10 de Abril uma visita oficial à Turquia para acompanhar o processo de reformas de aproximação do país à União Europeia.
A visita de Durão Barroso, que é acompanhado pelo comissário europeu para o Alargamento, Olli Rehn, foi anunciada pelo porta-voz da Comissão Europeia, Johannes Laitenberger, e ocorre no meio das disputas internas na Turquia entre o governo islamita e os secularistas.
Segunda-feira, Olli Rehn criticou a decisão do Tribunal Constitucional da Turquia de abrir o processo para a ilegalização do partido no governo, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, islamita moderado), por alegada acção contra o laicismo oficial do Estado.
O comissário reiterou também que essa decisão do Tribunal Constitucional turco pode ameaçar a futura adesão do país à UE.
No entanto, Laitenberger sublinhou que a visita de Durão Barroso e Rehn "não tem uma ligação directa" com a situação actual que a Turquia atravessa.
Os dois responsáveis europeus deslocam-se a Ancara e a Istambul e deverão reunir-se com o presidente turco, Abdullah Gül, e com o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan, ambos do AKP, e com outros representantes políticos e sociais da Turquia.
A mensagem de Barroso e Rehn será de "apoio e reforço" aos vínculos entre a UE e a Turquia, bem como às reformas políticas e económicas que aproximem o país da Europa comunitária, com a que negoceia a adesão desde Outubro de 2005, adiantou Laitenberger.
A Comissão Europeia pediu em Novembro último, ao apresentar o relatório anual sobre os países que querem aderir à UE, para que Ancara acelerasse o ritmo das reformas, incluindo as destinadas a garantir a liberdade religiosa e de expressão.

(Fonte: RTP)