Durão Barroso realiza entre quinta-feira e Sábado uma visita oficial à Turquia, "preocupado" com a crise política interna e com uma "mensagem de encorajamento das reformas em curso", essenciais para a eventual adesão à União Europeia.
Apontando que a visita, agendada já há alguns meses, se dá "num momento especialmente importante", o presidente da Comissão Europeia sublinhou hoje que "a Europa obviamente só pode aceitar uma Turquia democrática, onde haja um consenso básico sobre os valores democráticos", razão pela qual segue com preocupação a actual situação no país.
Barroso, que falava numa conferência de imprensa em Bruxelas, referia-se à recente decisão do Tribunal Constitucional da Turquia de abrir o processo para a ilegalização do partido no governo, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, islamita moderado), por alegada acção contra o laicismo oficial do Estado.
"Estamos naturalmente preocupados com estas recentes evoluções, que são, pelo menos, fora do comum. Não é comum em nenhum país democrático estabilizado que haja um processo contra a maior força política e que as próprias figuras do Estado estejam elas próprias acusadas nesse processo", comentou, fazendo votos para que o processo "seja resolvido no pleno respeito pelo Estado de Direito e também pela democracia e vontade maioritária dos cidadãos turcos".
Assinalando que nesta sua deslocação - a primeira ao país enquanto presidente da Comissão - vai "ouvir as diferentes opiniões que existem na Turquia", tendo previstos encontros com o presidente da República, o primeiro-ministro, os partidos da oposição com assento parlamentar e ainda com associações económicas e líderes de opinião, Durão Barroso afirmou que leva "uma mensagem de encorajamento das reformas" e também uma ideia já manifestada segunda-feira em Lisboa. "Vou enviar à Turquia uma mensagem que é essencialmente esta: é essencial que a Turquia faça ver à Europa o interesse da Europa na adesão da Turquia. Nós, Europeus, temos que demonstrar aos Turcos o nosso interesse na Turquia, mas a Turquia tem de mostrar à Europa o que é que a Europa ganha com a Turquia", disse.
Nesta sua viagem, Barroso será acompanhado pelo comissário europeu para o Alargamento, Olli Rehn, estando previstas deslocações a Ancara e Istambul.
Os 27 iniciaram oficialmente negociações de adesão com a Turquia em Outubro de 2005, as quais estão organizadas em 35 capítulos temáticos, mas as conversações têm decorrido a um ritmo muito lento, tendo sido abertos apenas seis até hoje, os dois últimos dos quais durante a presidência portuguesa da UE, no segundo semestre de 2007.
O processo conheceu um grande revés em Dezembro de 2006, quando, devido à recusa de Ancara em abrir os portos a Chipre (membro da UE desde 2004), Bruxelas decidiu congelar oito dos 35 capítulos da negociação, todos eles relacionados com o Protocolo de Ancara de livre comércio entre a UE e a Turquia.
A ameaçar também seriamente o processo conta-se ainda a forte oposição a uma adesão da Turquia por parte do presidente francês, Nicolas Sarkozy, que no segundo semestre deste ano presidirá à União Europeia.
Apontando que a visita, agendada já há alguns meses, se dá "num momento especialmente importante", o presidente da Comissão Europeia sublinhou hoje que "a Europa obviamente só pode aceitar uma Turquia democrática, onde haja um consenso básico sobre os valores democráticos", razão pela qual segue com preocupação a actual situação no país.
Barroso, que falava numa conferência de imprensa em Bruxelas, referia-se à recente decisão do Tribunal Constitucional da Turquia de abrir o processo para a ilegalização do partido no governo, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, islamita moderado), por alegada acção contra o laicismo oficial do Estado.
"Estamos naturalmente preocupados com estas recentes evoluções, que são, pelo menos, fora do comum. Não é comum em nenhum país democrático estabilizado que haja um processo contra a maior força política e que as próprias figuras do Estado estejam elas próprias acusadas nesse processo", comentou, fazendo votos para que o processo "seja resolvido no pleno respeito pelo Estado de Direito e também pela democracia e vontade maioritária dos cidadãos turcos".
Assinalando que nesta sua deslocação - a primeira ao país enquanto presidente da Comissão - vai "ouvir as diferentes opiniões que existem na Turquia", tendo previstos encontros com o presidente da República, o primeiro-ministro, os partidos da oposição com assento parlamentar e ainda com associações económicas e líderes de opinião, Durão Barroso afirmou que leva "uma mensagem de encorajamento das reformas" e também uma ideia já manifestada segunda-feira em Lisboa. "Vou enviar à Turquia uma mensagem que é essencialmente esta: é essencial que a Turquia faça ver à Europa o interesse da Europa na adesão da Turquia. Nós, Europeus, temos que demonstrar aos Turcos o nosso interesse na Turquia, mas a Turquia tem de mostrar à Europa o que é que a Europa ganha com a Turquia", disse.
Nesta sua viagem, Barroso será acompanhado pelo comissário europeu para o Alargamento, Olli Rehn, estando previstas deslocações a Ancara e Istambul.
Os 27 iniciaram oficialmente negociações de adesão com a Turquia em Outubro de 2005, as quais estão organizadas em 35 capítulos temáticos, mas as conversações têm decorrido a um ritmo muito lento, tendo sido abertos apenas seis até hoje, os dois últimos dos quais durante a presidência portuguesa da UE, no segundo semestre de 2007.
O processo conheceu um grande revés em Dezembro de 2006, quando, devido à recusa de Ancara em abrir os portos a Chipre (membro da UE desde 2004), Bruxelas decidiu congelar oito dos 35 capítulos da negociação, todos eles relacionados com o Protocolo de Ancara de livre comércio entre a UE e a Turquia.
A ameaçar também seriamente o processo conta-se ainda a forte oposição a uma adesão da Turquia por parte do presidente francês, Nicolas Sarkozy, que no segundo semestre deste ano presidirá à União Europeia.
(Fonte: RTP)
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