google.com, pub-7650629177340525, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Notícias da Turquia: Quatro televisões da Turquia multadas por transmissão dos protestos

12 junho 2013

Quatro televisões da Turquia multadas por transmissão dos protestos

Quatro canais da televisão turca foram multados pela entidade reguladora da rádio e televisão por transmitirem os protestos no parque Gezi e na praça Taksim, em Istambul, noticiou hoje o diário Hürriyet na sua página na internet.
O Conselho Superior da Rádio e Televisão da Turquia (RTUK) indicou ter aplicado as multas porque as emissoras "prejudicaram o desenvolvimento físico, moral e mental das crianças e jovens" ao transmitirem os protestos na zona do parque Gezi.
As televisões multadas são a Halk TV, a Ulusal TV, a Cem TV e a EM TV.
A Halk TV, em particular, registou nos últimos dias picos de audiência por ser a única a transmitir em contínuo, quase sempre em directo, as manifestações que há treze dias se registam em Istambul.
O regulador já tinha advertido antes a Halk TV por emitir um vídeo considerado "humilhante" para o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan.
O canal, segundo o Hürriyet, segue uma linha ideológica "kemalista" - relativa ao primeiro presidente da Turquia moderna, Mustafa Kemal Atatürk - e é considerado próximo do Partido Republicano do Povo (oposição).
Os grandes canais de notícias turcos têm sido criticados, sobretudo depois de, no primeiro sábado de manifestações, a CNN-Turquia emitir um documentário sobre pinguins enquanto se registavam violentos confrontos entre a polícia e manifestantes na praça Taksim.
O pequeno canal Ulusal TV, um dos multados, "respondeu" dias mais tarde interrompendo a transmissão em directo de um discurso de Erdoğan para transmitir imagens de pinguins.
Nos últimos dias, e depois das críticas, a cobertura dos protestos tem sido mais frequente e a edição digital do diário Radikal, próximo da oposição, oferece imagens em directo 24 horas da praça Taksim.
A praça, vizinha do parque Gezi, estava hoje de manhã relativamente calma, apesar de ao longo de toda a madrugada se terem registado confrontos entre a polícia e manifestantes.
Um forte dispositivo policial mantinha-se na praça, com os polícias alinhados atrás dos canhões de água estacionados frente a cada uma das ruas adjacentes.
A polícia tomou de assalto na terça-feira de manhã a praça Taksim, onde milhares de manifestantes permaneciam desde 01 de Junho. Os confrontos com a polícia prolongaram-se por várias horas, numa batalha que terminou com dezenas de feridos, alguns em estado grave. Ao princípio da noite, milhares de manifestantes regressaram à praça.
Na capital, Ancara, a polícia interveio na terça-feira à tarde para dispersar cerca de 5.000 pessoas que se manifestavam para exigir a demissão do primeiro-ministro.
Hoje de manhã, a polícia tentava dispersar várias dezenas de manifestantes que se mantinham no parque Kuğulu, no centro de Ancara.
Erdoğan tem previsto receber hoje à tarde (14:00 em Lisboa) uma delegação de duas dezenas de representantes dos manifestantes. No entanto, a lista de representantes estabelecida pelas autoridades é contestada por algumas das organizações ligadas aos protestos, nomeadamente a plataforma de 116, na origem do movimento de protesto em Istambul, que não consta da lista.
Outros movimentos, como a organização ambientalista Greenpeace, recusaram o convite em protesto contra a actuação da polícia na terça-feira e a intransigência de Erdoğan, que na terça-feira voltou a definir os manifestantes como "extremistas" e a recusar qualquer tolerância.
Segundo o mais recente balanço divulgado pelo sindicato dos médicos turcos, a vaga de protesto fez quatro mortos, três manifestantes e um polícia, e perto de 5.000 feridos, várias dezenas dos quais em estado grave.
A vaga de protestos começou depois de, a 31 de Maio, a polícia ter recorrido à força para dispersar uma manifestação contra a construção de um centro comercial no parque Gezi. Essa carga policial desencadeou uma série de grandes manifestações em toda a Turquia exigindo a demissão de Erdoğan, no poder desde 2002.
 
(Fonte: Lusa/ RTP)

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