O presidente sírio, Bashar al-Assad, disse que a Turquia vai pagar um preço muito alto por apoiar os rebeldes que lutam para derrubar o Governo da Síria, e acusou Ancara de abrigar "terroristas" ao longo da sua fronteira, que mais tarde ou mais cedo se voltarão contra os próprios turcos.
Em entrevista à TV turca Halk, que será transmitida mais tarde nesta sexta-feira, Assad chamou o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdoğan, de "fanático" e disse que a Turquia permite que terroristas atravessem a fronteira para atacar o Exército e civis sírios.
"Não é possível colocar o terrorismo no bolso e usá-lo como um cartão, porque é como um escorpião, que não hesitará em picá-lo na primeira oportunidade", disse Assad, segundo uma transcrição publicada no site da Halk.
"Num futuro próximo, estes terroristas irão ter um impacto sobre a Turquia, e a Turquia vai pagar um preço alto por isso."
A Turquia, que partilha uma fronteira de 900 kms com a Síria e tem a segunda maior força militar da NATO, é uma das mais críticas de Assad e uma defensora ferrenha da oposição, mas nega armar os rebeldes.
O país abriga um quarto dos dois milhões de pessoas que fugiram da Síria e algumas vezes viu o confronto atravessar as fronteiras para o seu território, respondendo à altura quando morteiros e bombas disparados da Síria atingiram o seu solo.
Junto com os aliados ocidentais que fazem oposição a Assad, a Turquia tem se preocupado com as divisões entre os rebeldes e o aprofundamento da influência de militantes islâmicos radicais na Síria.
O grupo militante Estado Islâmico do Iraque e o Levante, filiado à Al Qaeda, tomou no mês passado a cidade de Azaz, a cerca de 5 kms da fronteira com a Turquia, e entrou em conflito várias vezes com a brigada local Tempestade do Norte desde então.
(Fonte: Exame)
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