O Campeonato Europeu de futebol ainda agora vai no adro e já dois dos quatro seleccionadores incluídos no Grupo A passam metade da conferência de imprensa a contornar a palavra “adeus”. Jakob Kuhn, seleccionador anfitrião, sentirá um peso maior sobre as costas, mas Fatih Terim sofre do mesmo mal. Sem qualquer ponto conquistado no primeiro jogo, Suíça e Turquia defrontam-se hoje em Basileia num jogo do tudo ou nada. E nada significa adeus. "Nunca se considera a hipótese derrota", começou por dizer Kuhn, visivelmente agastado com uma série interminável de azares: começou com o internamento da esposa, prolongou-se com a lesão grave de Frei e o pior é que pode não terminado com a derrota frente à República Checa no jogo de abertura da prova. Para os Suíços, o Euro assemelha-se a um enorme pesadelo. Kuhn acabaria por voltar ao assunto para dizer que “derrota” significaria um jogo contra Portugal simplesmente para cumprir calendário. “E nada mais.” Abatido, apelou ao “espírito de equipa” e falou de Frei, a mais recente bandeira do país. “É importante mesmo sem poder jogar. Será um grande apoio e regressará, já prometeu”, disse. Não foi a única vez que falou do futuro. “Tenho uma equipa nova, com futuro. E isso também é óbvio.” Fatih Terim também se queixou da sorte. A começar pela série de lesões que têm parasitado no seu plantel. Da parte da manhã, Emre Belözoğlu, que na véspera sentira uma dor na coxa esquerda, passou pelo hospital de Basileia para fazer exames, que detectaram um “edema de cerca de três centímetros”. “É o Frei na Suíça e o Emre na nossa equipa. Não vai jogar amanhã [hoje] e não sabemos se poderá jogar no último jogo [com a República Checa]”, lamentou o Turco, que aproveitou para desejar as melhoras à esposa de Jakob Kuhn (“nada é mais importante do que a saúde das pessoas de quem gostamos”).
Tuncay, um dos jogadores que sobreviveu a uma série de trocas na equipa que perdeu com Portugal, saiu em defesa do grupo. “Não conseguimos fazer tudo o que queremos porque isto é futebol. Não tem a ver com a pressão”, defendeu o jogador do Middlesbrough, confiante na qualificação. Fatih também. “Acredito”, disse. “A Turquia tem perdido no passado o seu primeiro jogo, mas tem seguido em frente na prova, por isso não há razões para pensar que não o poderemos repetir”, sublinhou o técnico, abrindo boas perspectivas para o encontro com a Suíça. Para quem ainda tiver dúvidas sobre o impacto da derrota no primeiro encontro, Terim repete: “O jogo com Portugal não foi a chave da qualificação. Cometemos erros, jogámos contra uma equipa que os soube explorar, mas não é esse encontro que decide se seguimos em frente ou não. Podemos ganhar ou perder, mas estamos aqui. O facto de a Suíça também ter perdido torna o jogo ainda mais interessante. Para nós, o Euro 2008 começa agora”. Trata-se da “última hipótese”, concluiu Terim. Para a Suíça também.
(Fonte: Público)
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