07 novembro 2007

Turquia não descarta operação militar no norte do Iraque


A Turquia continua determinada a utilizar a opção militar contra os campos dos terroristas do PKK no norte do Iraque, anunciou ontem o gabinete de imprensa do primeiro-ministro turco, que congratula ainda a cooperação manifestada pelos Estados Unidos.
No dia seguinte ao encontro em Washington, do primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan com o Presidente norte-americano, George W. Bush, um comunicado do gabinete do chefe do governo turco sublinha que Ancara “continua determinada a tomar medidas políticas, diplomáticas e militares no quadro da autorização do Parlamento para lutar contra os focos terroristas”.
Em Outubro, os deputados turcos deram "luz verde" ao governo para realizar, caso seja necessário, operações militares transfronteiriças contra as bases recuadas dos separatistas curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) estabelecidas no Curdistão iraquiano. O documento congratulou a “vontade política comum”, manifestada na última segunda-feira durante o encontro Erdoğan-Bush na Casa Branca, de lutar contra o terrorismo, e em particular contra o PKK. “As partes evocaram neste encontro os princípios fundamentais de uma cooperação diversificada e substancial contra o terrorismo do PKK”, precisa o texto, e acrescenta que se chegou “a um acordo para medidas urgentes neste domínio”.
No final da reunião com Erdoğan, Bush anunciou uma nova parceria entre os exércitos norte-americano e turco e o comando central norte-americano no Iraque, para melhorar a partilha de informações. “Foi decidido, neste contexto, reforçar os canais de comunicação directos, para garantir a coordenação operacional das nossas instâncias [militares], particularmente a necessidade de uma partilha urgente de informações fiáveis”, acrescenta o comunicado do gabinete do primeiro-ministro. No entanto, Bush esquivou-se às perguntas sobre um possível ataque turco no norte do Iraque, qualificando-o de hipotético, preferindo sublinhar que Ancara pode contar com o apoio dos Estados Unidos na luta contra o PKK.
A viagem de Erdogan aos Estados Unidos era muito aguardada na Turquia, onde a opinião pública e a oposição parlamentar pressionam o governo para ordenar a entrada do Exército no norte do Iraque.

(Fonte: O Primeiro de Janeiro)

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