07 novembro 2007

Deputados pró-curdos que mediaram a libertação dos soldados turcos estão a ser investigados


A Procuradoria de Ancara abriu uma investigação contra três deputados do Partido da Sociedade Democrática (DTP, pró-curdo) que mediaram com o Partido dos Trabalhadores de Curdistão (PKK) a libertação dos oito soldados capturados pelo grupo terrorista.
Aysel Tuğluk, Fatma Kurtulan e Osman Özçelik viajaram no Sábado para Erbil (norte do Iraque) para mediarem com o PKK a libertação dos soldados capturados, que foram libertados no Domingo.
Também intermediaram a operação as autoridades curdas do norte do Iraque e o comandante das forças multinacionais de ocupação no Iraque, David Petraeus.

Segundo as autoridades turcas, o papel dos deputados não está claro. "Soubemos um dia antes que nossos soldados seriam libertados, e antes dos três deputados chegarem ao norte do Iraque", criticou o porta-voz do Governo turco, Cemil Çiçek.
A polémica aumentou com a publicação de fotografias do momento da libertação dos soldados, que tiveram de esperar em formação enquanto os deputados curdos assinavam um documento sobre uma mesa coberta com uma imensa imagem do líder preso do PKK, Abdullah Öcalan.
"Nenhum membro das Forças Armadas turcas deveria ter passado por essa situação", lamentou o ministro da Justiça da Turquia, Mehmet Ali Şahin.
A imprensa turca e a oposição criticaram duramente o papel do DTP, acusado de tentar negociar com os terroristas.
Enquanto isso, os deputados afirmaram que o governo turco do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) sabia da viagem e da mediação, o que foi desmentido pelo Executivo.
Os oito soldados turcos libertados também estão sob investigação militar para averiguação de mais detalhes do cativeiro.
Em 1996, vários deputados turcos e curdos foram investigados por participarem na mediação com o PKK para a libertação de soldados capturados, mas não foram condenados.

(Fonte: Efe)

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