"Antes de fazerem a pergunta, digam por favor o nome e o respectivo meio de comunicação." O anúncio não é novo, mas ganha um elemento novo cada vez que uma questão é dirigida a Fatih Terim por um jornalista turco. Como prefixo de cada pergunta, surge - como uma espécie de regra patriótica - o desejo de sucesso para o jogo. Curioso é o facto de muitas das perguntas que se seguem serem corrosivas e de algumas delas morrerem mesmo à nascença, censuradas pelo assessor que se sentou do lado direito do seleccionador turco. Apesar do ambiente pesaroso com que se arrastaram as duas conferências de imprensa, os muitos jornalistas presentes no Estádio St. Jakob, em Basileia, puderam assistir a um outro momento hilariante. Depois de muitos dedos apontados e de todos os ângulos negativistas explorados, alguém confrontou o seleccionador turco com críticas colocadas pelas próprias mães dos jogadores, descontentes com a exibição da equipa no jogo de estreia. Terim procurou manter-se sério e Tuncay baixou a cabeça, enquanto a tradutora de Turco-Inglês (a UEFA coloca à disposição dos jornalistas auriculares com a tradução simultânea em várias línguas) tentava em vão manter uma postura diplomática. A pergunta não foi censurada. E, a custo, Terim respondeu. "As mães dos jogadores... Respeitamos sempre as mães dos jogadores e todas as mães..." O lado sério da conversa estava estampado na primeira página do "briefing" distribuído pela UEFA junto dos jornalistas: Este será o primeiro jogo entre as duas equipas depois dos graves incidentes que ambas protagonizaram em 2005, no encontro de apuramento para o Mundial de 2006. Na primeira mão, a Suíça venceu por 2-0 em Berna. Na segunda, disputada em Istambul, venceu a equipa da casa (4-2), que acabaria afastada pela regra dos golos fora. "A questão tem quase três anos. Esse assunto está resolvido", resumiu Kuhn, referindo-se às cenas de agressões que se seguiram ao segundo encontro. No rescaldo, recorde-se, a Turquia foi condenada a disputar três encontros em campo neutro e à porta fechada. Mais: Alpay Özalan (Turquia) acabou por ser suspenso por seis jogos, Huggel (Suíça) e Belözoğlu (Turquia) por quatro e Balci (Turquia) por dois.
(Fonte: Público)
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