As relações entre Israel e a Turquia, um dos seus principais aliados na região, estão ao seu pior nível em vários anos e uma série de televisão turca ameaça agravar ainda mais a tensão. O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Avigdor Lieberman, não escondeu a sua fúria com as imagens de soldados israelitas a matar crianças palestinianas e acusou Ancara de dar cobertura à “incitação ao ódio”.
A polémica estalou quarta-feira, quando televisões israelitas divulgaram excertos da série "Ayrılık" (Separação), que é transmitida pela estação pública turca TRT. Os produtores garantem que se trata de uma história de amor passada durante a ofensiva em Gaza, este ano. Mas as imagens que os Israelitas viram anteontem retratam os soldados do Tsahal [forças militares israelitas] como assassinos a sangue-frio.
Num excerto, um militar encurrala uma menina palestiniana que tem apenas tempo para esboçar um sorriso antes de ser atingida no peito. Noutra, um recém-nascido é morto nos braços do pai. Há também imagens de pelotões de fuzilamento, de tanques a avançar sobre multidões e de velhos espezinhados nas ruas.
“Esta série, que não tem a mais pequena ligação com a realidade e que mostra os soldados como assassinos de crianças inocentes, não é sequer aceitável num estado inimigo e certamente não o é num estado com quem temos plenas relações diplomáticas”, disse Lieberman. A sua divulgação, acrescentou o ministro, constitui “um grave incitamento ao ódio, feito com o patrocínio do governo” .
Nem a TRT nem o governo turco comentaram a indignação de Israel – que hoje convocou o encarregado de negócios turco para apresentar o seu protesto –, mas os produtores explicaram à rádio israelita que a série retrata apenas “um certo grupo de soldados que assassinaram Palestinianos” durante última a ofensiva.
Foi a violência daquela incursão (que causou 1400 mortos) e as críticas desassombradas do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, à actuação do governo israelita que motivaram um afastamento entre os dois países.
E a tensão diplomática ganhou visibilidade depois de, no início da semana, Ancara ter impedido a Força Aérea israelita de participar em exercícios conjuntos da NATO no seu território. As manobras acabaram por ser adiadas depois de os Estados Unidos e Itália terem anunciado que não compareceriam.
Respondendo às críticas, Erdoğan disse hoje que a Turquia “não recebe instruções” externas e justificou a decisão com “as exigências e a opinião do seu povo” sobre as políticas israelitas. Contudo, um jornal turco noticiou ontem que não foi Gaza, mas o incumprimento de um contrato de fornecimento militar que motivou a decisão de Erdoğan. Segundo o Today’s Zaman, em causa estão quatro aviões-espiões israelitas encomendados pela Turquia para lutar contra os rebeldes curdos do PKK.
A polémica estalou quarta-feira, quando televisões israelitas divulgaram excertos da série "Ayrılık" (Separação), que é transmitida pela estação pública turca TRT. Os produtores garantem que se trata de uma história de amor passada durante a ofensiva em Gaza, este ano. Mas as imagens que os Israelitas viram anteontem retratam os soldados do Tsahal [forças militares israelitas] como assassinos a sangue-frio.
Num excerto, um militar encurrala uma menina palestiniana que tem apenas tempo para esboçar um sorriso antes de ser atingida no peito. Noutra, um recém-nascido é morto nos braços do pai. Há também imagens de pelotões de fuzilamento, de tanques a avançar sobre multidões e de velhos espezinhados nas ruas.
“Esta série, que não tem a mais pequena ligação com a realidade e que mostra os soldados como assassinos de crianças inocentes, não é sequer aceitável num estado inimigo e certamente não o é num estado com quem temos plenas relações diplomáticas”, disse Lieberman. A sua divulgação, acrescentou o ministro, constitui “um grave incitamento ao ódio, feito com o patrocínio do governo” .
Nem a TRT nem o governo turco comentaram a indignação de Israel – que hoje convocou o encarregado de negócios turco para apresentar o seu protesto –, mas os produtores explicaram à rádio israelita que a série retrata apenas “um certo grupo de soldados que assassinaram Palestinianos” durante última a ofensiva.
Foi a violência daquela incursão (que causou 1400 mortos) e as críticas desassombradas do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, à actuação do governo israelita que motivaram um afastamento entre os dois países.
E a tensão diplomática ganhou visibilidade depois de, no início da semana, Ancara ter impedido a Força Aérea israelita de participar em exercícios conjuntos da NATO no seu território. As manobras acabaram por ser adiadas depois de os Estados Unidos e Itália terem anunciado que não compareceriam.
Respondendo às críticas, Erdoğan disse hoje que a Turquia “não recebe instruções” externas e justificou a decisão com “as exigências e a opinião do seu povo” sobre as políticas israelitas. Contudo, um jornal turco noticiou ontem que não foi Gaza, mas o incumprimento de um contrato de fornecimento militar que motivou a decisão de Erdoğan. Segundo o Today’s Zaman, em causa estão quatro aviões-espiões israelitas encomendados pela Turquia para lutar contra os rebeldes curdos do PKK.
(Fonte: Público/AFP)
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