O Presidente norte-americano, Barack Obama, defendeu hoje a entrada da Turquia na União Europeia, mas a ideia foi imediatamente rejeitada pelo seu homólogo francês, Nicolas Sarkozy, num raro momento de divergência na cimeira UE-EUA, destinada a reforçar os laços transatlânticos fragilizados durante a Administração Bush.
“Os Estados Unidos e a Europa devem aproximar-se dos muçulmanos como irmãos, vizinhos e parceiros na luta contra a injustiça, a intolerância e a violência, forjando uma relação baseada no respeito e interesses mútuos”, declarou Obama durante a cimeira que decorre em Praga. O presidente norte-americano diz, por isso, que a adesão de Ancara seria “um sinal importante” dado pela UE ao mundo muçulmano e “uma garantia de que Turquia continua firmemente ancorada na Europa”. A resposta da França, um dos países que mais entraves tem colocado à adesão turca, não tardou. “Eu trabalho lado a lado com o presidente Obama mas, tratando-se da União Europeia, é aos países europeus que cabe decidir”, declarou Sarkozy, em entrevista à televisão francesa TF1. O Presidente francês recordou que “sempre” se opôs à entrada da Turquia e disse acreditar que “a imensa maioria dos estados-membros partilha a posição francesa”. “A Turquia é um grande país, um aliado da Europa e a um aliado dos Estados Unidos. Queremos que seja um parceiro privilegiado, mas a minha posição não mudou e não vai mudar”.
A Turquia, um dos países que há mais tempo procura entrar para a comunidade europeia, foi formalmente aceite como candidata à adesão em Outubro de 2005. O processo não tem data limite e as negociações têm marcado passo em vários dos capítulos da adesão, em parte também devido à recusa de Ancara em reconhecer o Governo de Chipre. Tanto a França como a Alemanha não escondem a sua oposição à conclusão do processo, insistindo que, em alternativa à adesão, Bruxelas deveria estabelecer uma parceria estratégica com Ancara. Mas o Reino Unido e os Estados Unidos – que têm na Turquia um importante aliado regional – argumentam que a adesão do país é importante para garantir a sua ligação com o ocidente e criar pontes de diálogo com o mundo muçulmano.
(Fonte: Público)
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