11 novembro 2006

A Turquia recordou Atatürk











No 68.º aniversário da sua morte, o fundador da Turquia e todo o seu legado foram recordados em toda a nação turca.
A primeira cerimónia decorreu no mausoléu de Atatürk, Anıtkabir, com dignatários liderados pelo presidente da república, Ahmet Necdet Sezer, a prestarem a sua homenagem no túmulo de Atatürk.
Às 9.05 horas, hora da morte de Atatürk, durante dois minutos, ecoaram por todo o país sons de buzinas de automóveis e sirenes de barcos e fábricas, acompanhados pela paragem dos transeuntes nas ruas e pelo silêncio no interior das instituições e edifícios. As bandeiras foram colocadas a meia haste desde as 9.05 horas até ao pôr do sol.
Sezer, juntamente com o porta-voz do parlamento, Bülent Arınç, o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan, o general das Forças Armadas Yaşar Büyükanıt, o líder do Partido Republicano do Povo (CHP), Deniz Baykal, representantes de outros partidos políticos, ministros e outros oficiais de topo, permaneceram em silêncio em frente do túmulo de Atatürk, antes de aí depositarem uma coroa de flores.
Depois da cerimónia em Anıtkabir, Sezer proferiu um discurso num encontro que decorreu no Centro Cultural Atatürk, no Instituto de Línguas e História, dizendo: “Tudo se baseia no secularismo. O nosso grande líder sabia que o secularismo era a chave para a civilização e para o esclarecimento. Resumindo, secularismo significa ser humano.” Também criticou o conceito de globalização, argumentando que os países imperialistas estão a usar a globalização para atingirem os seus objectivos em termos económicos. Citou Atatürk: “Existem pessoas que pensam que tudo o que se pode aprender, todos os conselhos e todos os objectivos devem vir da Europa. Contudo, como é que se pode desenvolver a independência com o conselho de estrangeiros? Isso nunca aconteceu na história.”
O primeiro-ministro Erdoğan, discursando no mesmo encontro, disse: “As principais doutrinas da república devem ser mantidas diariamente com argumentos políticos. Precisamos de usá-los, não para dividir, mas para unir o país. Essa é a única forma de criar paz social."
Decorreu também uma cerimónia no Palácio Dolmabahçe, em Istambul, onde Atatürk morreu a 10 de Novembro de 1938. Nessa cerimónia, a sua filha adoptiva, Ülkü Adatepe disse: “Eu costumava caminhar com ele nestes corredores. Atatürk vai viver para sempre. Eu nunca pensei que ele tivesse morrido. Ele ainda vive.”
Ao longo do dia acumularam-se filas de pessoas que queriam visitar o Palácio Dolmabahçe e Anıtkabir.
Atatürk nasceu em 1881 em Tessalónica, que actualmente faz parte do território grego. Ele é recordado, admirado e aclamado por ter fundado a república da Turquia, e pelas reformas modernas que instituiu no país. Contudo, como acontece com todos os líderes, essa admiração não é consensual. No entanto, o que passa para o cidadão comum que visita a Turquia é a profunda veneração que o país retribui a este homem.
Atatürk morreu a 10 de Novembro de 1938, rendendo-se à doença no fígado de que padecia. O seu corpo foi levado inicialmente para o Museu Etnográfico de Ancara, em 21 de Novembro de 1938. Quando o seu mausoléu em Anıtkabir foi concluído, foi trasladado para esse local com uma grande cerimónia, a 10 de Novembro de 1953.

Sem comentários: