03 abril 2012

Paulo Portas tenta abrir "janela de oportunidade" na Turquia





O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, deixou hoje clara a abertura de Portugal ao investimento turco, "também nas privatizações", no decorrer de uma visita oficial à Turquia, mas sem concretizar se existe um sector preferencial para esse investimento.
"Portugal tem de ser completamente transparente nessas matérias, e, como se verificou nas privatizações já feitas, o que conta são as propostas, e que ganhe a melhor," disse o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, a propósito da visita oficial à Turquia, que decorre desde segunda-feira e termina na quarta-feira.
Paulo Portas salientou o crescimento económico de 8,5 por cento da Turquia em 2011 para justificar o interesse de Portugal no investimento externo deste país: "Estando a Turquia num período economicamente muito bom, e sendo um mercado tão forte, também deixámos claro que estávamos abertos à participação de capital turco na nossa economia e nas nossas privatizações," declarou o chefe da diplomacia portuguesa.
O bom momento que a economia turca atravessa leva Paulo Portas e a comitiva de cerca de 20 empresas portuguesas, assim como o presidente e outros representantes da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio de Portugal), a acreditar que as exportações portuguesas para a Turquia têm uma grande margem de progressão.
Portas afirmou que, por isto mesmo, é "seu dever" ajudar as empresas portuguesas em "tudo o que puder", tendo por isso colocado "toda a máquina diplomática ao serviço dessas empresas para poderem aumentar exportações e ganhar mercado".
"Só acredito em relações económicas em que os dois lados ganham e [neste caso] Portugal ganha e a Turquia ganha. Nós temos de aumentar as exportações. Já exportámos bastante o ano passado e podemos crescer ainda em novos sectores. Os Turcos têm interesse por exemplo nas energias renováveis, nas tecnologias de informação, nos produtos farmacêuticos, no sector turístico, mesmo no setor agro-alimentar há uma série de áreas onde Portugal pode aumentar exportações," referiu.
De acordo com dados da AICEP, Portugal registou entre Janeiro e Novembro de 2011 um aumento das exportações para a Turquia de 14 por cento relativamente ao período homólogo do ano passado. Em 2010 as exportações portuguesas para a Turquia representaram um mercado de 267,1 milhões de euros.
Ainda de acordo com a AICEP, a Turquia foi em 2011, no período de Janeiro a Novembro, o 18.º mercado cliente de Portugal e o 42.º fornecedor.
"É um mercado de 74 milhões de consumidores, tem uma enorme influência quer na região euro-asiática, quer nos países islâmicos. Portanto, uma boa coordenação, um bom entendimento económico entre Portugal e a Turquia é essencial para exportarmos mais e captarmos mais investimento," declarou Portas.
Foi a pensar num maior entendimento e cooperação que a AICEP assinou esta tarde um protocolo com a sua congénere turca, na sede da União das Câmaras Empresariais turca (TOBB).
De acordo com Pedro Reis, presidente da AICEP, este protocolo visa sobretudo uma colaboração entre as duas entidades que permite, numa perspetiva bilateral, uma maior visibilidade dos dois países, um maior conhecimento do seu ambiente de negócios e das oportunidades para os empresários, pretendo ainda facilitar a entrada das empresas nos dois países.
Paulo Portas começou o dia com uma visita ao Mausoléu do fundador da República turca, Mustafa Kemal Atatürk, onde prestou homenagem, seguindo depois para uma reunião com o homólogo turco, Ahmet Davutoğlu, com quem esteve reunido durante cerca de hora e meia.
Síria, primavera árabe e crise europeia foram os temas dominantes do encontro, ao qual se seguiu um almoço no qual também estiveram presentes o embaixador português na Turquia, Jorge Cabral, e o presidente da AICEP.
A tarde ficou marcada por uma maratona de audiências, primeiro no palácio presidencial, onde Paulo Portas foi recebido pelo chefe de Estado turco, Abdullah Gül, a que se seguiram o ministro para os Assuntos Europeus, Egemen Bağış, o presidente da TOBB, Rifat Hisarcıklıoğlu, e o ministro da Economia, Mehmet Zafer Çağlayan.






(Fonte: RTP/TOBB/TRT/TCCB/Akşam/AKP)

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