10 maio 2010

Escândalo sexual leva à renúncia do líder da oposição

O líder do principal partido da oposição da Turquia, Deniz Baykal, renunciou esta segunda-feira ao cargo, depois da divulgação de um vídeo que, alegadamente, prova que o político tem um caso extraconjugal.
O vídeo mostra um homem identificado como Baykal, líder do secular Partido Republicano do Povo (CHP), num quarto com uma mulher, apontada como uma deputada do mesmo partido. As imagens foram divulgadas no site YouTube na semana passada.
Tanto Baykal, de 71 anos, como a deputada identificada no vídeo são casados.
Líder do CHP desde 1992, Baykal alegou que foi vítima de uma conspiração do governo. "Não se trata de uma gravação de sexo, é uma conspiração", afirmou. "Se isto tem um preço, e o preço é a renúncia à liderança do Partido Republicano do Povo, estou pronto para pagar. A minha renúncia não significa fuga ou desistência. Pelo contrário, significa que estou a lutar", disse.
Baykal, que não confirmou nem negou ter um caso, afirmou também que este tipo de vídeo não poderia ser divulgado sem o conhecimento do governo.
Promotores turcos iniciaram uma investigação na sexta-feira, proibindo a divulgação da gravação.
O Partido Republicano do Povo (CHP) é o mais antigo da Turquia, fundado por Mustafa Kemal Atatürk em 1923. Defende os valores seculares de Atatürk, fundador do moderno Estado secular turco.
Deniz Baykal é um dos políticos mais experientes do país, tendo já ocupado o cargo de ministro dos Negócios Estranhgeiros e de vice-primeiro-ministro em governos anteriores.
Baykal tem sido criticado por alguns membros do partido por não conseguir desafiar o partido do governo, o da Justiça e Desenvolvimento (AKP), de forma mais eficaz.
O Partido da Justiça e Desenvolvimento adoptou uma estratégia que o levou a conseguir o apoio de pequenos empresários e muçulmanos conservadores do país, sem que o Partido Republicano do Povo reagisse de forma eficaz.
Baykal foi acusado muitas vezes de não oferecer uma opinião alternativa, agindo apenas como defensor dos valores tradicionais seculares do Estado.

(Fonte: BBC)

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