Quando Cavaco Silva entrou no hemiciclo da Grande Assembleia Nacional, pouco depois das 16h00 locais, menos duas em Lisboa, estavam menos de metade dos deputados presentes. O momento mais aguardado da visita presidencial, até pelo facto de ser raro o convite a chefes de Estado – só os presidentes de Israel, da Autoridade Palestiniana, Bill Clinton e em Abril último Barak Obama tiveram esse privilégio –, ficou assim marcado pela ausência de um grande número de deputados. E Cavaco só conseguiu arrancar palmas ao seu discurso de 21 minutos e 51 segundos quando afirmou "que gostaria de vos ter à mesa das decisões europeias" e, já no final da intervenção, quando disse que "houve algo que sempre me tocou: as semelhanças que encontrei entre nós e que fazem com que algumas vezes me pergunte se saí realmente do meu país".
A visita de Cavaco Silva acontece num momento em que se vive uma grave crise política na Turquia. O partido islamita moderado no poder, o AKP, teve uma grande queda eleitoral nas autárquicas de Março passado, que beneficiou essencialmente o Partido Saadet, dos islamitas radicais. Outro derrotado das autárquicas foi o principal partido da oposição, o CHP, Partido Republicano do Povo, laico, fundado por Atartürk, o pai da República turca. Estes resultados deixaram marcas, e o primeiro-ministro, Erdoğan, foi obrigado a anunciar no início do mês uma profunda remodelação no seu Governo. Foi no meio deste caldeirão que Cavaco deixou Ancara a caminho de Istambul, num dia que curiosamente começou com uma homenagem a Atartürk e acabou com uma audiência ao líder do Partido Republicano do Povo, Deniz Baykal.
A visita de Cavaco Silva acontece num momento em que se vive uma grave crise política na Turquia. O partido islamita moderado no poder, o AKP, teve uma grande queda eleitoral nas autárquicas de Março passado, que beneficiou essencialmente o Partido Saadet, dos islamitas radicais. Outro derrotado das autárquicas foi o principal partido da oposição, o CHP, Partido Republicano do Povo, laico, fundado por Atartürk, o pai da República turca. Estes resultados deixaram marcas, e o primeiro-ministro, Erdoğan, foi obrigado a anunciar no início do mês uma profunda remodelação no seu Governo. Foi no meio deste caldeirão que Cavaco deixou Ancara a caminho de Istambul, num dia que curiosamente começou com uma homenagem a Atartürk e acabou com uma audiência ao líder do Partido Republicano do Povo, Deniz Baykal.
Maria professora de repente
Maria Cavaco Silva transforma-se quando entra numa sala de aula cheia de alunos. Deixa de ser a mulher do Presidente da República, abandona a pose protocolar, despe o casaco, levanta-se, anda entre as carteiras, conversa com rapazes e raparigas. É a partir desse momento a professora com uma longa carreira docente. Foi o que aconteceu ontem à tarde na Universidade de Ancara, depois da assinatura de um protocolo com o Instituto Camões para o desenvolvimento de estudos portugueses e apoio ao único leitor de Português da Faculdade de Línguas, História e Geografia. Maria Cavaco Silva foi assistir à aula de Português dada por Tiago Paixão, ouviu poemas da boca de estudantes turcos, falou e riu com eles e emocionou-se por estar ali, em Ancara, numa aula de Português. E ainda mais quando um jovem lhe leu na língua de Camões o poema ‘De Repente’, de um poeta turco.
Maria Cavaco Silva transforma-se quando entra numa sala de aula cheia de alunos. Deixa de ser a mulher do Presidente da República, abandona a pose protocolar, despe o casaco, levanta-se, anda entre as carteiras, conversa com rapazes e raparigas. É a partir desse momento a professora com uma longa carreira docente. Foi o que aconteceu ontem à tarde na Universidade de Ancara, depois da assinatura de um protocolo com o Instituto Camões para o desenvolvimento de estudos portugueses e apoio ao único leitor de Português da Faculdade de Línguas, História e Geografia. Maria Cavaco Silva foi assistir à aula de Português dada por Tiago Paixão, ouviu poemas da boca de estudantes turcos, falou e riu com eles e emocionou-se por estar ali, em Ancara, numa aula de Português. E ainda mais quando um jovem lhe leu na língua de Camões o poema ‘De Repente’, de um poeta turco.
(Fonte: Correio da Manhã)
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