Os dois atentados à bomba que causaram 17 mortos no passado Domingo, dia 27 de Julho, em Istambul, foram realizados por extremistas separatistas curdos, declarou hoje o ministro do Interior turco, Beşir Atalay, anunciando que alguns dos autores já foram detidos. "Foi um acto desumano da sangrenta organização separatista terrorista", declarou aos jornalistas Atalay, utilizando a designação habitual das autoridades turcas para o Partidos dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Dez suspeitos foram interrogados e entregues às autoridades judiciais antes de expirar o prazo legal de quatro dias de prisão sob custódia, afirmou o ministro. Aqueles suspeitos constituem a maioria dos que estiveram implicados nos atentados de Domingo passado, entre os quais os "que participaram pessoalmente", disse. Segundo Atalay, a polícia turca considera o caso resolvido e as descobertas feitas "não deixam lugar à dúvida" sobre a identidade dos autores dos atentados.
Duas bombas colocadas em contentores de lixo explodiram a 27 de Julho com dez minutos de intervalo numa rua de peões muito frequentada do bairro de Güngören, na parte europeia de Istambul. Dezassete pessoas morreram, incluindo cinco crianças e uma mulher grávida. Dos 154 feridos nos atentados, 27 continuavam hoje hospitalizados, mas nenhum corria risco de vida, declarou o ministro do Interior turco.
Durante o inquérito, a polícia descobriu que a explosão de uma bomba que feriu dez pessoas em Junho numa outra zona de Istambul era obra das mesmas pessoas que realizaram os atentados de 27 de Julho, afirmou Atalay.
Crise política
No dia do atentado o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, tinha acusado implicitamente os rebeldes curdos de serem os responsáveis pelo atentado. Erdoğan recusou-se a pronunciar o nome do PKK, por considerar que isso seria “propaganda” para os rebeldes, mas durante a visita a Güngören, bairro residencial de classe média na margem europeia da cidade, os populares gritaram insistentemente: “Abaixo o PKK”.
O atentado surge num momento de tensão no país, numa altura em que o Tribunal Constitucional começa a analisar um pedido para dissolução do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), no poder desde 2002, acusado de actividades anti-laicas.
A eventual dissolução criaria uma grave crise política no país, podendo forçar a realização de eleições antecipadas às quais Erdoğan poderá não ser autorizado a concorrer se a instância judicial der também provimento ao pedido para suspender os dirigentes da formação conservadora, nascida nos meandros do movimento islamista turco. Contudo, Erdoğan sublinha que o atentado em Istambul veio minimizar a crise política. “O nosso problema não é se o AKP é ou não fechado. O nosso problema actual é garantir a unidade para que o nosso país avance numa direcção diferente”, afirmou.
Os rebeldes curdos lutam, desde 1984, pela instauração de um estado curdo no sudeste do país, onde são maioritários, e no seu historial contam com vários ataques armados e atentados, além das ofensivas contra o Exército turco. Ilegalizado na Turquia, o PKK é considerado uma organização terrorista pela União Europeia e Estados Unidos. Contudo, um dos ataques mais sangrentos registados no país foi atribuído à células da Al-Qaeda na região. Em Novembro de 2003, as explosões visaram duas sinagogas, o consulado britânico e a delegação do banco britânico HSBC de Istambul, a grande metrópole da Turquia, matando 63 pessoas.
Dez suspeitos foram interrogados e entregues às autoridades judiciais antes de expirar o prazo legal de quatro dias de prisão sob custódia, afirmou o ministro. Aqueles suspeitos constituem a maioria dos que estiveram implicados nos atentados de Domingo passado, entre os quais os "que participaram pessoalmente", disse. Segundo Atalay, a polícia turca considera o caso resolvido e as descobertas feitas "não deixam lugar à dúvida" sobre a identidade dos autores dos atentados.
Duas bombas colocadas em contentores de lixo explodiram a 27 de Julho com dez minutos de intervalo numa rua de peões muito frequentada do bairro de Güngören, na parte europeia de Istambul. Dezassete pessoas morreram, incluindo cinco crianças e uma mulher grávida. Dos 154 feridos nos atentados, 27 continuavam hoje hospitalizados, mas nenhum corria risco de vida, declarou o ministro do Interior turco.
Durante o inquérito, a polícia descobriu que a explosão de uma bomba que feriu dez pessoas em Junho numa outra zona de Istambul era obra das mesmas pessoas que realizaram os atentados de 27 de Julho, afirmou Atalay.
Crise política
No dia do atentado o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, tinha acusado implicitamente os rebeldes curdos de serem os responsáveis pelo atentado. Erdoğan recusou-se a pronunciar o nome do PKK, por considerar que isso seria “propaganda” para os rebeldes, mas durante a visita a Güngören, bairro residencial de classe média na margem europeia da cidade, os populares gritaram insistentemente: “Abaixo o PKK”.
O atentado surge num momento de tensão no país, numa altura em que o Tribunal Constitucional começa a analisar um pedido para dissolução do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), no poder desde 2002, acusado de actividades anti-laicas.
A eventual dissolução criaria uma grave crise política no país, podendo forçar a realização de eleições antecipadas às quais Erdoğan poderá não ser autorizado a concorrer se a instância judicial der também provimento ao pedido para suspender os dirigentes da formação conservadora, nascida nos meandros do movimento islamista turco. Contudo, Erdoğan sublinha que o atentado em Istambul veio minimizar a crise política. “O nosso problema não é se o AKP é ou não fechado. O nosso problema actual é garantir a unidade para que o nosso país avance numa direcção diferente”, afirmou.
Os rebeldes curdos lutam, desde 1984, pela instauração de um estado curdo no sudeste do país, onde são maioritários, e no seu historial contam com vários ataques armados e atentados, além das ofensivas contra o Exército turco. Ilegalizado na Turquia, o PKK é considerado uma organização terrorista pela União Europeia e Estados Unidos. Contudo, um dos ataques mais sangrentos registados no país foi atribuído à células da Al-Qaeda na região. Em Novembro de 2003, as explosões visaram duas sinagogas, o consulado britânico e a delegação do banco britânico HSBC de Istambul, a grande metrópole da Turquia, matando 63 pessoas.
(Fonte: Público)
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