12 junho 2008

Turquia venceu a Suiça


Terão sido apenas noventa e poucos minutos, como o marcador electrónico do St. Jakob-Park indica neste momento? O resultado está certo, redundou num triunfo turco em cima da linha da meta, mas há muito mais por detrás deste Suíça-Turquia, uma espécie de guerra civil concentrada num rectângulo de jogo. Para já, a esperança de uns e o ar desolador de outros: um dos organizadores despede-se à segunda jornada, antes de defrontar Portugal.
Reeditava-se o duelo ardente de 2005, quando o «play-off» para o Mundial do ano seguinte, que terminou com uma verdadeira batalha campal em Istambul. Alguns jogadores suíços guardam as marcas desse confronto, mesmo cicatrizes, procurando suster o ímpeto num duelo vital para as duas equipas.
A Suíça adaptou-se melhor à verdadeira mudança de estações durante a primeira parte. Bom tempo, depois chuva, depois ainda mais chuva. No meio desse dilúvio, os helvéticos serviram-se do sangue turco de Inler, Derdiyok e Yakın para silenciar cerca de 10 mil almas.
À passagem da primeira meia-hora de jogo, após um par de defesas de Volkan e um cabeceamento involuntário de Arda ao poste da baliza suíça, a equipa de Kobi Kuhn agitou o caldeirão de Basileira. Lançamento longo de Senderos, Derdiyok passa por Volkan e aquela poça de água, capaz de travar a marcha da bola, não susteve o toque fatal de Yakın. Mal refeito, o avançado desperdiçou o segundo golo logo depois, de novo a um metro da baliza. Desta feita, esta pareceu pequena demais. A Turquia acusava as debilidades no eixo defensivo. Perdera Gökhan Zan no jogo frente a Portugal, apresentando ainda Çetin com evidentes limitações. Do outro lado, Muller também denotava falta de condições físicas para travar investidas continuadas. Depois de Frei, Kobi Kuhn perdera também o segundo homem da frente, Marco Steller.
Fatih Terim olhou para a sua equipa, já completamente remodelada em relação ao jogo com Portugal, e pensou o que poderia fazer para salvar a pele. Até as mães dos jogadores vinham para a praça pública lançar críticas ao seleccionador, mas este recorreu, uma vez mais, a uma inesgotável dose de confiança. E fé, talvez. Lançou Semih Şenturk ao intervalo e este anulou a desvantagem pouco depois. Benaglio poderia ter feito mais.
A esta altura, Portugal garantia o primeiro lugar do Grupo A, Suíça e Turquia seguiam para a última jornada com esperanças. Impulsionada por 20 mil pessoas determinadas a obter um triunfo sobre a mais recente e contestada vaga de emigrantes no país, a selecção helvética foi carregando, carregando, já sem pensar na contenção defensiva. E assim, num tremendo golpe de teatro, o jovem Arda Turan, maior promessa do futebol turco, lançou-se numa fuga para a glória. Ao minuto 92 da segunda jornada, o co-organizador do Euro2008 despediu-se da competição.

(Fonte: Mais Fuebol)

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