As tropas turcas afirmaram ter lançado hoje uma operação militar contra rebeldes curdos no Norte do Iraque, numa “intervenção intensa”, que envolveu helicópteros, artilharia e forças especiais.
Um oficial das tropas turcas avançou que perto de 100 elementos das forças especiais atravessaram a fronteira para o território iraquiano para atacar um grupo de “50 a 60 terroristas” do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), um dia depois do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, ter anunciado ao seu Governo que tinha autorizado a operação. “Uma intervenção intensa foi infligida no grupo e confirma-se que o grupo terrorista sofreu pesadas baixas”, afirma o Exército turco no seu site.
Um elemento do PKK, que falou à agência Reuters, sob condição de anonimato, em Sulaimaniya, no Norte do Iraque, afirmou que os rebeldes não sofreram qualquer ataque. “As notícias sobre a incursão turca e bombardeamentos não são verdadeiras. Não houve qualquer incursão turca no norte do Iraque”, reforçou a mesma fonte.
Também em Bagdad, o Exército norte-americano afirma não dispor de qualquer informação que confirme a existência de tal operação.
No mesmo comunicado avançado hoje, as tropas turcas sustentam que “a primeira operação foi desenvolvida a 1 de Dezembro de 2007” e que “as operações vão continuar. As operações que serão desenvolvidas apenas têm como alvo a organização terrorista do PKK e não são contra o povo que vive no norte do Iraque ou os grupos locais, enquanto estes não cometerem actos hostis contra as forças armadas turcas”, sublinha o comunicado.
A Turquia estima que milhares de militantes do PKK, tolerados ou mesmo apoiados pelas autoridades do Curdistão iraquiano, utilizem a zona como base recuada para lançar ataques contra alvos militares no sudeste da Turquia, de população maioritariamente curda.
A Turquia, que dispõe do segundo maior exército da NATO em efectivos (515 mil soldados) depois dos Estados Unidos, mobilizou 100 mil dos seus homens para a fronteira iraquiana, ao longo de 380 quilómetros. O PKK, que dispõe de cerca de 5000 rebeldes, 3500 dos quais na região montanhosa iraquiana, desenvolve uma luta armada desde 1984 pela autonomia da zona este e sudeste da Turquia, que já fez 37 mil mortos.
(Fonte: Público /AFP / Reuters)
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