Soldados turcos mataram, na passada terça-feira, seis rebeldes curdos perto da fronteira com o Iraque, em combate que também deixou um oficial turco morto, informou o Exército da Turquia em comunicado postado no seu site oficial.
Os rebeldes, quatro mulheres e dois homens, foram mortos no Monte Gabar, na província de Şırnak. O combate ocorreu após os rebeldes curdos terem ignorado um aviso para se renderem.
Militares disseram que os rebeldes mortos faziam parte do grupo de guerrilheiros que matou 13 soldados turcos numa emboscada em Şırnak a 7 de Outubro. Nessa altura, os militares retaliaram com bombardeamentos na fronteira, para evitar que os rebeldes fugissem para o Iraque. Outra emboscada similar, ocorrida algumas semanas depois com um saldo de 12 soldados mortos, aumentou a revolta da opinião pública na Turquia contra os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). A pressão para uma acção militar contra o PKK no Curdistão iraquiano cresceu.
"As operações contra a organização separatista e terrorista continuarão com determinação", informou na terça-feira o Exército turco. A Turquia concentrou dezenas de milhar de soldados na fronteira com o Iraque. No Sábado, os militares turcos disseram ter atacado um grupo de 50 a 60 militantes do PKK dentro do território iraquiano, infringindo "perdas significativas".
Os Estados Unidos e o Iraque têm pressionado a Turquia a evitar uma ofensiva de larga escala contra as bases rebeldes no Curdistão iraquiano, temendo que uma operação desse tipo desestabilize a região considerada como a mais calma do Iraque nos últimos anos.
Em declaração de 30 de Novembro, o PKK afirmou que considerava válido o cessar-fogo que declarou há 12 meses, e pediu à Turquia para respeitar a trégua. O governo turco afirma que a trégua é unilateral, e tem ignorado uma série de declarações de trégua feitas pelo PKK. O partido do Curdistão, apesar dos avisos de cessar-fogo, tem atacado frequentemente o Exército turco e dezenas de soldados foram mortos durante este ano. As autoridades turcas dizem que os avisos de trégua do PKK são uma manobra para o grupo obter apoio internacional. "Se o Estado turco cessar os seus ataques contra as nossas forças, o nosso líder, o nosso povo, os nossos valores e instituições democráticas, então poderemos dizer com confiança que a violenta atmosfera desaparecerá e que um ambiente pacífico será instalado", disse o PKK em comunicado. Enquanto isso, procuradores turcos indiciaram dois advogados do líder do PKK, Abdullah Ocalan. Os advogados, Irfan Dundar e Mahmut Sakar, denunciaram em Março que Ocalan, que cumpre pena de prisão perpétua na prisão de Imrali, uma ilha perto de Istambul, está a ser envenenado pelos guardas. O procurador-geral de Istambul também indiciou os dois advogados por pertencerem a "uma organização ilegal". Dundar e Sakar poderão ser condenados a 15 anos de prisão. Ainda não foi fixada qualquer data para o julgamento.
(Fonte: A Tarde Online)
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