Teve início aquele que deverá ser o julgamento do ano na Turquia. No banco dos réus está Oğun Samast, o assassino do jornalista de origem arménia Hrant Dink.
Trata-se de um verdadeiro teste às bases democráticas do país, tal como foram instituídas por Kemal Atatürk, o pai da Turquia moderna.
Fethiye Çetin, a advogada da família de Hrant Dink, teme que o julgamento não decorra de forma justa, pois afirma tratar-se de "um problema do aparelho judiciário turco". O que aconteceu durante a investigação é um sinal claro" desta falta de transparência", acrescenta. Çetin conclui que "é preciso acabar com todo o controlo sobre o sistema legal, já que esse é o seu maior problema".
Detestado pelos nacionalistas turcos, Dink foi assassinado à entrada da sede do jornal Agos, em Istambul, no dia 19 de Janeiro. Hrant Dink, director de redacção do semanário, teimava em dizer que o massacre levado a cabo pelo império otomano contra civis arménios em 1915, foi um genocídio. Consideração que lhe valeu uma condenação, em 2005, por insulto à identidade turca.
A justiça que hoje julga o jovem de 17 anos originário de Trabzon, que o matou, e mais 17 suspeitos é a mesma que o condenou há dois anos. O assassínio de Dink provocou, no entanto, uma verdadeira onda de manifestações contra os meios ultranacionalistas. Só no seu funeral estiveram presentes 100 mil turcos. Esta manhã perto de mil pessoas manifestaram-se à frente do tribunal, em Istambul, por um julgamento justo.
(Fonte: Euronews)
02 julho 2007
Começou o julgamento do assassínio de Hrant Dink
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