O governo turco tem planos para um eventual ataque militar às bases do ilegalizado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) no norte do Iraque, afirmou hoje o chefe da diplomacia turca, Abdullah Gül.
"Estamos de acordo sobre o que tem de ser feito", frisou o ministro dos Negócios Estrangeiros em declarações à cadeia televisiva CNN-Turk, em resposta aos insistentes apelos das forças armadas para uma incursão transfronteiriça contra os "santuários" do PKK no Curdistão iraquiano.
"Todos os planos estão concluídos, contemplando do melhor, ao pior dos cenários", indicou Gül.
O diário Radikal acentua que, de acordo com Gül, a Turquia passará ao ataque se os Estados Unidos, ou o governo de Bagdad não actuarem de imediato contra o PKK, considerado uma organização terrorista por Ancara, Washington e União Europeia (UE).
"Infelizmente, a cooperação com os Estados Unidos nesta matéria não corresponde às expectativas", lamentou o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, adiantando: "Se Washington e Bagdad nada fizerem, tomaremos nós a iniciativa e passaremos à acção".
O chefe do Estado-Maior turco, general das Forças Armadas, Yaşar Büyükanıt, tem insistido desde Abril no imperativo de uma incursão militar contra o PKK na região autónoma do Curdistão iraquiano, onde a organização, segundo Ancara, goza de plena liberdade de movimentos e da possibilidade de aprovisionar tanto armas, como explosivos para perpetrar atentados na Turquia.
Até agora, Ancara tem privilegiado a diplomacia junto de Washington e Bagdad.
A tensão interna na Turquia, contra o PKK, está ao rubro desde o recrudescimento das operações do PKK no sudeste da Anatólia, onde a maioria curda reivindica a independência, que culminou com um atentado suicida em Ancara (no passado mês de Maio), saldado em oito mortos.
Em Lisboa, o embaixador da Turquia, Kaya Türkmen, falando à Agência Lusa insistiu em que "qualquer país tem de combater o terrorismo e, portanto, se vier a ser necessária uma incursão militar turca no norte do Iraque para acabar com as bases do PKK, será feita, não há dúvida, mesmo que isso nos complique a vida".
"É sempre complicado quando um país entra pelo território do vizinho para aí atacar os terroristas. Mas se a vida dos turcos correr perigo, teremos de ir lá, se a situação for muito grave não haverá alternativa", disse ainda.
E concluiu: "O ideal seria podermos contar com a colaboração internacional nesta matéria. Os Estados Unidos têm a liderança no Iraque e se pudéssemos trabalhar com Washington, com a UE e com o executivo de Bagdad seria ideal".
O conflito entre o PKK e o poder central de Ancara, que se arrasta desde 1984, já fez mais de 37.000 mortos. O líder da organização, Abdullah Ocalan, cumpre prisão perpétua numa prisão de alta segurança na Turquia.
(Fonte: Portugal Diário)
"Estamos de acordo sobre o que tem de ser feito", frisou o ministro dos Negócios Estrangeiros em declarações à cadeia televisiva CNN-Turk, em resposta aos insistentes apelos das forças armadas para uma incursão transfronteiriça contra os "santuários" do PKK no Curdistão iraquiano.
"Todos os planos estão concluídos, contemplando do melhor, ao pior dos cenários", indicou Gül.
O diário Radikal acentua que, de acordo com Gül, a Turquia passará ao ataque se os Estados Unidos, ou o governo de Bagdad não actuarem de imediato contra o PKK, considerado uma organização terrorista por Ancara, Washington e União Europeia (UE).
"Infelizmente, a cooperação com os Estados Unidos nesta matéria não corresponde às expectativas", lamentou o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, adiantando: "Se Washington e Bagdad nada fizerem, tomaremos nós a iniciativa e passaremos à acção".
O chefe do Estado-Maior turco, general das Forças Armadas, Yaşar Büyükanıt, tem insistido desde Abril no imperativo de uma incursão militar contra o PKK na região autónoma do Curdistão iraquiano, onde a organização, segundo Ancara, goza de plena liberdade de movimentos e da possibilidade de aprovisionar tanto armas, como explosivos para perpetrar atentados na Turquia.
Até agora, Ancara tem privilegiado a diplomacia junto de Washington e Bagdad.
A tensão interna na Turquia, contra o PKK, está ao rubro desde o recrudescimento das operações do PKK no sudeste da Anatólia, onde a maioria curda reivindica a independência, que culminou com um atentado suicida em Ancara (no passado mês de Maio), saldado em oito mortos.
Em Lisboa, o embaixador da Turquia, Kaya Türkmen, falando à Agência Lusa insistiu em que "qualquer país tem de combater o terrorismo e, portanto, se vier a ser necessária uma incursão militar turca no norte do Iraque para acabar com as bases do PKK, será feita, não há dúvida, mesmo que isso nos complique a vida".
"É sempre complicado quando um país entra pelo território do vizinho para aí atacar os terroristas. Mas se a vida dos turcos correr perigo, teremos de ir lá, se a situação for muito grave não haverá alternativa", disse ainda.
E concluiu: "O ideal seria podermos contar com a colaboração internacional nesta matéria. Os Estados Unidos têm a liderança no Iraque e se pudéssemos trabalhar com Washington, com a UE e com o executivo de Bagdad seria ideal".
O conflito entre o PKK e o poder central de Ancara, que se arrasta desde 1984, já fez mais de 37.000 mortos. O líder da organização, Abdullah Ocalan, cumpre prisão perpétua numa prisão de alta segurança na Turquia.
(Fonte: Portugal Diário)
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