20 abril 2007

Detidos dez supeitos do ataque a editora cristã

Foram detidos mais cinco suspeitos do ataque sangrento à editora Zirve, aumentando para dez o número de detidos. Os suspeitos são todos homens da mesma faixa etária, com idades entre os 19 e os 20 anos, e não possuem registo criminal. A editora não tinha solicitado protecção ou informado sobre eventuais ameaças.

"Fizemos isto pelo nosso país"

Cópias de uma carta dizendo, “Nós os cinco somos irmãos e vamos morrer. Podemos não regressar,” foram endereçadas às famílias dos suspeitos e estavam na posse dos mesmos.
Os primeiros cinco suspeitos eram amigos e estavam alojados num dormitório, gerido por uma fundação religiosa, para estudarem para o exame de acesso à universidade. “Fizemos isto pelo país,” disseram no seu primeiro interrogatório, de acordo com o jornal diário "Milliyet".
O Governo e a polícia ainda não fizeram nenhuma declaração pública sobre a causa dos ataques, mas a imprensa questionava ontem se não existiria uma ligação entre o assassínio do padre católico Andrea Santoro no ano passado, do jornalista turco-arménio Hrant Dink em Janeiro deste ano, e dos trabalhadores da editora cristã Zirve. Mehmet Faraç, do jornal diário "Cumhuriyet", comentou que os assassínios em Malatya podem também ser interpretados como uma resposta às reacções no funeral de Dink, em que milhares de pessoas marcharam com cartazes dizendo, “somos todos Arménios”, e a crescente presença de actividades missionárias tanto no leste como no sudeste da Turquia.
Necati Aydın, uma das vítimas, era pastor da comunidade protestante de Malatya, informou o diário "Radikal". Foi preso por vender bíblias e acusado de insultar o Islão, há sete anos em Izmir, mas foi absolvido por testemunhas que disseram que ele unicamente deu a bíblia não mencionando nada sobre o Islão.
"Este crime é resultado de provocações contra as minorias na Turquia," disse Orhan Kemal Cengiz, o advogado de Necati Aydin. "A intolerância em geral tem crescido abruptamente na Turquia," disse.
Suzanne Geske, a mulher da vítima mortal de nacionalidade alemã, Tilmann Geske, disse querer que o seu marido seja enterrado em Malatya. Disse também adorar Malatya e desejar continuar a viver nessa cidade. A outra vítima mortal, Uğur Yüksel, foi a enterrar ontem na sua terra natal, Elazığ. O funeral de Necati Aydın será no sábado em Izmir.

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