A Turquia disse na passada segunda-feira, dia 17, que a visita do Papa Bento XVI irá acontecer em finais de Novembro, conforme programado.
De acordo com a Conferência dos Bispos Católicos que decorreu em Istambul no mesmo dia, a viagem do Papa continua agendada.
No entanto, o ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Abdullah Gül, negou ter escrito uma carta ao Papa apelando ao não cancelamento ou adiamento da sua visita ao país. Abdullah Gül, disse também não ter havido qualquer mudança de atitude por parte do Governo turco relativamente à visita do Papa, a primeira ao país em 27 anos. "Uma mudança [na visita papal] está posta de parte neste momento," disse Gül, ao mesmo tempo que classificou as palavras do Papa de "muito infelizes", e contra os esforços internacionais para um entendimento entre as diferentes religiões e culturas.
No entanto, o ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Abdullah Gül, negou ter escrito uma carta ao Papa apelando ao não cancelamento ou adiamento da sua visita ao país. Abdullah Gül, disse também não ter havido qualquer mudança de atitude por parte do Governo turco relativamente à visita do Papa, a primeira ao país em 27 anos. "Uma mudança [na visita papal] está posta de parte neste momento," disse Gül, ao mesmo tempo que classificou as palavras do Papa de "muito infelizes", e contra os esforços internacionais para um entendimento entre as diferentes religiões e culturas.
"Muita água vai ter ainda de correr debaixo da ponte antes da visita," disse o ministro de Estado e também ministro dos Assuntos Religiosos Mehmet Aydın, no passado domingo. Acrescentou ainda: "O mundo espera que o Papa corrija a confusão mental e emocional que causou com os seus comentários."
O vigário apostólico da Anatólia, Luigi Padovese, disse não estar certo se a opinião pública turca está preparada para esta visita.
Bento XVI já é visto na Turquia como o papa anti-Turquia por se opôr à sua entrada na União Europeia, quando referiu tratar-se de "um grave erro [...] contra a tendência da História," enquanto ainda era cardeal Joseph Ratzinger. No entanto, o Vaticano tem-se distanciado dos seus comentários anti-Turquia do passado, assumindo que apenas reflectem uma opinião pessoal.
Em Fevereiro deste ano, o Papa Bento XVI aceitou formalmente um convite oficial do presidente da República turca Ahmet Necdet Sezer para visitar o país entre os dias 28 de Novembro e 1 de Dezembro deste ano, datas que coincidem com as festividades em honra de Santo André realizadas a 30 de Novembro. O patriarca da igreja ortodoxa grega Bartolomeu I, esperava que o Papa tivesse celebrado com ele essas festividades no ano passado. Bartolomeu foi recebido calorosamente por parte do Vaticano, após ter convidado o Papa para uma visita à Turquia no passado Outono para participar nas festas em honra de Santo André a 30 de Novembro. Numa aparente quebra do convite de Bartolomeu, o ministério turco dos Negócios Estrangeiros anunciou de imediato que Sezer tinha convidado o Papa para visitar o país em 2006.
Ainda na segunda-feira dia 17, o porta-voz do Vaticano na Turquia, George Marovic, disse que a viagem acontecerá conforme estipulado. Estas declarações aconteceram após a Conferência de Bispos Católicos, que, segundo os oficiais do Vaticano, já estava agendada há muito tempo.
Um coro de vozes na Turquia, clama pelo cancelamento da visita papal ao país se não for apresentado um pedido formal de desculpas. Mehmet Aydın disse, na passada segunda-feira, esperar que as autoridades turcas cancelem a visita papal caso Bento XVI não formalize um pedido de desculpas. "Aguardamos que as autoridades cancelem esta visita. A vinda do Papa não irá fomentar a união de civilizações, mas um confronto de civilizações," disse Aydın.
Os comentários do Papa, quando citou um imperador bizantino do século XIV que conectou o Islão com a violência e descreveu alguns dos ensinamentos do Islão como "diabólicos e desumanos", tem dominado as coberturas noticiosas há vários dias na Turquia, assim como em todo o mundo muçulmano e não só.
No passado domingo, Bento disse lamentar profundamente que as suas palavras tivessem ofendido os muçulmanos e que a citação proferida não reflectia a sua opinião pessoal. Disse ainda que a sua intenção com essas observações era encorajar um diálogo aberto e honesto.
Ali Bardakoğlu, presidente do Directorado dos Assuntos Religiosos, disse que o pedido de desculpas do Papa foi indirecto. "Ele não se desculpou por as suas palavras serem excessivas, mas por terem sido mal interpretadas," disse Bardakoğlu. Acrescentou ainda que o mundo islâmico continua à espera de um pedido de desculpas.
O programa da visita do papa Bento XVI à Turquia do dia 28 de Novembro ao dia 1 de Dezembro terá ênfase no seu encontro com Bartolomeu. Incluirá também uma deslocação a Ancara para um encontro com o Presidente turco, uma viagem às ruínas de Éfeso no dia 29, e uma reunião com Bartolomeu no dia seguinte em Istambul. Espera-se ainda que o papa Bento XVI celebre uma missa na catedral do Santo Espírito em Istambul no dia 1 de Dezembro.
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