26 setembro 2014

Turquia admite integrar coligação contra jihadistas

O Presidente turco confirmou a mudança de posição do seu país em relação ao combate ao grupo Estado Islâmico e admitiu juntar-se em breve à coligação militar liderada pelos Estados Unidos da América.
Depois do seu regresso da Assembleia Geral da ONU, o Presidente turco Recep Tayyip Erdoğan confirmou perante os meios de comunicação a mudança de posição da Turquia, que está a ser relacionada com a libertação no sábado de 46 cidadãos turcos mantidos reféns pelo Estado Islâmico desde Junho. “A nossa posição mudou agora. O processo seguinte será totalmente diferente”, declarou à chegada a Istambul. “Como sabem, o projecto de mandato vai ser entregue no Parlamento. Será discutido em 2 de Outubro e espero que possam ser adoptadas as medidas necessárias após a sua votação. Este mandato autoriza a intervenção das forças armadas”, frisou o chefe de Estado.
O poder islamita-conservador turco recusou até agora integrar a coligação militar reunida pelos Estados Unidos para combater o EI, que esta semana iniciou os bombardeamentos de alvos Jihadistas em território sírio, após o início da ofensiva aérea no vizinho Iraque a 8 de Agosto. Ancara tinha designadamente excluído a utilização da base aérea de Incirlik (sul) e do seu espaço aéreo aos aviões com destino à Síria.
Suspeito de ter fornecido armamento durante um largo período aos movimentos mais radicais, incluindo o EI, que defrontam o regime do Presidente sírio Bachar al-Assad, o governo turco justificou a sua alegada “neutralidade” pela necessidade de proteger a vida dos seus 46 cidadãos sequestrados em Junho pelos jihadistas em Mossul, norte do Iraque. Estes reféns foram libertados há seis dias após negociações que — como referiram diversos meios de comunicação social turcos e não desmentidas por Ancara — implicaram a libertação de 50 jihadistas detidos na Turquia.
Já na terça-feira, Erdoğan tinha emitido um sinal sobre uma alteração da abordagem da Turquia face aos conflitos nos dois países vizinhos, quando saudou os primeiros ataques aéreos da coligação na Síria e assegurou que o seu país estava pronto “para qualquer forma de apoio, incluindo militar e político”.
 
(Fonte: Observador)

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