11 fevereiro 2014

Governo turco afasta 166 procuradores e juízes

O Governo turco afastou, esta terça-feira, 166 procuradores e juízes, numa nova purga nos meios judiciais em resposta a um inquérito sobre corrupção que envolve diversos empresários e políticos com ligações ao poder, referiram os média locais.
De acordo com a edição na internet do diário "Hurriyet", entre os visados incluem-se destacados procuradores da capital Ancara, de Istambul e de Esmirna.
Desde o início do escândalo, divulgado em meados de Dezembro, o Governo islamita conservador do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan já despediu milhares de polícias (seis mil segundo as estimativas de diversos média), para além de procuradores, juízes e advogados envolvidos nas investigações sobre alegadas operações de lavagem de dinheiro, contrabando de ouro e corrupção.
Ainda segundo as informações divulgadas, 85 oficiais da polícia de Istambul foram afastados esta semana das suas funções.
Erdoğan, também líder do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, no poder desde 2002), tem acusado os apoiantes do exilado e influente predicador turco Fethullah Gülen, de desencadearem as investigações no âmbito de uma tentativa de "golpe" contra o seu Governo num ano de eleições decisivas, com municipais em Março e presidenciais em Agosto.
Estes afastamentos, acompanhados pela aprovação de legislação que reforça o controlo do Governo dos conteúdos da internet, estão a originar reacções no país e no estrangeiro sobre o estado da democracia no país.
O primeiro-ministro turco rejeitou também hoje as fortes críticas à nova legislação que reforça o controlo da internet, e assegurou que se destina prioritariamente à "ciber-intimidação" dos seus adversários políticos.
Erdoğan justificou as alterações à lei de 2007 sobre a internet pela necessidade de combater a "chantagem" exercida pelos seus rivais na rede.
O parlamento turco votou na semana passada uma série de medidas que concedem à autoridade governamental das telecomunicações (TIB) a possibilidade de bloquear uma página da Internet sem decisão judicial, caso "atente contra a vida privada" ou publique "conteúdos discriminatórios face a determinados membros da sociedade".
 
(Fonte: Jornal de Notícias)

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