01 fevereiro 2013

Ağca publica biografia: "Prometeram-me o Paraíso: A Minha Vida e a Verdade Sobre o Atentado Contra o Papa"

Mehmet Ali Ağca, que tentou assassinar o papa João Paulo II na Praça de São Pedro, Vaticano, em Maio de 1981, afirma que o guia da Revolução islâmica no Irão, o ayatolah Khomeini, foi o instigador do ataque.
Ağca, de origem turca, revela esta informação num livro biográfico hoje lançado em Itália. No livro, intitulado "Prometeram-me o Paraíso: A Minha Vida e a Verdade  Sobre o Atentado Contra o Papa", Ali Ağca, que sofre de problemas mentais, conta como chegou ao Irão depois de ter fugido de uma prisão turca, onde cumpria pena pelo assassínio de um jornalista. Ağca recorda que durante a sua estadia em Teerão foi "doutrinado" durante várias semanas, antes de uma reunião nocturna com o guia supremo da revolução iraniana. No encontro, o ayatolah Khomeini terá instruído o Turco a matar João Paulo II, que ficou gravemente ferido mas que sobreviveu à tentativa de assassinato. "Tens de matar o papa em nome de Alá. Tens de matar o porta-voz do diabo na terra", afirmou então o líder iraniano, segundo o testemunho de Ağca. Após a sua detenção, Mehmet Ali Ağca disse inicialmente que o atentado tinha sido organizado pelos serviços secretos russos (KGB) e um grupo de diplomatas búlgaros. Na altura, Mehmet Ali Ağca foi diagnosticado como doente mental. No livro, Ağca conta igualmente pormenores sobre o seu encontro com João Paulo II, que o visitou na prisão em Roma, em 1983. "Quem ordenou a minha morte?", questionou João Paulo II, segundo o relato de Ağca, que acabaria por contar as instruções do líder iraniano. O Turco acrescenta que o pontífice perdoou todos os envolvidos. No mesmo livro, Ağca recorda a sua vida, desde a infância, afirmando "ter vivido durante anos no erro do 'fascismo-nazi' islâmico". "Hoje, sei que Jesus Cristo é a melhor pessoa que andou na terra", escreve ainda Ağca. Mehmet Ali Ağca, de 55 anos, cumpriu 19 anos de prisão em Itália, tendo sido posteriormente deportado para a Turquia, onde cumpriu mais dez anos de prisão. Foi libertado em Janeiro de 2010. Em 2009, o jornal italiano "La Repubblica" noticiou que tinha iniciado o processo para obter a nacionalidade portuguesa.
 
(Fonte: Lusa / SIC Notícias)

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