26 março 2012

Sanções ao Irão afectam economia turca

As sanções económicas ao Irão estão a afectar a indústria de vestuário da Turquia, com os negócios outrora prósperos entre os dois países a enfrentarem dificuldades, como a falta de crédito aos empresários iranianos e o aumento de custos causados pelas diferenças cambiais.
As exportações da Turquia para o Irão, que aumentaram 12 vezes na última década, tendo atingido os 3,5 mil milhões de dólares (2,64 mil milhões de euros) em 2011, caíram 25% de Dezembro a Janeiro, com as sanções a pressionarem o valor real da moeda iraniana, o rial, uma quebra de 55% face ao dólar americano, segundo o The Wall Street Journal.
Todos os bancos turcos, com exceção de um, deixaram de processar pagamentos para os clientes iranianos, enquanto os custos mais elevados significam que o número de iranianos que visitam a Turquia desceu.
A Turquia recusou-se a adoptar sanções unilaterais mais severas contra o Irão como as tomadas pela UE e pelos EUA, sublinhando, em vez disso, o seu empenho para com o cumprimento das medidas estabelecidas em 2010 pelas Nações Unidas, e continua a comprar petróleo e gás iraniano, apesar de ter registado uma diminuição.
Contudo, o declínio no comércio elimina uma grande ligação entre os dois países, que estão cada vez mais a separar-se devido às linhas sectárias relativas ao conflito do Médio Oriente, indica o The Wall Street Journal.
Em Janeiro, as novas sanções dos EUA direcionadas para o banco central do Irão levaram a uma desvalorização da moeda iraniana, e a lira turca começou a valorizar, fazendo com que o custo relativo de alguns produtos turcos tenha aumentado quase duas vezes no espaço de apenas alguns dias.
O aumento do preço foi agravado pela recusa dos bancos turcos de processar os negócios comerciais envolvendo os clientes iranianos com medo do congelamento nos mercados internacionais por novas sanções. Os empresários iranianos pagam agora as encomendas em dinheiro, que atravessa as fronteiras em malas.
Como resultado, as empresas da Turquia, que esperavam um aumento das vendas numa altura em que se celebra a festa do Ano Novo Persa, que se realiza esta semana, estão agora a enfrentar uma quebra sustentada e, em alguns casos, a acumular stocks indefinidamente, conclui o The Wall Street Journal.

(Fonte: Portugal Têxtil)

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