A primeira audição do julgamento dos autores de um alegado plano militar para derrubar o governo da Turquia iniciou-se hoje nos arredores de Istambul e na presença da maioria dos 196 suspeitos.
O julgamento, que decorre no 10.º tribunal militar da cidade de Silivri e deverá prolongar-se por largos meses, está relacionado com a designada operação de segurança "Sledgehammer", um alegado plano golpista preparado em 2003 e que visava derrubar o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, pró-islamita e no poder desde 2002).
As sessões vão ser presididas por um novo magistrado, após o afastamento na terça-feira do juiz-presidente, Zafer Başkut, por suspeita de "contactos próximos" com os indiciados, entre os quais se incluem militares no activo e na reforma.
Pena entre os 15 e os 20 anos de prisão
De acordo com a agência noticiosa oficial Anatólia, os 196 suspeitos arriscam entre 15 a 20 anos de prisão caso sejam acusados de "tentativa de derrube do governo pela força".
As alegações incluem planos de atentados bombistas em duas importantes mesquitas de Istambul durante as orações de sexta-feira, o assassínio de líderes cristãos e judeus e o derrube de um avião militar turco com a atribuição das responsabilidades à vizinha e antiga arqui-rival Grécia.
O jornal "Taraf", que investigou a alegada conspiração, tem referido que estas acções se destinavam a impor um clima de caos destinado a justificar um golpe militar.
Altas patentes militares presentes
À semelhança do que sucedeu no Chile após 11 de setembro de 1973, previa-se ainda que diversos estádios de futebol se tornassem em prisões ao ar livre para receberem dezenas de milhares de detidos.
Entre as altas patentes militares presentes a julgamento incluem-se o general Çetin Doğan, antigo comandante do 1.º exército, e ainda os ex-responsáveis das forças terrestres, general Aytaç Yalman, da força aérea, İbrahim Fırtına, e das forças navais, almirante Ozden Ornek, entretanto afastados dos cargos.
Entre os suspeitos figura ainda o antigo chefe do Conselho de Segurança Nacional (MGK), integrado por oficiais de alta patente e que no passado exercia permanentes pressões sobre os governos turcos em nome da preservação do "estado laico e secular" fundado em 1923 por Mustafa Kemal Ataturk. Os seus poderes foram substancialmente reduzidos durante o actual executivo do AKP e por iniciativa do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.
Suspeitos desmentem acusações
Os suspeitos e os seus advogados, desmentiram as acusações e alegam que não se tratava de um plano golpista mas antes de "supostos cenários" apresentados num seminário de luta antiterrorista. Referem ainda que muitos dos documentos apresentados como provas são falsificações e que serão baseados em "escutas ilegais".
Mais de 400 pessoas, incluindo académicos, jornalistas, políticos e militares, já estão a ser julgados com base em acusações paralelas. O caso está relacionado com o designado caso "Ergenekon", uma alegada conspiração de grupos nacionalistas radicais de direita e também alegadamente destinada a derrubar o governo do AKP.
As forças armadas turcas, autoproclamadas defensoras do laicismo e da integridade territorial, derrubaram quatro governos nos últimos 50 anos (1960, 1971, 1980 e 1997).
(Fonte: Expresso)
O julgamento, que decorre no 10.º tribunal militar da cidade de Silivri e deverá prolongar-se por largos meses, está relacionado com a designada operação de segurança "Sledgehammer", um alegado plano golpista preparado em 2003 e que visava derrubar o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, pró-islamita e no poder desde 2002).
As sessões vão ser presididas por um novo magistrado, após o afastamento na terça-feira do juiz-presidente, Zafer Başkut, por suspeita de "contactos próximos" com os indiciados, entre os quais se incluem militares no activo e na reforma.
Pena entre os 15 e os 20 anos de prisão
De acordo com a agência noticiosa oficial Anatólia, os 196 suspeitos arriscam entre 15 a 20 anos de prisão caso sejam acusados de "tentativa de derrube do governo pela força".
As alegações incluem planos de atentados bombistas em duas importantes mesquitas de Istambul durante as orações de sexta-feira, o assassínio de líderes cristãos e judeus e o derrube de um avião militar turco com a atribuição das responsabilidades à vizinha e antiga arqui-rival Grécia.
O jornal "Taraf", que investigou a alegada conspiração, tem referido que estas acções se destinavam a impor um clima de caos destinado a justificar um golpe militar.
Altas patentes militares presentes
À semelhança do que sucedeu no Chile após 11 de setembro de 1973, previa-se ainda que diversos estádios de futebol se tornassem em prisões ao ar livre para receberem dezenas de milhares de detidos.
Entre as altas patentes militares presentes a julgamento incluem-se o general Çetin Doğan, antigo comandante do 1.º exército, e ainda os ex-responsáveis das forças terrestres, general Aytaç Yalman, da força aérea, İbrahim Fırtına, e das forças navais, almirante Ozden Ornek, entretanto afastados dos cargos.
Entre os suspeitos figura ainda o antigo chefe do Conselho de Segurança Nacional (MGK), integrado por oficiais de alta patente e que no passado exercia permanentes pressões sobre os governos turcos em nome da preservação do "estado laico e secular" fundado em 1923 por Mustafa Kemal Ataturk. Os seus poderes foram substancialmente reduzidos durante o actual executivo do AKP e por iniciativa do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.
Suspeitos desmentem acusações
Os suspeitos e os seus advogados, desmentiram as acusações e alegam que não se tratava de um plano golpista mas antes de "supostos cenários" apresentados num seminário de luta antiterrorista. Referem ainda que muitos dos documentos apresentados como provas são falsificações e que serão baseados em "escutas ilegais".
Mais de 400 pessoas, incluindo académicos, jornalistas, políticos e militares, já estão a ser julgados com base em acusações paralelas. O caso está relacionado com o designado caso "Ergenekon", uma alegada conspiração de grupos nacionalistas radicais de direita e também alegadamente destinada a derrubar o governo do AKP.
As forças armadas turcas, autoproclamadas defensoras do laicismo e da integridade territorial, derrubaram quatro governos nos últimos 50 anos (1960, 1971, 1980 e 1997).
(Fonte: Expresso)
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