A Turquia deve ser incluída na política de segurança e defesa da União Europeia (UE) e contribuir para o seu processo de decisão, considerou em entrevista à LUSA o embaixador turco em Lisboa Ali Kaya Savut.
“A Turquia deveria ser envolvida nos mecanismos de decisão da União Europeia, algo que não acontece e não é normal para nós”, sublinhou.
Nas vésperas da cimeira da NATO em Lisboa, a relação entre a NATO e a União, incluída no novo conceito estratégico, será um dos temas em destaque e que envolve directamente Ancara. Também devido à irresolúvel questão de Chipre, que opõe este país dividido, que não integra a NATO, à Turquia, com estatuto de candidato à União. Um contencioso que tem afectado os trabalhos do conselho de segurança UE-NATO.
Ao recordar que, além de possuir o segundo exército aliado, a Turquia está envolvida em operações militares da UE, na Bósnia ou Kosovo, Ali Savut, 56 anos e em Lisboa desde Agosto após missão no Senegal, está seguro de que “as relações UE-NATO serão reforçadas durante a cimeira e isso será positivo para a Turquia”.
Numa referência ao diferendo com Nicósia, um dos factores que tem bloqueado as negociações de adesão à União, sustenta que a rejeição pelos Cipriotas gregos do “plano Annan” em Abril de 2004 e a posterior integração da república de Chipre na UE está “na origem” dos actuais problemas.
“Caso exista uma solução abrangente em Chipre, o problema da Turquia não pertencer à UE e Chipre não pertencer à NATO seriam resolvidos mais facilmente”, sublinha. E insiste que pelo facto de Chipre não desempenhar “qualquer função nas operações da NATO” não existem motivos para incluir este país nas reuniões entre os 28 membros da Aliança. “Este é o problema de se estar envolvido em organizações diferentes”, reconhece.
O actual cenário não deverá impedir a “determinação nos esforços da Turquia” em aderir à União e alcançar os “padrões europeus”. Um “objectivo final” e que “também beneficiará a UE, tornando-a mais forte e economicamente mais rica”.
No entanto, e numa referência às recentes opções da política externa turca, definidas por diversos sectores em Bruxelas como o regresso à diplomacia “neo-otomana” e à viragem para leste, Ali Savut é peremtório: “Em relação há cinco anos, e de acordo com as sondagens, a opinião pública turca está menos interessada na UE. Isto deve-se talvez à atitude populista dos líderes de alguns países europeus, e por isso a opinião pública turca está a perder o interesse”.
O reforço das relações com a Ásia central é assim considerada uma aproximação a países “com quem mantemos relações especiais e uma afinidade cultural, diria que são nossos primos”.
O embaixador sublinha que o reforço das relações políticas e económicas com estes “países turcófonos” tem sido bem sucedida, e também poderá beneficiar a UE.
“Não devemos considerar que a Turquia está a virar as costas à Europa, pelo contrário. Quando a Turquia for parte da Europa será positivo para a Turquia e UE manterem boas relações políticas e económicas com estes países da Ásia central”, considera.
Alerta, contudo, para a necessidade de abordar com atenção particular a questão do terrorismo, um tema reforçado no novo conceito estratégico que será aprovado na cimeira de Lisboa.
“Na nossa perspetiva, todo o género de terrorismo deve ser condenado com firmeza e não há diferença entre terrorismo, seja religioso, nacional, internacional, não religioso. Não há justificação para qualquer terrorismo”, conclui.
“A Turquia deveria ser envolvida nos mecanismos de decisão da União Europeia, algo que não acontece e não é normal para nós”, sublinhou.
Nas vésperas da cimeira da NATO em Lisboa, a relação entre a NATO e a União, incluída no novo conceito estratégico, será um dos temas em destaque e que envolve directamente Ancara. Também devido à irresolúvel questão de Chipre, que opõe este país dividido, que não integra a NATO, à Turquia, com estatuto de candidato à União. Um contencioso que tem afectado os trabalhos do conselho de segurança UE-NATO.
Ao recordar que, além de possuir o segundo exército aliado, a Turquia está envolvida em operações militares da UE, na Bósnia ou Kosovo, Ali Savut, 56 anos e em Lisboa desde Agosto após missão no Senegal, está seguro de que “as relações UE-NATO serão reforçadas durante a cimeira e isso será positivo para a Turquia”.
Numa referência ao diferendo com Nicósia, um dos factores que tem bloqueado as negociações de adesão à União, sustenta que a rejeição pelos Cipriotas gregos do “plano Annan” em Abril de 2004 e a posterior integração da república de Chipre na UE está “na origem” dos actuais problemas.
“Caso exista uma solução abrangente em Chipre, o problema da Turquia não pertencer à UE e Chipre não pertencer à NATO seriam resolvidos mais facilmente”, sublinha. E insiste que pelo facto de Chipre não desempenhar “qualquer função nas operações da NATO” não existem motivos para incluir este país nas reuniões entre os 28 membros da Aliança. “Este é o problema de se estar envolvido em organizações diferentes”, reconhece.
O actual cenário não deverá impedir a “determinação nos esforços da Turquia” em aderir à União e alcançar os “padrões europeus”. Um “objectivo final” e que “também beneficiará a UE, tornando-a mais forte e economicamente mais rica”.
No entanto, e numa referência às recentes opções da política externa turca, definidas por diversos sectores em Bruxelas como o regresso à diplomacia “neo-otomana” e à viragem para leste, Ali Savut é peremtório: “Em relação há cinco anos, e de acordo com as sondagens, a opinião pública turca está menos interessada na UE. Isto deve-se talvez à atitude populista dos líderes de alguns países europeus, e por isso a opinião pública turca está a perder o interesse”.
O reforço das relações com a Ásia central é assim considerada uma aproximação a países “com quem mantemos relações especiais e uma afinidade cultural, diria que são nossos primos”.
O embaixador sublinha que o reforço das relações políticas e económicas com estes “países turcófonos” tem sido bem sucedida, e também poderá beneficiar a UE.
“Não devemos considerar que a Turquia está a virar as costas à Europa, pelo contrário. Quando a Turquia for parte da Europa será positivo para a Turquia e UE manterem boas relações políticas e económicas com estes países da Ásia central”, considera.
Alerta, contudo, para a necessidade de abordar com atenção particular a questão do terrorismo, um tema reforçado no novo conceito estratégico que será aprovado na cimeira de Lisboa.
“Na nossa perspetiva, todo o género de terrorismo deve ser condenado com firmeza e não há diferença entre terrorismo, seja religioso, nacional, internacional, não religioso. Não há justificação para qualquer terrorismo”, conclui.
(Fonte: Correio do Minho)
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