O sistema de defesa antimíssil deverá abranger, sem excepção, todos os países da NATO, mas o diálogo permanece como principal prioridade para a resolução de conflitos, disse em entrevista à Lusa o embaixador da Turquia em Portugal.
"Consideramos que a totalidade dos territórios da Aliança deveriam ser cobertos por este sistema. Nenhum país aliado deverá ser deixado à margem. Isto é importante," referiu Ali Kaya Savut, 56 anos, e representante diplomático de Ancara em Lisboa desde Agosto.
Ao analisar as ameaças que têm sido delineadas pela Aliança, e numa óbvia referência ao diferendo em torno do programa nuclear do Irão, manifestou-se pela necessidade de se privilegiar a abordagem política e diplomática. "Não deverá existir qualquer declaração que torne ainda mais difícil a solução diplomática de problemas que possam existir com outros países," precisou.
Em Maio, a Turquia, Brasil e Irão firmaram um acordo sobre a troca de urânio enriquecido, criticado no Ocidente e que não implicou o levantamento das sanções internacionais a Teerão ou o congelamento do programa nuclear de Teerão. Apesar de garantir que Ancara respeita as sanções económicas decretadas pela ONU, Ali Savut também reconheceu que a Turquia está a "tentar reforçar" as relações económicas com o seu vizinho. "Tal como sucede com alguns países da UE, temos boas relações económicas com o Irão porque a interdependência económica também fomenta a paz e estabilidade na região. Não apenas em relação ao Irão, também para outros países. E este é um princípio da UE, promover a interdependência económica para garantir paz e estabilidade numa região. É o que fazemos com o Irão, é a nossa abordagem face ao Irão."
Em paralelo, o embaixador turco confirmou o reforço das relações bilaterais com o Brasil, recordando que Ancara "tem uma política de abertura em relação aos países da América Latina", e disse que os dois países já integram o G20. "Somos o que se designa por países emergentes, somos populares destinos turísticos e entre os nossos políticos também existem relações de amizade que facilitam as relações bilaterais."
Numa referência específica ao Afeganistão, outra questão onde a Turquia permanece envolvida, Ali Savut recordou os "laços históricos e tradicionais" entre os dois países, e admitiu que na cimeira da NATO em Lisboa vão ser tomadas decisões sobre o anunciado "período de transição". Mas não deixou de revelar apreensão face ao actual cenário: "Após o período de transição, digamos entre 2011 e 2013, o Afeganistão não deve ser abandonado. Por isso, estamos a organizar um conjunto de iniciativas com actores regionais focadas no Afeganistão e que incluem, por exemplo, o Paquistão. A Turquia também possui o maior programa de cooperação internacional com o Afeganistão, para nós é uma questão especial. Após o período de transição o Afeganistão não será abandonado." O representante de Ancara admite ainda que "a grande questão é saber se a intervenção no Afeganistão foi um sucesso ou um falhanço". Um assunto também agendado para a cimeira da NATO de 19 e 20 de Novembro. "Não penso que tenha sido um falhanço, mas o assunto será debatido em Lisboa," confirmou.
(Fonte: Lusa)
"Consideramos que a totalidade dos territórios da Aliança deveriam ser cobertos por este sistema. Nenhum país aliado deverá ser deixado à margem. Isto é importante," referiu Ali Kaya Savut, 56 anos, e representante diplomático de Ancara em Lisboa desde Agosto.
Ao analisar as ameaças que têm sido delineadas pela Aliança, e numa óbvia referência ao diferendo em torno do programa nuclear do Irão, manifestou-se pela necessidade de se privilegiar a abordagem política e diplomática. "Não deverá existir qualquer declaração que torne ainda mais difícil a solução diplomática de problemas que possam existir com outros países," precisou.
Em Maio, a Turquia, Brasil e Irão firmaram um acordo sobre a troca de urânio enriquecido, criticado no Ocidente e que não implicou o levantamento das sanções internacionais a Teerão ou o congelamento do programa nuclear de Teerão. Apesar de garantir que Ancara respeita as sanções económicas decretadas pela ONU, Ali Savut também reconheceu que a Turquia está a "tentar reforçar" as relações económicas com o seu vizinho. "Tal como sucede com alguns países da UE, temos boas relações económicas com o Irão porque a interdependência económica também fomenta a paz e estabilidade na região. Não apenas em relação ao Irão, também para outros países. E este é um princípio da UE, promover a interdependência económica para garantir paz e estabilidade numa região. É o que fazemos com o Irão, é a nossa abordagem face ao Irão."
Em paralelo, o embaixador turco confirmou o reforço das relações bilaterais com o Brasil, recordando que Ancara "tem uma política de abertura em relação aos países da América Latina", e disse que os dois países já integram o G20. "Somos o que se designa por países emergentes, somos populares destinos turísticos e entre os nossos políticos também existem relações de amizade que facilitam as relações bilaterais."
Numa referência específica ao Afeganistão, outra questão onde a Turquia permanece envolvida, Ali Savut recordou os "laços históricos e tradicionais" entre os dois países, e admitiu que na cimeira da NATO em Lisboa vão ser tomadas decisões sobre o anunciado "período de transição". Mas não deixou de revelar apreensão face ao actual cenário: "Após o período de transição, digamos entre 2011 e 2013, o Afeganistão não deve ser abandonado. Por isso, estamos a organizar um conjunto de iniciativas com actores regionais focadas no Afeganistão e que incluem, por exemplo, o Paquistão. A Turquia também possui o maior programa de cooperação internacional com o Afeganistão, para nós é uma questão especial. Após o período de transição o Afeganistão não será abandonado." O representante de Ancara admite ainda que "a grande questão é saber se a intervenção no Afeganistão foi um sucesso ou um falhanço". Um assunto também agendado para a cimeira da NATO de 19 e 20 de Novembro. "Não penso que tenha sido um falhanço, mas o assunto será debatido em Lisboa," confirmou.
(Fonte: Lusa)
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