Uma votação no Congresso americano que abre caminho ao reconhecimento do genocídio arménio está a provocar uma crise diplomática entre a Turquia e os Estados Unidos, dois aliados na NATO. O Governo do primeiro-ministro Recep Erdoğan chamou para "consultas" o seu embaixador em Washington e pediu à Casa Branca para travar uma eventual resolução dos legisladores americanos sobre os legados massacres de arménios que ocorreram entre 1915 e 1923. A Turquia recusa-se a reconhecer o acontecimento como sendo genocídio.
O presidente turco, Abdullah Gül, afirmou que o seu país "não será responsável" por qualquer consequência negativa que a votação possa vir a ter. O Governo emitiu uma declaração onde se pode ler que o país é acusado "de um crime que não cometeu" e a oposição republicana acusou Washington de "abandonar" a Turquia. A Arménia elogiou o texto, que considerou um avanço na causa dos "direitos humanos".
A resolução sobre o genocídio arménio é não vinculativa e foi aprovada pela comissão de negócios estrangeiros da Câmara de Representantes, que votou de forma cerrada, 23 votos a favor e 22 contra, com um dos congressistas a recusar o voto. O documento segue para discussão na Câmara dos Representantes, onde a aprovação será difícil, devido à falta de entusiasmo dos líderes democratas.
Antes da comissão se pronunciar, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, tentara travar o processo, lembrando aos congressistas o carácter inoportuno da discussão, que pode afectar a normalização de relações entre Turquia e Arménia. O processo de reconciliação entre os dois países vizinhos teve enorme avanço em Outubro, após uma negociação dramática, mediada pelos Americanos, que permitiu assinar um acordo que prevê aproximação diplomática, cooperação económica e análise conjunta do evento histórico que separa estas nações.
De qualquer forma, com a nova resolução, a administração Obama poderá estar em posição complicada, pois o presidente fez uma promessa eleitoral de reconhecer o genocídio, questão muito importante para o forte lobby da diáspora arménia nos EUA.
A votação da resolução motivou uma reacção irritada de Ancara, que acusou os Americanos de "séria falta de visão estratégica". Esta foi uma provável referência às questões onde os Americanos precisam de ajuda turca. A Turquia não é apenas um aliado na NATO, mas está envolvida na guerra do Afeganistão, tem influência nos assuntos iraquianos, apoia a estratégia americana em relação ao Irão e, acima de tudo, constitui um modelo de regime secular e democrático que muitos países muçulmanos procuram imitar. É também o único amigo de Israel na região.
O genocídio arménio é reconhecido oficialmente pela União Europeia e por alguns países europeus, incluindo a França, mas também pelo Canadá e a Argentina, entre outros. As perseguições de Arménios no Império Otomano começaram no século XIX, mas agravaram-se entre 1915 e 1917. A Turquia admite os massacres, que atribui a uma rebelião armada, mas quer evitar a palavra genocídio, que pode ter consequências legais.
O presidente turco, Abdullah Gül, afirmou que o seu país "não será responsável" por qualquer consequência negativa que a votação possa vir a ter. O Governo emitiu uma declaração onde se pode ler que o país é acusado "de um crime que não cometeu" e a oposição republicana acusou Washington de "abandonar" a Turquia. A Arménia elogiou o texto, que considerou um avanço na causa dos "direitos humanos".
A resolução sobre o genocídio arménio é não vinculativa e foi aprovada pela comissão de negócios estrangeiros da Câmara de Representantes, que votou de forma cerrada, 23 votos a favor e 22 contra, com um dos congressistas a recusar o voto. O documento segue para discussão na Câmara dos Representantes, onde a aprovação será difícil, devido à falta de entusiasmo dos líderes democratas.
Antes da comissão se pronunciar, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, tentara travar o processo, lembrando aos congressistas o carácter inoportuno da discussão, que pode afectar a normalização de relações entre Turquia e Arménia. O processo de reconciliação entre os dois países vizinhos teve enorme avanço em Outubro, após uma negociação dramática, mediada pelos Americanos, que permitiu assinar um acordo que prevê aproximação diplomática, cooperação económica e análise conjunta do evento histórico que separa estas nações.
De qualquer forma, com a nova resolução, a administração Obama poderá estar em posição complicada, pois o presidente fez uma promessa eleitoral de reconhecer o genocídio, questão muito importante para o forte lobby da diáspora arménia nos EUA.
A votação da resolução motivou uma reacção irritada de Ancara, que acusou os Americanos de "séria falta de visão estratégica". Esta foi uma provável referência às questões onde os Americanos precisam de ajuda turca. A Turquia não é apenas um aliado na NATO, mas está envolvida na guerra do Afeganistão, tem influência nos assuntos iraquianos, apoia a estratégia americana em relação ao Irão e, acima de tudo, constitui um modelo de regime secular e democrático que muitos países muçulmanos procuram imitar. É também o único amigo de Israel na região.
O genocídio arménio é reconhecido oficialmente pela União Europeia e por alguns países europeus, incluindo a França, mas também pelo Canadá e a Argentina, entre outros. As perseguições de Arménios no Império Otomano começaram no século XIX, mas agravaram-se entre 1915 e 1917. A Turquia admite os massacres, que atribui a uma rebelião armada, mas quer evitar a palavra genocídio, que pode ter consequências legais.
(Fonte: Diário de Notícias)
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