Mehmet Ali Ağca, que foi hoje libertado de uma prisão de Ancara, poderá ser convocado pelo exército do seu país para cumprir o serviço militar. Esta perspectiva desagrada de tal modo ao Turco que tentou matar João Paulo II a 13 de Maio de 1981 que, pela voz de um dos seus advogados, declarou-se objector de consciência.
"Ağca está em choque e afirma que não pode empunhar uma arma por causa das suas convicções religiosas e filosóficas", disse Hacı Ali Özhan. O advogado precisou que o gabinete de recrutamento em Malatya, cidade natal de Ağca, quer que este seja examinado por médicos militares logo que deixe a penitenciária.
Özhan, que diz recear pela vida do seu cliente, explicou que o "Ministério da Defesa afirma não ter aprovado o documento" que considera Ağca inapto para o serviço militar. O referido documento data de 2006, quando Ağca foi examinado no hospital militar de Istambul durante os seus oito dias de liberdade, por engano.
Analistas, citados por media internacionais, afirmam acreditar que o exército turco não irá querer nas suas fileiras - até por questões de segurança - um dos mais perigosos terroristas do país. A ameaça de recrutamento poderá ter apenas como objectivo dificultar os projectos que Ağca, de 52 anos, pretende concretizar.
O homem que é conhecido na Turquia como "a maior desgraça do país" foi preso e julgado em Itália pela tentativa de atentado contra o Papa, há 29 anos. A justiça italiana condenou-o a prisão perpétua mas, em 2000, foi perdoado por bom comportamento.
Em 1983, João Paulo II visitou Ali Ağca na sua cela. O Papa terá, então, perdoado ao seu agressor com quem conversou por alguns momentos e com quem orou. Na sequência desta visita, o extremista turco afirmou ter abandonado o islão a favor do cristianismo.
Em 2000, quando a Itália se preparava para libertar Ali Ağca, a Turquia pediu a sua extradição. Foi assim que o antigo membro dos Lobos Cinzentos - grupo de extrema-direita que semeou o terror e a violência na Turquia dos anos 70 - regressou ao seu país para cumprir uma pena de prisão pelo assassínio, em 1979, de Abdi Ipekci, director do jornal Milliyet. Em 1982, a justiça turca tinha condenado Ağca a pena capital por este crime. Em 2002, porém, a pena de morte foi abolida e a sua sentença foi comutada em prisão perpétua. Amnistias subsequentes e o resultado de "misteriosos mecanismos do sistema judicial turco" acabaram por reduzir a sentença a dez anos de prisão.
Özhan e Abuşoğlu, os dois advogados de Ali Ağca, revelaram que o seu cliente tenciona ficar alguns dias em Ancara antes de decidir o que irá fazer da sua vida ou dos conhecimentos que possui.
O único condenado pelo ataque contra Karol Woytila não terá agido só nem tão pouco terá sido o autor moral do atentado. Aliás, o Papa João Paulo II no seu livro "Memória e Identidade" afirma que o atentado foi "uma das últimas convulsões" da luta ideológica do século XX e que Ağca claramente não agiu sozinho. Estas afirmações do Papa polaco reforçam as teorias de que o ex-Lobo Cinzento pode ter sido o instrumento de grupos ou países da ex-Europa de leste a quem incomodava o apoio de João Paulo II à oposição ao regime e a sua frontalidade nas críticas que fazia aos mesmos. O próprio Papa perdoou o envolvimento da Bulgária no ocorrido.
Mas além de poder tornar público o que sabe, Ali Ağca já afirmou que deseja visitar o túmulo do Papa que tentou assassinar, junto do qual deseja rezar. Uma visita ao santuário de Fátima parece estar também entre os projectos deste Turco que tenta ainda adquirir uma nova nacionalidade.
(Fonte: Jornal de Notícias)
"Ağca está em choque e afirma que não pode empunhar uma arma por causa das suas convicções religiosas e filosóficas", disse Hacı Ali Özhan. O advogado precisou que o gabinete de recrutamento em Malatya, cidade natal de Ağca, quer que este seja examinado por médicos militares logo que deixe a penitenciária.
Özhan, que diz recear pela vida do seu cliente, explicou que o "Ministério da Defesa afirma não ter aprovado o documento" que considera Ağca inapto para o serviço militar. O referido documento data de 2006, quando Ağca foi examinado no hospital militar de Istambul durante os seus oito dias de liberdade, por engano.
Analistas, citados por media internacionais, afirmam acreditar que o exército turco não irá querer nas suas fileiras - até por questões de segurança - um dos mais perigosos terroristas do país. A ameaça de recrutamento poderá ter apenas como objectivo dificultar os projectos que Ağca, de 52 anos, pretende concretizar.
O homem que é conhecido na Turquia como "a maior desgraça do país" foi preso e julgado em Itália pela tentativa de atentado contra o Papa, há 29 anos. A justiça italiana condenou-o a prisão perpétua mas, em 2000, foi perdoado por bom comportamento.
Em 1983, João Paulo II visitou Ali Ağca na sua cela. O Papa terá, então, perdoado ao seu agressor com quem conversou por alguns momentos e com quem orou. Na sequência desta visita, o extremista turco afirmou ter abandonado o islão a favor do cristianismo.
Em 2000, quando a Itália se preparava para libertar Ali Ağca, a Turquia pediu a sua extradição. Foi assim que o antigo membro dos Lobos Cinzentos - grupo de extrema-direita que semeou o terror e a violência na Turquia dos anos 70 - regressou ao seu país para cumprir uma pena de prisão pelo assassínio, em 1979, de Abdi Ipekci, director do jornal Milliyet. Em 1982, a justiça turca tinha condenado Ağca a pena capital por este crime. Em 2002, porém, a pena de morte foi abolida e a sua sentença foi comutada em prisão perpétua. Amnistias subsequentes e o resultado de "misteriosos mecanismos do sistema judicial turco" acabaram por reduzir a sentença a dez anos de prisão.
Özhan e Abuşoğlu, os dois advogados de Ali Ağca, revelaram que o seu cliente tenciona ficar alguns dias em Ancara antes de decidir o que irá fazer da sua vida ou dos conhecimentos que possui.
O único condenado pelo ataque contra Karol Woytila não terá agido só nem tão pouco terá sido o autor moral do atentado. Aliás, o Papa João Paulo II no seu livro "Memória e Identidade" afirma que o atentado foi "uma das últimas convulsões" da luta ideológica do século XX e que Ağca claramente não agiu sozinho. Estas afirmações do Papa polaco reforçam as teorias de que o ex-Lobo Cinzento pode ter sido o instrumento de grupos ou países da ex-Europa de leste a quem incomodava o apoio de João Paulo II à oposição ao regime e a sua frontalidade nas críticas que fazia aos mesmos. O próprio Papa perdoou o envolvimento da Bulgária no ocorrido.
Mas além de poder tornar público o que sabe, Ali Ağca já afirmou que deseja visitar o túmulo do Papa que tentou assassinar, junto do qual deseja rezar. Uma visita ao santuário de Fátima parece estar também entre os projectos deste Turco que tenta ainda adquirir uma nova nacionalidade.
(Fonte: Jornal de Notícias)
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