19 outubro 2009

Trinta e quatro elementos do PKK entregaram-se às autoridades turcas


Cerca de 30 membros do ilegalizado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), oriundos do norte do Iraque, entregaram-se hoje voluntariamente às autoridades turcas.
Os 34 curdos, entre eles quatro menores, serão agora interrogados pela Promotoria num processo com a participação de 45 advogados de diferentes regiões.
Segundo a Promotoria, os membros do PKK não deverão ser presos e acredita que estes "grupos da paz" sejam transferidos para Ancara para entregarem as suas reivindicações no sentido de contribuirem para uma solução do conflito e se reunirem com parlamentares turcos.
Em função do tratamento dado, mais elementos do ilegalizado PKK podem chegar à Turquia, inclusive do exílio a partir de países europeus.
Os militantes do PKK foram recebidos na fronteira por milhares de Curdos, um acto organizado pelo Partido da Sociedade Democrática (DTP, pró-curdo). De acordo com o presidente do DTP, Ahmet Türk, os milicianos que se entregaram nesta segunda-feira atenderam ao pedido do fundador do PKK, Abdullah Öcalan, para relançar o processo de paz e conseguir uma solução para o conflito. "Seria um erro considerar o facto como uma rendição. Render-se ou ser obrigado a fazê-lo não resolverá o problema curdo", assegurou Türk. "A chegada dos grupos é uma demonstração do que pode ocorrer se Öcalan for chamado a participar nas conversações de paz. Se o Estado dá um passo, o PKK dará dez", assegurou o dirigente curdo.
Vários analistas turcos assinalaram que o facto de hoje fez parte do plano de Ancara, supostamente negociado com Öcalan, para conseguir o desarmamento do PKK, um grupo classificado como terrorista pela Turquia, Estados Unidos e União Europeia.
Por sua vez, o vice-primeiro-ministro turco, Cemil Çiçek, considerou que o episódio desta segunda-feira pode significar o primeiro passo para os rebeldes turcos abandonarem a luta. Apesar do optimismo, Çiçek assegurou: "temos de ser cuidadosos, apesar da rendição destes grupos, continuam a haver milhares de militantes do PKK". O também porta-voz governamental destacou que, "tanto o Governo como o Estado, trabalharam muito para chegar a este ponto".
De notar que o Governo turco está a desenvolver esforços no sentido de uma abertura democrática à etnia curda. A rendição e possível perdão de elementos do PKK é possivel ao abrigo do perdão que Ancara concede aos militantes do PKK que se entregarem de livre vontade e se não for provado que cometeram crimes.

(Fonte: EFE/Notícias da Turquia)

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