06 outubro 2009

Parlamento turco prolonga operações militares contra rebeldes curdos

O Parlamento turco decidiu hoje autorizar o prolongamento por mais um ano das operações militares contra rebeldes curdos no Iraque.
A moção governamental, que autoriza o exército turco a realizar operações militares contra elementos do ilegalizado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) em território iraquiano, foi aprovada por maioria parlamentar com 452 votos favoráveis, num total de 475 deputados presentes no hemiciclo.
O PKK é uma organização armada que luta desde 1984 pela criação de um Estado autónomo no sudeste da Turquia, zona maioritariamente curda.
Criada em 1974 por Abdullah Öcalan, a organização ganhou reputação de implacável, eliminando membros de grupos rivais e dirigentes locais pró-turcos.
A votação de hoje acontece num momento em que o governo turco, liderado pelo Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), se prepara para apresentar no Parlamento medidas de apoio à comunidade curda, com o objectivo de diminuir o campo de influência do PKK junto da população da região sudeste do país.
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Ahmet Davutoğlu, afirmou que a renovação da operação militar pretende ter um efeito dissuasor sobre os rebeldes, mas também promover o lançamento de novas reformas. "Mantendo a opção militar sobre a mesa, ao lado de medidas económicas, sociais e culturais, vamos reforçar o nosso poder de dissuasão e o nosso espaço de manobra", afirmou o chefe da diplomacia turca, em declarações no Parlamento. "O nosso objectivo é estabelecer um ambiente de segurança duradouro", concluiu.
O Parlamento turco já tinha prorrogado uma vez a duração da operação militar, aprovada inicialmente em 2007. O actual mandato, que terminava a 17 de Outubro, permitiu ao exército turco realizar vários raides aéreos na região Norte do Iraque onde foram localizados, segundo Ancara, cerca de dois mil combatentes do PKK.
As tropas turcas também realizaram uma acção militar terrestre durante oito dias, em Fevereiro do ano passado.

(Fonte: Lusa/Diário de Notícias)

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