google.com, pub-7650629177340525, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Notícias da Turquia: China quer que Governo turco retire acusação de genocídio em Xinjiang

14 julho 2009

China quer que Governo turco retire acusação de genocídio em Xinjiang

Um dos jornais oficiais chineses exige hoje que o chefe de Governo turco, Recep Tayyip Erdoğan, se retracte das declarações em que denunciou que um genocídio está a ser cometido na região muçulmana chinesa de Xinjiang, onde conflitos interétnicos entre as etnias uigur e han conduziram à morte de 184 pessoas.
No mais grave incidente de violência em décadas na China, Uigures – que são maioritários em Xinjiang, noroeste do país – lançaram motins na capital da província, Urumqi, há dez dias, depois de a polícia ter tentado dispersar um protesto contra um ataque sobre trabalhadores daquela etnia numa fábrica no sul. Muitas propriedades dos Han foram saqueadas e nos dias seguintes membros desta etnia, maioritária na China, lançaram actos de vingança nas ruas.
Erdoğan avaliou a situação em Xinjiang como, “posto em termos simples, um genocídio”. “Não faz sentido nenhum interpretá-lo de outra maneira”, sustentou em declarações, na sexta-feira passada, à televisão turca NTV. E instou as autoridades chinesas a intervirem para evitar a ocorrência de mais mortes.
Hoje, o "China Daily" retaliava: “Não distorça os factos”, titulava o jornal em editorial, exigindo que Erdoğan se retracte da afirmação que “constitui uma interferência nos assuntos internos da China”. O "China Daily", que é publicado em Inglês, sustenta que 137 das 184 vítimas mortais reconhecidas pelas autoridades – o movimento Uigur fala em pelo menos 400 – são membros da etnia han e que isto “dá bem conta da natureza do ocorrido” em Urumqi. Segundo este jornal, do balanço de mortos constam ainda 46 uigures, uma etnia de ascendência turca, maioritariamente muçulmana e que partilha laços linguísticos e culturais com a Ásia Central.
O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Yang Jiechi, interveio já também neste caso, tendo telefonado ao homólogo turco no Domingo para explicar a tese das autoridades – os motins de Urumqi foram um crime grave orquestrado por “três forças do mal: o extremismo, o separatismo e o terrorismo”, citava a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.
Depois de ontem terem ocorrido mais duas mortes – dois Uigures empunhando facas que foram alvejados a tiro pela polícia – o ambiente hoje em Urumqi, e por toda a província de Xinjiang, é de tensão latente, mantendo-se um poderoso aparato de vigilância policial e militar nas ruas para dissuadir o reacender dos conflitos interétnicos.



(Fonte: Público)

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