A visita de Cavaco Silva não podia acabar de melhor maneira com o anúncio de que o BCP deverá manter a sua operação na Turquia e de que está disposto, com a ajuda do Governo, a investir 600 milhões de euros na sua rede bancária. Um negócio num mercado de 70 milhões de habitantes, em que a média de idades é de 28 anos, e uma ponte para o mercado turcófono, constituído por sete países vizinhos, com 200 milhões de habitantes. A visita de Cavaco Silva, que acaba hoje, foi marcada por uma enorme sedução de parte a parte.
O apoio inequívoco de Lisboa à adesão da Turquia, numa altura em que tanto Sarkozy quanto a senhora Merkel vetam a sua entrada, foi o mel que permitiu a Cavaco Silva ser recebido como um amigo, com manifestações políticas raramente vistas na diplomacia de Ancara, e que poderão ter como moeda de troca uma abertura do mercado turco a produtos e empresas portugueses. No campo dos negócios, a situação não ficou apenas no domínio das intenções. Além de o BCP ficar na Turquia, mais contratos ficaram praticamente apalavrados no domínio dos medicamentos – com o grupo Bial, de Luís Portela, à cabeça – e das energias renováveis.
Cavaco Silva responde assim ao facto de a Turquia ter sido esquecida nos últimos dez, 15 anos. Algo que não aceita nem compreende. E compara com o exemplo da Rússia, que mereceu uma atenção intensa nos últimos anos e que não reúne, nem de perto, na opinião do Presidente, as condições da Turquia.
"OLHEM PARA DURÃO BARROSO"
O presidente da República Cavaco Silva foi ontem à Universidade do Bósforo falar a dezenas de alunos e professores da experiência portuguesa de adesão à União Europeia.
No ar, obviamente, pairava uma certa desilusão com as recentes posições francesas e alemãs, que recusam a entrada da Turquia.
Isso mesmo referiu ao Presidente português um professor de Economia, que respondeu à boa maneira de Cavaco Silva: "Isso é retórica. Até às eleições europeias de 7 de Junho não liguem à retórica dos políticos." Em resposta, Cavaco Silva aconselhou os Turcos a olharem, isso sim, com muita atenção, "para o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, que foi meu ministro dez anos".
No final, Cavaco Silva considerou que a visita "excedeu as expectativas".
PORMENORES
GRANDE BAZAR
Cavaco Silva e a mulher foram ver o Grande Bazar de Istambul. Tomaram chá, e o Presidente deu alguns euros a Maria Cavaco Silva para as compras.
INSTALADO NUM PALÁCIO
Cavaco Silva e a comitiva estão distribuídos por três hotéis de Istambul. O do Presidente, Hotel Cirağan, mesmo junto ao rio Bósforo, é uma grande maravilha. Já foi um palácio e está tudo dito.
FÉRIAS NA CAPADÓCIA
Antes de partir para Lisboa, Cavaco Silva passa umas horas, poucas, na Capadócia. Uma ‘exigência’ dos Turcos, que não queriam deixar o Presidente português partir sem visitar uma das suas melhores regiões turísticas.
120 PESSOAS
A comitiva presidencial tem cerca de 120 pessoas. Conselheiros, convidados, empresários, seguranças, bagageiros e jornalistas.
O apoio inequívoco de Lisboa à adesão da Turquia, numa altura em que tanto Sarkozy quanto a senhora Merkel vetam a sua entrada, foi o mel que permitiu a Cavaco Silva ser recebido como um amigo, com manifestações políticas raramente vistas na diplomacia de Ancara, e que poderão ter como moeda de troca uma abertura do mercado turco a produtos e empresas portugueses. No campo dos negócios, a situação não ficou apenas no domínio das intenções. Além de o BCP ficar na Turquia, mais contratos ficaram praticamente apalavrados no domínio dos medicamentos – com o grupo Bial, de Luís Portela, à cabeça – e das energias renováveis.
Cavaco Silva responde assim ao facto de a Turquia ter sido esquecida nos últimos dez, 15 anos. Algo que não aceita nem compreende. E compara com o exemplo da Rússia, que mereceu uma atenção intensa nos últimos anos e que não reúne, nem de perto, na opinião do Presidente, as condições da Turquia.
"OLHEM PARA DURÃO BARROSO"
O presidente da República Cavaco Silva foi ontem à Universidade do Bósforo falar a dezenas de alunos e professores da experiência portuguesa de adesão à União Europeia.
No ar, obviamente, pairava uma certa desilusão com as recentes posições francesas e alemãs, que recusam a entrada da Turquia.
Isso mesmo referiu ao Presidente português um professor de Economia, que respondeu à boa maneira de Cavaco Silva: "Isso é retórica. Até às eleições europeias de 7 de Junho não liguem à retórica dos políticos." Em resposta, Cavaco Silva aconselhou os Turcos a olharem, isso sim, com muita atenção, "para o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, que foi meu ministro dez anos".
No final, Cavaco Silva considerou que a visita "excedeu as expectativas".
PORMENORES
GRANDE BAZAR
Cavaco Silva e a mulher foram ver o Grande Bazar de Istambul. Tomaram chá, e o Presidente deu alguns euros a Maria Cavaco Silva para as compras.
INSTALADO NUM PALÁCIO
Cavaco Silva e a comitiva estão distribuídos por três hotéis de Istambul. O do Presidente, Hotel Cirağan, mesmo junto ao rio Bósforo, é uma grande maravilha. Já foi um palácio e está tudo dito.
FÉRIAS NA CAPADÓCIA
Antes de partir para Lisboa, Cavaco Silva passa umas horas, poucas, na Capadócia. Uma ‘exigência’ dos Turcos, que não queriam deixar o Presidente português partir sem visitar uma das suas melhores regiões turísticas.
120 PESSOAS
A comitiva presidencial tem cerca de 120 pessoas. Conselheiros, convidados, empresários, seguranças, bagageiros e jornalistas.
(Fonte: Correio da Manhã)
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