23 maio 2009

Brasília-Istambul, uma parceria comercial

O fluxo comercial Brasília-Istambul é o principal objectivo do presidente da Federação das Indústrias do DF (Fibra), António Rocha, que integra a missão oficial do Governo brasileiro na Turquia. A participação de Rocha à frente da delegação de empresários, sob liderança da Confederação Nacional da Indústria (CNI), é vista como a tentativa de iniciar os negócios bilaterais. Até ao momento, a balança comercial não tem registo de vendas das indústrias brasileiras ou turcas.
“Mantemos o interesse nesta parceria comercial. A viagem tem um cunho muito importante do ponto de vista político e económico. A Turquia consiste no principal elo para um mercado consumidor. Além disso, o país tem forte vocação para o turismo e abre-se para os setores de biocombustíveis e alimentos”, avaliou Rocha.
A visita oficial à Turquia é parte do roteiro que a delegação brasileira cumpre na Arábia Saudita e China. A última parte da viagem, iniciada ontem (21), em Istambul, tem a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Rocha, um facto importante ocorreu com a decisão da China de abrir as portas para as compras de carnes de frango e miudezas, principais produtos da pauta de exportação do Distrito Federal.
O programa oficial em Istambul, preparado pelo Ministério das Relações Externas em acordo com o Governo da Turquia, envolveu um seminário sobre o desenvolvimento de novas oportunidades de negócios entre os dois países. Durante o encontro, as lideranças empresariais e governamentais do Brasil e da Turquia apresentaram as áreas de interesses bilaterais.
Um dos pontos destacados na reunião foi a integração das cadeias produtivas. Rocha avaliou que o País representa “uma ponte” para os mercados no Oriente e no Ocidente. Além disso, buscou-se mostrar o Brasil como destino para os turistas turcos. A Turquia tem um PIB superior a US$ 800 bilhões e renda per capita de US$ 10 mil. A localização deste país como polo de irradiação e penetração para os mercados da Ásia Central, do Cáucaso, do Oriente Médio e principalmente para a União Europeia.
A Turquia é o 16º PIB do mundo. No ano passado, ela importou US$ 204 bilhões de todo o mundo. Porém, somente 0,4% provenientes do Brasil, indicando enorme margem para a ampliação das exportações brasileiras para esse mercado. O comércio Brasil-Turquia, segundo dados do Governo federal, apresentou crescimento vertiginoso desde 2001. Em 2008, as exportações brasileiras para o País atingiram a cifra recorde de US$ 816 milhões.
As importações brasileiras provenientes da Turquia também registaram sua maior cifra em 2008 (US$ 337 milhões), resultando em superávit de US$ 478 milhões a favor do Brasil e em corrente de comércio bilateral de US$ 1,1 bilhão. Levantamentos preliminares de inteligência comercial apontam os sectores de infra-estrutura, alimentos, petroquímica, energia, mineração, auto-peças, automóvel, siderurgia e papel e celulose como sendo os mais promissores.

Uma janela para o DF

O presidente da Fibra explicou que o DF pode tornar-se um importante parceiro das indústrias da Turquia. Segundo Rocha, ao mesmo tempo que a capital brasileira se abre para receber investimentos estrangeiros, tem uma localização privilegiada na região Centro-Oeste, com renda per capita de R$ 37,6 mil e a oitava economia do Brasil. “Além disso, o DF dispõe de linhas de crédito e tem um mercado consumidor bastante atraente aos investimentos internacionais”, enfatizou Rocha.
Outro ponto destacado é a localização da capital brasileira, entroncamento de diversas rodovias e ferrovias, capaz de escoar a produção para portos situados nos estados das regiões Nordeste e Sudeste do País. O presidente da Fibra destacou também oportunidades que estão em curso nos sectores de construção civil, tecnologia da informação e fármacos.
“O GDF lidera projectos como a Cidade Aeroportuária e o Sector Noroeste. E, numa outra frente, a Fibra alinhava o projecto do Parque Tecnológico Capital Digital. Estes empreendimentos são suficientes para atrair empresas internacionais”, assegurou Rocha.

(Fonte: Revista Brasília em Dia)

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