A edição de 2010 do Salão do Livro de Paris, que deveria ser dedicada à literatura da Turquia, transformar-se-á provavelmente numa cerimónia de comemoração dos 30 anos de existência da mais famosa feira literária europeia.
A presença dos editores e autores turcos já era dada como certa quando começaram os rumores sobre os inconvenientes de dedicar o Salão a um país com vários "perigos" incorporados: problemas nas negociações de adesão à União Europeia, a polémica sobre o genocídio arménio, a questão Curda. Tudo questões com elevado potencial de risco e eventuais ameaças terroristas.
O Sindicato Nacional do Livro, organizador do Salão, nega os receios de perturbações (após a polémica de 2008, quando Israel foi o país convidado) e um porta-voz disse apenas que tinha ficado decidido consagrar o Salão de 2010 à celebração do 30º aniversário do próprio Salão.
A edição deste ano terá o México como país-vedeta. A presença da literatura turca no Salão tinha sido pensada como um encerramento festivo do Ano da Turquia em França (cujas iniciativas começarão em Julho de 2009) e seria importante no contexto da ofensiva cultural daquele país, que foi país-convidado da Feira do Livro de Frankfurt de 2008 e verá Istambul como Capital Europeia da Cultura em 2010. Sem esquecer o Nobel da Literatura atribuído em 2006 a Orhan Pamuk, um autor crítico das autoridades do seu país e também contestado por elas.
(Fonte: DN Online)
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