O presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, atacou hoje os Estados Unidos e Israel, qualificando o primeiro de "agressor" e o segundo de "Estado construído com base em mentiras". No segundo dia da sua visita à Turquia e durante uma entrevista colectiva em Istambul, depois de se reunir com empresários turcos, Ahmadinejad acusou também as grandes potências ocidentais de impedirem que a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), com sede em Viena, cumpra os seus reais objectivos. Ahmadinejad lembrou que a AIEA foi fundada com dois propósitos: prevenir a proliferação de bombas atómicas e contribuir para que todas as nações possam beneficiar do uso pacífico da energia nuclear. No entanto, "os grandes países não permitem isso. Enquanto eles desenvolvem todo tipo de armas nucleares, não deixam outros países usarem a energia nuclear", disse o presidente iraniano, em indirecta alusão às tensões com as potências ocidentais, devido ao polémico programa nuclear de Teerão. Estados Unidos, Israel e União Européia (UE) são contra que o Irão enriqueça urânio, porque temem que seja usado para fabricar uma bomba atómica, enquanto Teerão defende que tem direito de usar essa tecnologia com fins pacíficos. O líder iraniano disse que o seu país estava "muito feliz" com o embargo comercial imposto a Teerão por Washington há 15 anos, e negou que o mesmo tenha causado prejuízos à sua economia. "Agora somos um país nuclear. Estamos entre as primeiras cinco nações em matéria de biotecnologia e entre as dez primeiras em nanotecnologia. Dentro de pouco tempo enviaremos ao espaço um satélite 100% iraniano. Tudo isso foi conseguido sob o embargo americano", disse. Durante a sua longa entrevista colectiva, Ahmadinejad criticou os Estados Unidos, que definiu como um Estado "agressor" que deve sair do Iraque, e previu que as tropas enviadas por Washington serão obrigadas a partir, por se ter "erosionado" o poder da principal potência mundial no Oriente Médio." Após a retirada dos EUA, haverá um vazio de segurança no Iraque. Nós propomos que os países da região preencham esse vazio e ofereçam segurança. Não há necessidade de uma intervenção externa. Nós, como países da região, temos de garantir a segurança, estabilidade e integridade territorial do Iraque", disse. Sobre Israel, o líder iraniano definiu-o como um "Estado de guerra, terror e agressão construído com base em mentiras" há 60 anos para defender os interesses dos grandes poderes na região, e disse que os problemas do Oriente Médio não serão resolvidos sem a solução do "problema do regime sionista". Após afirmar que o "regime sionista" se voltou demais para "os grandes poderes" e prever que o final de Israel se está a aproximar, o líder iraniano considerou que o problema dos Palestinianos poderia ser resolvido com um plebiscito livre. No entanto, esta "proposta muito democrática do Irão" não é aceite pelos "chamados Estados democráticos do mundo". Afirmou também que as conversações de paz entre Síria e Israel não chegarão a nenhuma solução, porque, disse, o "problema real é o próprio regime sionista". Além disso, expressou o seu apoio à pretensão da Turquia de entrar na União Europeia (UE) como membro de pleno direito, mas advertiu que, nessa comunidade, "os grandes países que não querem o desenvolvimento da Turquia estão a colocar muitas condições para a sua entrada". "A Turquia é uma ponte segura para a região. Através da pertinência da Turquia, podem construir-se relações com os países desta região. A entrada da Turquia é de interesse para a UE", disse o presidente do Irão.
(Fonte: EFE)
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