27 novembro 2007

Erdoğan promete aprofundar o processo de democratização para resolver os problemas do país


O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, afirmou que pretende que "os terroristas abandonem as armas", em referência ao ilegalizado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), e prometeu aprofundar o processo de democratização como forma de resolver os problemas do país.
O chefe do Governo turco fez estas declarações durante o fim-de-semana, no encontro de três dias com deputados e dirigentes do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, no Governo) na vila de Kızılcahamam, a cerca de 70 quilómetros da capital turca, Ancara. No evento foram discutidas as políticas que o Governo, eleito em Julho, seguirá.
Enquanto a oposição pressiona a favor de uma operação além da fronteira no norte do Iraque para acabar com o grupo armado, Erdoğan reiterou que o seu principal objectivo é "fazer os terroristas largarem as armas". O primeiro-ministro também ressaltou que a democracia é a única forma de combater o problema do terrorismo enfrentado pela Turquia. "Usamos medidas políticas, militares e diplomáticas de um modo coerente para desbancar o terrorismo. Os que apoiam o terrorismo fazem tudo o que podem para nos deter e não esperamos que façam outra coisa", afirmou.
Erdoğan prometeu ainda que o seu segundo mandato será o da democratização definitiva da Turquia. "A liberdade é inimiga da violência e do terror. Embora alguns se incomodem com esta ideia, todas as experiências mostram que não há outro caminho", alegou. O passo mais importante para isto é a nova Constituição, cujo projecto será revelado em breve e que espera ser redigida com um amplo consenso social. "Daremos à minuta a sua forma final assegurando o maior número de participação social possível. Não será uma Constituição do AKP, mas reflectirá normas universais e acelerará o processo democrático", disse.
Em resposta às críticas dos partidos da oposição, que afirmam que o interesse do AKP é suspender a proibição do véu nas universidades, Erdoğan ressaltou que o projecto de revisão constitucional não se deveria focar em discussões sobre os códigos de vestuário. "Os debates sobre a Constituição de 1982 prolongaram-se durante 25 anos. Reduzi-los agora a questões de vestuário não faz sentido", ressaltou.

(Fonte: EFE)

Sem comentários: