O Presidente turco, Abdullah Gül, apresentou hoje, em Estrasburgo, ao Conselho da Europa, uma nova Turquia "eurocompatível", onde decorrem reformas e os direitos do homem são já direitos de cidadania.
"A Turquia aproxima-se da União Europeia na perspectiva da adesão, o país muda realmente e eu próprio e o meu partido estamos na primeira fila", reiterou o chefe de Estado turco perante a Assembleia Parlamentar (APCE) da organização pan-europeia. "As reformas em matéria dos direitos do homem na Turquia foram largamente aplaudidas na Europa e até no Médio Oriente", assegurou o Presidente, insistindo na "tolerância zero" em relação à tortura e aos maus-tratos, pelos quais a Turquia é regularmente condenada no Tribunal dos Direitos do Homem em Estrasburgo. Quando um parlamentar dinamarquês evocou atentados à liberdade de expressão, Gül declarou que "todas as formas de discriminação foram banidas", insistindo na igualdade de sexos e no direito de reunião e associação. O Presidente turco abordou também as reformas no sector económico e financeiro, antes de sublinhar o "florescimento da vida cultural e artística" no seu país. O presidente da assembleia parlamentar, René van der Linden, acolheu o seu convidado, declarando que a "UE deve manter a sua promessa". "O caminho será longo mas as negociações devem prosseguir com vista a uma adesão, porque se trata de um país europeu e um dos primeiros Estados a aderir ao Conselho da Europa", acrescentou.
Portugal, que exerce a presidência semestral da UE, já advertiu que não tenciona organizar um grande debate sobre a entrada da Turquia na União, mesmo que o chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, queira discutir o assunto na Cimeira europeia de Dezembro. "A França tem todo o direito de querer levantar a questão do alargamento e da Turquia, mas a presidência e os outros Estados membros também têm direito aos seus pontos de vista", declarou recentemente o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Manuel Lobo Antunes. "Toda a gente sabe que a questão do alargamento é mais uma questão política do que geográfica e que não será fácil chegar a uma conclusão absolutamente nítida, absolutamente clara", explicou o governante português ao apresentar, em Julho, as prioridades da Presidência portuguesa em Bruxelas. Portugal apoia a adesão da Turquia quando este país preencher "todas as condições", mas entende que de momento se deve concentrar nas prioridades que pretende alcançar na sua presidência da UE. O presidente francês, que considera que a Turquia não tem lugar na União Europeia porque se situa na Ásia menor, indicou que queria debater as fronteiras da UE e o alargamento na Cimeira europeia de Dezembro, em Lisboa. Se este debate tiver lugar corre-se o risco de se assistir a uma grande divisão entre os 27. O Reino Unido, Espanha, Suécia e Portugal são apoiantes da adesão turca, considerando que este país muçulmano fronteiriço com o Iraque é um aliado estratégico da UE. Outros, como a Áustria ou Chipre, opõem-se à sua adesão, como Sarkozy. Em Outubro de 2005, os 27 abriram oficialmente negociações com Ancara com vista à sua adesão, organizadas em 35 capítulos temáticos. Mas a abertura desses capítulos processa-se a um rítmo muito lento, e mesmo os mais optimistas não acreditam que este país possa aderir à UE antes de 10 ou 15 anos.
(Fonte: Público)
"A Turquia aproxima-se da União Europeia na perspectiva da adesão, o país muda realmente e eu próprio e o meu partido estamos na primeira fila", reiterou o chefe de Estado turco perante a Assembleia Parlamentar (APCE) da organização pan-europeia. "As reformas em matéria dos direitos do homem na Turquia foram largamente aplaudidas na Europa e até no Médio Oriente", assegurou o Presidente, insistindo na "tolerância zero" em relação à tortura e aos maus-tratos, pelos quais a Turquia é regularmente condenada no Tribunal dos Direitos do Homem em Estrasburgo. Quando um parlamentar dinamarquês evocou atentados à liberdade de expressão, Gül declarou que "todas as formas de discriminação foram banidas", insistindo na igualdade de sexos e no direito de reunião e associação. O Presidente turco abordou também as reformas no sector económico e financeiro, antes de sublinhar o "florescimento da vida cultural e artística" no seu país. O presidente da assembleia parlamentar, René van der Linden, acolheu o seu convidado, declarando que a "UE deve manter a sua promessa". "O caminho será longo mas as negociações devem prosseguir com vista a uma adesão, porque se trata de um país europeu e um dos primeiros Estados a aderir ao Conselho da Europa", acrescentou.
Portugal, que exerce a presidência semestral da UE, já advertiu que não tenciona organizar um grande debate sobre a entrada da Turquia na União, mesmo que o chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, queira discutir o assunto na Cimeira europeia de Dezembro. "A França tem todo o direito de querer levantar a questão do alargamento e da Turquia, mas a presidência e os outros Estados membros também têm direito aos seus pontos de vista", declarou recentemente o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Manuel Lobo Antunes. "Toda a gente sabe que a questão do alargamento é mais uma questão política do que geográfica e que não será fácil chegar a uma conclusão absolutamente nítida, absolutamente clara", explicou o governante português ao apresentar, em Julho, as prioridades da Presidência portuguesa em Bruxelas. Portugal apoia a adesão da Turquia quando este país preencher "todas as condições", mas entende que de momento se deve concentrar nas prioridades que pretende alcançar na sua presidência da UE. O presidente francês, que considera que a Turquia não tem lugar na União Europeia porque se situa na Ásia menor, indicou que queria debater as fronteiras da UE e o alargamento na Cimeira europeia de Dezembro, em Lisboa. Se este debate tiver lugar corre-se o risco de se assistir a uma grande divisão entre os 27. O Reino Unido, Espanha, Suécia e Portugal são apoiantes da adesão turca, considerando que este país muçulmano fronteiriço com o Iraque é um aliado estratégico da UE. Outros, como a Áustria ou Chipre, opõem-se à sua adesão, como Sarkozy. Em Outubro de 2005, os 27 abriram oficialmente negociações com Ancara com vista à sua adesão, organizadas em 35 capítulos temáticos. Mas a abertura desses capítulos processa-se a um rítmo muito lento, e mesmo os mais optimistas não acreditam que este país possa aderir à UE antes de 10 ou 15 anos.
(Fonte: Público)
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