Ao terceiro dia, a visita do Papa Bento XVI à Turquia parece estar a ser muito mais construtiva do que o inicialmente previsto pelos comentadores mais pessimistas.
Embora o Papa tenha vindo à Turquia fundamentalmente para se encontar com o patriarca ortodoxo Bartolomeu I, tem estado igualmente disponível para construir algumas pontes com os muçulmanos. Nos meios de comunicação social turcos, as notícias e os comentários relativos à visita papal têm-se tornado cada vez mais positivos desde o momento em que o pontífice colocou os pés em solo turco.
Existem ainda círculos ressentidos com o discurso que o Papa proferiu relativamente ao Islão na Universidade de Regensburg, mas parecem ser marginais. A manifestação no passado domingo, em Istambul, sob o lema “Papa, não venhas!” foi tema de primeira página em numerosos jornais ocidentais, mas muitos deles não referiram que o partido que organizou aquela manifestação, o partido radical islâmico Saadet (Partido da Prosperidade), apenas conquistou 3 por cento dos votos nas últimas eleições.
A reconciliação do Papa com os muçulmanos começou com a recepção calorosa que recebeu por parte do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, logo à sua chegada. Erdoğan, um islamita moderado, deu uma conferência de imprensa depois do seu encontro com o Papa, na qual foi questionado sobre o discurso de Regensburg. “Sua Santidade expressou-me o seu respeito pelo Islão. Isto é de louvar, e nós olhamos para o futuro, não para o passado.”
Desde o primeiro momento, Bento XVI teve muitos outros gestos que os Turcos apreciaram. Em termos políticos, falou favoravelmente sobre duas causas importantes para a Turquia: disse que a nação muçulmana deveria ter um lugar na Europa, e que a questão de Chipre deveria ser resolvida pelas Nações Unidas, assunto que os Gregos querem que a União Europeia resolva, uma vez que estão incluídos nesse bloco, ao contrário da Turquia.
O facto do Papa estar de certa forma a apoiar a adesão da Turquia à União Europeia, cujas negociações entraram num período de abrandamento nos últimos tempos, tem sido particularmente aplaudida na imprensa turca.
Em Izmir, onde visitou a Casa da Virgem Maria, também disse palavras agradáveis à nação turca, começando o sermão com uma frase em Turco (“Meus queridos irmãos, que o Senhor esteja convosco”), e ostentou uma bandeira turca. O jornal diário conservador "Zaman", com grande número de leitores, descreveu esse acto como “Os gestos do Papa em Turco e a bandeira turca.” De acordo com outro diário turco, o "Hürriyet", o Papa tem feito “gesto após gesto.”
Relativamente ao Islão, Bento XVI tem tratado sempre esse assunto com respeito. O seu encontro e declaração conjunta com a autoridade muçulmana suprema do país, o líder do Directorado dos Assuntos Religiosos, Ali Bardakoğlu, foi um momento de reconciliação. O teólogo muçulmano declarou o Islão como sendo uma religiäo de paz e o seu convidado católico concordou.
Os estudiosos muçulmanos têm estado a debater as mensagens calorosas do Papa na televisão turca durante os últimos dias. A maioria deles destaca que utilizar frases insultuosas numa crítica ao Islão, como foi o caso do discurso de Regensburg, só contribuiu para piorar os problemas.
Num artigo intitulado "Como responder ao Papa", publicado no popular jornal diário islâmico "Yeni Şafak", o Dr. Ahmet Kızılkaya, um filósofo da Universidade de Ancara, criticou a reacção do mundo islâmico relativamente ao discurso de Regensburg: "Os muçulmanos deviam entender os argumentos filosóficos naquele importante discurso, e reponder com sabedoria, usando os instrumentos intelectuais da filosofia islâmica," argumentou.
Hüseyin Hatemi, um colunista do mesmo jornal e uma figura islâmista respeitada, escreveu um artigo intitulado “Boas vindas ao Papa!”, onde se lê que Bento XVI já se desculpou pelas suas declarações em Regensburg. “É por isso que eu agora gosto do Papa,” escreveu Hatemi, acrescentando, “ele destacou a nossa comunhão com o monoteísmo.” Hatemi terminou o seu artigo com uma saudação na linguagem do pontífıce: “Herzlich Willkommen, Bruder!"
E no encontro histórico de ontem com o patriarca ortodoxo, Bento XVI declarou a necessidade de revitalizar o Cristianismo, o que criou algumas preocupações na Turquia, devido à sua abordagem ecuménica. A declaração comum que os líderes das duas igrejas assinaram, realçou a irmandade cristã, mas também revelou a importância de “um autêntico e honesto diálogo inter-religioso.” Por outro lado, enquanto acentua a necessidade de “preservar as raízes cristãs da Europa," regista que o continente deve continuar “aberto a outras religiões e às suas contribuições culturais.”
Embora o Papa tenha vindo à Turquia fundamentalmente para se encontar com o patriarca ortodoxo Bartolomeu I, tem estado igualmente disponível para construir algumas pontes com os muçulmanos. Nos meios de comunicação social turcos, as notícias e os comentários relativos à visita papal têm-se tornado cada vez mais positivos desde o momento em que o pontífice colocou os pés em solo turco.
Existem ainda círculos ressentidos com o discurso que o Papa proferiu relativamente ao Islão na Universidade de Regensburg, mas parecem ser marginais. A manifestação no passado domingo, em Istambul, sob o lema “Papa, não venhas!” foi tema de primeira página em numerosos jornais ocidentais, mas muitos deles não referiram que o partido que organizou aquela manifestação, o partido radical islâmico Saadet (Partido da Prosperidade), apenas conquistou 3 por cento dos votos nas últimas eleições.
A reconciliação do Papa com os muçulmanos começou com a recepção calorosa que recebeu por parte do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdoğan, logo à sua chegada. Erdoğan, um islamita moderado, deu uma conferência de imprensa depois do seu encontro com o Papa, na qual foi questionado sobre o discurso de Regensburg. “Sua Santidade expressou-me o seu respeito pelo Islão. Isto é de louvar, e nós olhamos para o futuro, não para o passado.”
Desde o primeiro momento, Bento XVI teve muitos outros gestos que os Turcos apreciaram. Em termos políticos, falou favoravelmente sobre duas causas importantes para a Turquia: disse que a nação muçulmana deveria ter um lugar na Europa, e que a questão de Chipre deveria ser resolvida pelas Nações Unidas, assunto que os Gregos querem que a União Europeia resolva, uma vez que estão incluídos nesse bloco, ao contrário da Turquia.
O facto do Papa estar de certa forma a apoiar a adesão da Turquia à União Europeia, cujas negociações entraram num período de abrandamento nos últimos tempos, tem sido particularmente aplaudida na imprensa turca.
Em Izmir, onde visitou a Casa da Virgem Maria, também disse palavras agradáveis à nação turca, começando o sermão com uma frase em Turco (“Meus queridos irmãos, que o Senhor esteja convosco”), e ostentou uma bandeira turca. O jornal diário conservador "Zaman", com grande número de leitores, descreveu esse acto como “Os gestos do Papa em Turco e a bandeira turca.” De acordo com outro diário turco, o "Hürriyet", o Papa tem feito “gesto após gesto.”
Relativamente ao Islão, Bento XVI tem tratado sempre esse assunto com respeito. O seu encontro e declaração conjunta com a autoridade muçulmana suprema do país, o líder do Directorado dos Assuntos Religiosos, Ali Bardakoğlu, foi um momento de reconciliação. O teólogo muçulmano declarou o Islão como sendo uma religiäo de paz e o seu convidado católico concordou.
Os estudiosos muçulmanos têm estado a debater as mensagens calorosas do Papa na televisão turca durante os últimos dias. A maioria deles destaca que utilizar frases insultuosas numa crítica ao Islão, como foi o caso do discurso de Regensburg, só contribuiu para piorar os problemas.
Num artigo intitulado "Como responder ao Papa", publicado no popular jornal diário islâmico "Yeni Şafak", o Dr. Ahmet Kızılkaya, um filósofo da Universidade de Ancara, criticou a reacção do mundo islâmico relativamente ao discurso de Regensburg: "Os muçulmanos deviam entender os argumentos filosóficos naquele importante discurso, e reponder com sabedoria, usando os instrumentos intelectuais da filosofia islâmica," argumentou.
Hüseyin Hatemi, um colunista do mesmo jornal e uma figura islâmista respeitada, escreveu um artigo intitulado “Boas vindas ao Papa!”, onde se lê que Bento XVI já se desculpou pelas suas declarações em Regensburg. “É por isso que eu agora gosto do Papa,” escreveu Hatemi, acrescentando, “ele destacou a nossa comunhão com o monoteísmo.” Hatemi terminou o seu artigo com uma saudação na linguagem do pontífıce: “Herzlich Willkommen, Bruder!"
E no encontro histórico de ontem com o patriarca ortodoxo, Bento XVI declarou a necessidade de revitalizar o Cristianismo, o que criou algumas preocupações na Turquia, devido à sua abordagem ecuménica. A declaração comum que os líderes das duas igrejas assinaram, realçou a irmandade cristã, mas também revelou a importância de “um autêntico e honesto diálogo inter-religioso.” Por outro lado, enquanto acentua a necessidade de “preservar as raízes cristãs da Europa," regista que o continente deve continuar “aberto a outras religiões e às suas contribuições culturais.”
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