A posição é do secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, que em entrevista à agência Lusa a propósito do Dia da Europa, que hoje se assinala, defende que “a Turquia é um país muitíssimo importante em si mesmo e também no domínio das relações com a UE porque é um país candidato e faz parte de uma União aduaneira com a União Europeia”.
“Portanto, naturalmente, seguimos com muita atenção, com muito interesse, tudo aquilo que se passa na Turquia”, afirma o responsável.
Além disso, continua Tiago Antunes, “nas atuais circunstâncias, é um país absolutamente decisivo, no contexto do conflito na Ucrânia, basta relembrar o papel muito importante que teve na negociação com as Nações Unidas na iniciativa dos cereais do Mar Negro, que garantiu o escoamento de cereais da Ucrânia e a sua mobilização para várias zonas do globo, designadamente no sul global, permitindo evitar situações de fome ou de subnutrição”.
“Todos estes fatores contribuem para que a realidade na Turquia seja algo que, na União Europeia, seguimos com muita atenção e todos os parceiros europeus acompanham com atenção, desejando, naturalmente, que continue a ser um parceiro”, sublinha o secretário de Estado.
O responsável lembra, ainda, aquele que foi um dos maiores desastres naturais da Europa, quando um sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter atingiu em fevereiro passado o sul da Turquia e o norte da vizinha Síria, provocando milhares de vítimas e o desabamento de milhares de edifícios.
“Há um esforço de reconstrução muito grande a fazer”, adianta.
As eleições presidenciais e legislativas na Turquia realizam-se em 14 de maio e serão decisivas para a manutenção, ou não, do Presidente Recep Tayip Erdogan e do seu partido AKP, no poder há duas décadas.
A oposição apresenta uma frente unida de seis partidos que tem um único candidato à Presidência, Kemal Kiliçdaroğlu, líder do maior partido da oposição turca (Partido Republicano do Povo - CHP, social-democrata), apoiado pelo partido esquerdista e pró-curdo HDP.
Perto de 61 milhões de eleitores vão decidir o futuro do país, incluindo mais de três milhões de turcos que vivem fora do seu país, incluindo em Portugal, que votam antecipadamente.
As mais recentes sondagens indicam que o resultado das eleições presidenciais está muito renhido, deixando em aberto uma vitória de Erdogan ou de Kiliçdaroglu, com uma ligeira vantagem para este último.
Se Erdogan vencer, poderá cumprir o seu terceiro mandato consecutivo como Presidente.
(Fonte: Açoriano Oriental)
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