Entre os elementos despedidos pelo Governo turco, acusados de estarem ligados ao escândalo de corrupção que está a ser investigado, estão os chefes dos principais departamentos policiais.
Os protestos exigindo a demissão de Erdoğan têm subido de tom. O Governo turco despediu esta noite 350 polícias em Ancara, incluindo chefes dos principais departamentos, naquele que é o mais recente desenvolvimento relacionado com o escândalo de corrupção que já afastou vários ministros no país. Os polícias foram demitidos por um decreto do Governo publicado à meia-noite, o qual incluía nomes dos chefes das unidades dos crimes financeiros, anti-contrabando, crime informático e crime organizado, informou a agência privada Doğan News. No mesmo decreto foram nomeados 250 substitutos para os lugares dos agentes despedidos. A medida surge numa altura de grande pressão para o Executivo turco, que tenta por todas as vias conter o escândalo que envolve aliados políticos do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan, ameaçando a sua permanência no poder. A imprensa turca relaciona a investigação com as tensões entre Governo e seguidores de Fethullah Gülen, um dos mais influentes clérigos muçulmanos da Turquia que vive no exílio nos Estados Unidos. Apoiantes de Gülen ocupam cargos-chave em vários ramos do Governo, incluindo a polícia e justiça. Referindo-se à investigação como uma conspiração estrangeira - despoletada para derrubar o seu Governo - Erdoğan respondeu com a demissão de dezenas de chefes de polícia em todo o país, depois de ter já procedido a uma radical remodelação governamental. Mais de metade dos principais ministros de Erdoğan foram afastados e substituídos por dez novos governantes, além de ter sido pedida a demissão de pelo menos cinco parlamentares do AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento), no poder desde 2002. O AKP, partido do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan, tem maioria no parlamento turco, garantindo 320 dos 550 assentos.
(Fonte: Expresso)
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