Três dezenas de empresários portugueses integram a comitiva presidencial da viagem oficial à Turquia na expectativa de trazerem um novo carimbo no passaporte internacional dos seus negócios. A comitiva empresarial integra diferentes sectores de actividade: a saúde com a Bial e a Crioestaminal, as novas tecnologias representadas pela Critical Software, a PT Inovação e a Compta, a construção pela Mota Engil e pela sua subsidiária, a Martifer, o turismo com a Amorim Turismo e o grupo Pestana, as energias renováveis, através da EDP Renováveis, e a banca, representada pelo Banco Comercial Português (BCP). Para alguns empresários e gestores, esta viagem é o primeiro contacto com o país a meio caminho entre a Europa e o Médio Oriente, enquanto outros conhecem bem as particularidades do mercado turco, para onde, de acordo com o AICEP, exportam mais de 400 empresas portuguesas. O BCP, o representante da banca nacional, está na Turquia com 16 balcões Millenium Bank, tendo como públicos-alvo as classes média e alta. De acordo com fonte do banco, "o BCP tem uma posição interessante, mas neste momento está a avaliar uma eventual alienação da sua participação que deverá ser decidida ainda este ano". Em declarações à Lusa, a mesma fonte explicou que "está a ser avaliada a estratégia a seguir. Se decidirmos ficar, vai ser preciso fazer um grande investimento para crescer na Turquia". A cimenteira Cimpor é outra empresa para quem o mercado turco não esconde segredos, onde tem investimentos no valor de 720 milhões de euros, o que, de acordo com fonte da Presidência da República, é "o maior investimento estrangeiro industrial alguma vez realizado na Turquia". O presidente do conselho de administração da Crioestaminal, Raul Santos, parte com a missão de estudar dois contactos de empresas locais para a criação de parcerias na Turquia. "A expectativa é grande, porque já tivemos dois contactos que queremos aprofundar", contou o fundador da Crioestaminal. "A Turquia é um mercado com grande potencial, porque tem uma cultura muito próxima da ocidental e com uma população sete vezes superior à portuguesa", justificou. É a aproximação da cultura turca aos hábitos ocidentais que leva Armindo Monteiro, presidente da Compta, a acreditar que a Turquia pode ser um bom mercado. "Estamos na Qatar e a experiência é que os países muçulmanos recebem muito bem os Portugueses", acrescentou o empresário. Na comitiva vão também viajar o vinho português mais famoso: o Vinho do Porto. De acordo com Vilhena Pereira, "estão previstas várias provas de vinhos destinadas a sectores específicos, como a hotelaria e restauração". O presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) realçou que "apesar de ser um país muçulmano, a Turquia não proíbe o consumo de álcool e a importação foi recentemente facilitada". O programa da visita presidencial inclui um encontro empresarial, em Ancara, e um seminário económico, em Istambul, promovidos pelo AICEP, que abriu recentemente representação em Istambul, e pela União das Câmaras Empresariais Turca. Os empresários que vão acompanhar o chefe de Estado, nesta visita oficial de quatro dias, vão também ter oportunidade de manterem contactos com empresários turcos com vista ao reforço das relações comerciais e de investimento entre os dois países.
(Fonte: Público)
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