A Turquia é talvez a ponte mais sólida entre o mundo árabe e Israel. Telavive sabe-o. Mas o presidente Simon Peres esqueceu-se, pelo menos durante 25 minutos, em Davos.
O Prémio Nobel da Paz de 1994 levantou a voz na defesa da recente ofensiva israelita na Faixa de Gaza e apontou o dedo à cara de Tayyip Erdoğan, questionando-o sobre "o que faria se caíssem todas as noites 100 rockets em Istambul".
O primeiro-ministro turco quis responder. Mas a palavra foi-lhe cortada pelo jornalista norte-americano David Ignatius. Erdoğan levantou-se e abandonou o Fórum Económico Mundial, onde não o quiseram ouvir 15 minutos sequer em defesa dos 1300 mortos palestinianos em Gaza.
O moderador do debate chegou a invocar o apetite da audiência para impedir Erdoğan de continuar. "As minhas desculpas, mas temos de deixar as pessoas irem jantar", disse Ignatius ao chefe de governo. Interpelou-o repetidamente como "senhor primeiro-ministro", mas não o tratou como tal. E ficou a impressão que palavras críticas à morte de centenas de civis em Gaza seriam difíceis de digerir.
Um telefonema de Peres a Erdoğan terá assegurado que as relações entre os dois países não sairiam contaminadas pelo incidente (ainda que Israel não confirme o pedido de desculpas que a agência turca Anatólia garante que existiu). Mas o primeiro-ministro turco fez o que tinha a fazer na estância suíça. Abandonou um debate onde não o deixaram falar, manifestou a intenção de não regressar e voou para Istambul.
No aeroporto internacional Atatürk, Erdoğan foi recebido por milhares de pessoas. Perdeu o resto da reunião e o jantar em Davos, mas não perdeu a face. Afinal de contas ninguém gosta de ser mandado calar ou ser trocado por uma refeição.
O Prémio Nobel da Paz de 1994 levantou a voz na defesa da recente ofensiva israelita na Faixa de Gaza e apontou o dedo à cara de Tayyip Erdoğan, questionando-o sobre "o que faria se caíssem todas as noites 100 rockets em Istambul".
O primeiro-ministro turco quis responder. Mas a palavra foi-lhe cortada pelo jornalista norte-americano David Ignatius. Erdoğan levantou-se e abandonou o Fórum Económico Mundial, onde não o quiseram ouvir 15 minutos sequer em defesa dos 1300 mortos palestinianos em Gaza.
O moderador do debate chegou a invocar o apetite da audiência para impedir Erdoğan de continuar. "As minhas desculpas, mas temos de deixar as pessoas irem jantar", disse Ignatius ao chefe de governo. Interpelou-o repetidamente como "senhor primeiro-ministro", mas não o tratou como tal. E ficou a impressão que palavras críticas à morte de centenas de civis em Gaza seriam difíceis de digerir.
Um telefonema de Peres a Erdoğan terá assegurado que as relações entre os dois países não sairiam contaminadas pelo incidente (ainda que Israel não confirme o pedido de desculpas que a agência turca Anatólia garante que existiu). Mas o primeiro-ministro turco fez o que tinha a fazer na estância suíça. Abandonou um debate onde não o deixaram falar, manifestou a intenção de não regressar e voou para Istambul.
No aeroporto internacional Atatürk, Erdoğan foi recebido por milhares de pessoas. Perdeu o resto da reunião e o jantar em Davos, mas não perdeu a face. Afinal de contas ninguém gosta de ser mandado calar ou ser trocado por uma refeição.
(Fonte: IOL Diário)
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