O Presidente da Turquia, Abdullah Gül, fez ontem uma visita histórica à Arménia, a primeira de um líder turco ao país vizinho, que é independente desde 1991. O pretexto foi o jogo de futebol entre os dois países integrado na fase de qualificação para o Campeonato do Mundo de 2010.
A iniciativa diplomática dos dois países foi muito elogiada pela presidência francesa da UE e surge no âmbito de contactos secretos que já decorriam anteriormente. A partida terminou da forma previsível, com um triunfo turco, por dois a zero. No plano político, este episódio de diplomacia desportiva teve grande significado. Gül foi recebido pelo homólogo arménio, Serge Sarkissian, que visitará a Turquia no jogo da segunda mão. Ambos prometeram cooperar e resolver os problemas bilaterais, que além da questão histórica do alegado genocídio arménio entre 1915 e 1917, envolve também o conflito do Nagorno-Karabakh, enclave arménio em território do Azerbaijão, país turcófono, que esteve em guerra com a Arménia e é apoiado pela Turquia. A aproximação entre os vizinhos não será fácil. À chegada ao estádio de Erevan, Gül foi assobiado pelo público da casa, o que também aconteceu quando soou o hino da Turquia. Na cidade, houve um protesto pacífico, que reuniu milhares de pessoas. E, na Turquia, a visita do Presidente (um político islâmico moderado) foi muito criticada pela oposição republicana. Os republicanos turcos têm origens históricas no grupo de oficiais do exército que, durante a Primeira Guerra Mundial terá conduzido a alegada repressão da minoria arménia (cristã) do império Otomano. A Arménia alega que durante dois anos foram mortos mais de 1,5 milhões de Arménios. Ancara nega a tese do genocídio, pondo em causa os números e dizendo que o massacre resultou de uma revolta armada dos nacionalistas arménios, apoiados, na altura, pela Rússia.
(Fonte: DN)
(Fonte: DN)
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