22 fevereiro 2008

Sobre o PKK


De raiz marxista-leninista, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) é criado em 1978. Lança a luta armada contra o poder central turco em 1984, sob a bandeira da criação de um Estado curdo independente no sudeste da Anatólia – tornando a questão curda no principal problema da Turquia. De acordo com um balanço oficial, a violência ligada ao conflito já fez mais de 37 mil mortos. Em 2006, com um cessar-fogo unilateral, o PKK intensifica as suas operações contra o Exército. As autoridades turcas responsabilizam o PKK por vários atentados à bomba em Istambul e em estâncias balneares do oeste turco, apesar da organização rejeitar a acusação, evocando a acção de uma ala radical que escapa ao seu controlo. Nos anos 90, a organização recua nas exigências de um Estado curdo independente, reivindicando antes mais autonomia para a população curda. O partido sofre um duro golpe em 1999, com a detenção do seu líder Abdullah Ocalan, no Quénia, e posterior condenação à morte (comutada por prisão perpétua). É então que o PKK renuncia à independência e declara unilateralmente um cessar-fogo que nunca é, todavia, reconhecido por Ancara. O movimento toma algumas medidas para mudar a sua imagem – entre elas várias tentativas de mudança de nome. É dissolvido em 2002, para tornar-se no Kadek (Congresso para a Democracia e Liberdade do Curdistão), posteriormente em Kongra-Gel mas, em 2005, decide regressar à designação original. Apela a Ancara que o envolva no processo político, que conceda mais direitos culturais aos cerca de 15 milhões de curdos no país e que liberte os membros do PKK detidos. É então que estalam algumas divisões no seio do partido. À semelhança dos Estados Unidos e da União Europeia, a Turquia classifica o PKK de organização terrorista, recusando-se por isso a qualquer negociação e dando apenas amnistia a alguns dos seus membros. Em 2004, o PKK retoma a campanha de violência, reavivada nos últimos tempos apesar de várias tentativas de cessar-fogo. O braço militar do PKK está instalado no Curdistão iraquiano, enquanto que a ala política é representada por políticos curdos no exílio em países da Europa Ocidental, particularmente a Bélgica. O principal comandante militar é, actualmente, Murat Karayilan, que encarna a ala dura do PKK, também ela no norte do Iraque. A Turquia acredita que o PKK tem, actualmente, milhares de guerrilheiros nas montanhas Kandil, no norte do Iraque, uma área que partilha com a Pejak – organização “irmã” do PKK.

(Fonte: Sic)

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