21 setembro 2007

Sarkozy diz que não há lugar para a Turquia na UE


O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse ontem não acreditar que "haja lugar para a Turquia na União Europeia", mas expressou o desejo de que este país possa ser um "verdadeiro parceiro" da UE.
"Não acredito que haja lugar para a Turquia na Europa, por um motivo bem simples: trata-se de um país asiático", declarou Sarkozy em entrevista concedida às redes de televisão francesas TF1 e France 2.
"O que desejo propor à Turquia é uma verdadeira parceria com a Europa, mas não a sua integração" no continente, acrescentou o presidente da França, que já se tinha posicionado contra a entrada da Turquia na UE, durante a campanha para a eleição presidencial francesa.
O chefe de Estado lembrou que sugeriu no fim do mês de Agosto aos outros países da União Europeia a criação de um "comité", que seria encarregado de "refletir sobre o futuro da Europa e sobre a questão das fronteiras europeias".
Sarkozy tinha então vinculado o seu acordo para o prosseguimento das negociações de adesão da Turquia à UE à criação deste comité.
Esta proposta, que poderia evitar a curto prazo o bloqueio por Paris destas negociações, foi interpretada como uma suavização da posição de Sarkozy sobre a questão.
Sarkozy manteve-se vago sobre as declarações do seu secretário de Estado para Assuntos Europeus, Jean-Pierre Jouyet, que sugeriu na semana passada que a França desistisse das disposições da sua Constituição que impõem um referendo para qualquer nova adesão à UE.
"Trata-se da opinião de Jean-Pierre Jouyet. Eu terei propostas para fazer no momento adequado", disse Sarkozy.
Jouyet justificou a sua posição alegando que referendos automáticos podem bloquear a adesão de países que cumprem todas as condições impostas pela UE, como alguns Estados dos Balcãs.
As declarações do secretário de Estado foram muito criticadas por pessoas contrárias à adesão da Turquia. Segundo as pesquisas, a maioria dos franceses opõe-se à entrada deste país na UE.

(Fonte: AFP)

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