16 abril 2010

Ali Ağca quer encontrar-se com Bento XVI em Fátima


O militante turco de extrema-direita Mehmet Ali Ağca enviou no mês passado uma carta ao primeiro-ministro português, José Sócrates, pedindo que este intervenha para lhe ser permitido ir a Fátima no momento da visita do papa Bento XVI. Não houve, até agora, qualquer resposta do governo português.
A iniciativa de Mehmet Ali Ağca foi hoje conhecida através de declarações do seu advogado, Ali Özhan, citadas pela agência France Press.
O terrorista turco de extrema-direita, ligado à organização dos "Lobos Cinzentos", disparou contra o papa João Paulo II na Praça de São Pedro, a 13 de Maio de 1981. Em consequência, foi julgado e condenado e cumpriu quase 30 anos de prisão em Itália e na Turquia.
João Paulo II ficou gravemente ferido e esteve na altura entre a vida e a morte, mas foi operado com sucesso. Em declarações posteriores, atribuiu a sua sobrevivência a um milagre. O papa visitou ainda o autor do atentado na prisão, em gesto conciliatório.
As motivações do atentado foram objecto de diversas especulações e uma das pistas que na altura se considerou mais apoiada em indícios e em evidências foi a chamada "pista búlgara". Outras explicavam a iniciativa de Ağca com distúrbios mentais que lhe foram diagnosticados.
A teoria que sustentava a pista búlgara atribuía ao KGB uma conspiração para eliminar, através dos serviços secretos búlgaros, e estes através da extrema-direita turca, o papa Woytila, que se tornava incómodo, no contexto da contestação do sindicato polaco "Solidariedade", ao regime de Varsóvia.
Não há notícia de que o interesse manifestado por Ağca em encontrar-se também com este papa possa produzir alguma alteração no elaborado esquema de segurança previsto para a visita de Bento XVI.

(Fonte: RTP)

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